É Meu

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Rayane

Ouso uns barulhos no quarto e acabo acordando assustada. Olho para todos os lados procurando de onde veio e só depois me dou conta de que é o Bruno sonhando e falando algumas coisas sem sentido. Ele sempre fala dormindo, no começo isso me dava muito medo, mas com o tempo eu fui me acostumando.
Levanto ainda sonolenta, vou no banheiro, faço minhas necessidades e volto pro quarto.
O Bruno agora está todo esparramado na cama, eu não posso levantar por um minuto que ele já se abre igual uma flor. Empurro ele pro lado com dificuldade pra me dá espaço pra conseguir deitar de novo e ele começa a resmungar.

- Bruno, chega pra lá caramba._ faço força na perna dele e ele abaixar ela.

- Áh, tá bom Juliana._ ele sussura virando o rosto para o outro lado e eu fico petrificada encarando ele.

O que?

Eu ouvi direito?

Juliana?

Quem caralhos é Juliana?

- O que você disse Bruno? Quem é Juliana?._ berro dando vários socos nele e ele dá um salto da cama na mesma hora, colocando a mão na Glock dele no criado mudo.

Olha em volta procurando alguma coisa assustado, e quando me vê encarando ele de braços cruzados, ele deixa o corpo relaxar.

- Tá maluca garota? Como tu me acorda assim p0rra?_  fala sentando na beira da cama, apoiando a cabeça nas mãos pra se acalmar do susto.

- Eu estou esperando você me responder caralho, quem é essa p0rra de Juliana?_ meus gritos agora já podem ser ouvidos do outro lado do morro.

- Que Juliana cara? Tá drogada? Eu tava dormindo p0rra, como que eu vou saber de quem tu tá falando?_ ele diz também gritando e me deixa mais puta ainda.

- A piranha do seu sonho aí seu idi0ta, tu tá me traindo Bruno?_ eu pergunto chegando mais perto dele_ QUEM É ESSA VAGABUNDA CARALHO?._ me descontrolo gritando dentro da cara dele.

Eu tô com vontade de pular no pescoço dele e arrancar o rosto dele todo na unha. Depois de tudo que eu fiz pra chegar até aqui, não admito que venha uma piranha do quinto dos infern0s achando que vai tomar o meu lugar. Já não basta aquelas desgraçadas lá da Rocinha o tempo todo em cima dele tentando atrapalhar meus planos, agora tenho que me preocupar com outra aqui no morro também? A mais não vou mesmo, porque eu acabo com a vida dos dois se eu descobrir uma coisa dessas.
Fico completamente cega e ameaço avançar em cima dele, mas ele é mais rápido que eu e levanta da cama na mesma hora me encarando sério. Eu fico em pé encarando ele de volta, possuída pelo ódio.
Eu vou descobrir quem é essa piranha desgraçada e vou acabar com a raça dela.

- Caralho Rayane namoralzinha cara, é melhor tu parar com essa porra dessa tua marra agora, porque eu já to perdendo a paciência contigo já._ Bruno fala passando a mão pelo cabelo e depois apontando o dedo na minha direção.

- Você tá me fazendo de idi0ta esse tempo todo e agora vem dizer que está perdendo a paciência? F0de-se você seu merda, quero que você se f0da junto com essa vagabundazinha aí, você vai me pagar, e eu te prometo que vou descobrir quem e essa garota e eu vou rasgar ela toda na bala, e se você se meter, eu mat0 você junto com ela seu imbecil._ rosno entre os dentes autoritária e com os olhos arregalados de pé em cima da cama, apontando o dedo na direção dele.

Não sei nem o que estou dizendo mais, as palavras só saem da minha boca feito rajadas. Estou com tanto ódio, que não consigo me controlar.
Minha mãe me ensinou o que eu deveria fazer nesses casos de traição, mas quando eu me estresso eu esqueço tudo, eu fico cega. Não posso perder esse morro, não quero voltar a ser pobre, ele é meu, não vou entregar de mão beijada pra nenhuma dessas vagabundas daqui jamais.

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