Sam e eu estávamos no cume da colina das Laranjeiras, sentadas na grama e observando a casa que era quase um ponto distante. A calmaria em que estávamos entrava em contraste com o almoço que tivemos.
Tinha tirado minha jaqueta durante o almoço e, depois, acompanhei Sam até o quarto para guardarmos nossas coisas. Ela estava usando uma calça jeans lavada e um cropped amarelo de mangas compridas. Não via muita lógica em usar alguma coisa que faltava metade da barriga e cobria todo o braço, mas ela estava linda. Eu estava com a cabeça apoiada em seu ombro. Os irmãos dela ficaram para trás, ao que parecia bem enturmados com Leo e Amelia.
— O que você pensa em fazer, morena? — Sam perguntou depois de alguns instantes de silêncio.
— Sobre o quê?
— Sobre sua mãe. Não acha que vocês precisam sentar e conversar de verdade?
Engoli em seco e me afastei o suficiente para olhar para ela. Não, ela não estava brincando; seu rosto estava sério.
— Não tenho nada para conversar com ela, Sam.
— Isso não é verdade. Vocês têm muito o que conversar, mas o fato de você ficar agindo como garota mimada não ajuda em nada.
— Garota mimada? — falei com tanta incredulidade, que cheguei a levantar um pouco a voz. — Não sei até que ponto você se lembra, mas ela me abandonou!
— E você nunca se interessou em saber o porquê! Não acha que talvez, só talvez, valha a pena escutar de verdade o que ela tem para dizer?
— Não preciso dela.
— E não estou falando que você precisa. Mas esse assunto mexe com você e nós duas sabemos que é uma coisa mal resolvida. Escute ela, meu amor, deixe que ela explique seus motivos. Toda vez que ela te olha, dá para ver o quanto se arrepende e sente muito.
— Você fala assim como se não tivesse problemas com seus pais.
— Não, Alex. Eu falo isso justamente por ter problema com eles. Se eu tivesse a oportunidade de me acertar com meu pai... — Sam suspirou. Eu sabia o quanto o assunto a machucava e que nunca seria resolvida.
— Mas também tem sua mãe.
— Vou me acertar com ela no tempo certo. Mas o assunto aqui não sou eu. Do que você tem medo?
Pisquei. Essa era uma pergunta que eu não estava esperando.
— Não tenho medo de nada.
— Então você não tem nada a perder — concluiu.
— Por que estamos falando disso?
— Porque se alguma coisa acontecer, será tarde demais para se arrepender.
— E você não acha que ela se arrependeu tarde demais? Se era para fugir da responsabilidade, por que engravidar? Para quê?
— Você está sendo injusta...
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Sob teu olhar
Romansa[Completo] Samantha Charlie é a filha mais velha de um banqueiro influente e super conservador, que foi expulsa de casa depois do pai a flargar beijando outra garota. Alexandra Hudson saiu da fazenda para ganhar a vida na cidade grande e poder ajud...