Capítulo Trinta e Sete

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Sam e eu estávamos no cume da colina das Laranjeiras, sentadas na grama e observando a casa que era quase um ponto distante

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Sam e eu estávamos no cume da colina das Laranjeiras, sentadas na grama e observando a casa que era quase um ponto distante. A calmaria em que estávamos entrava em contraste com o almoço que tivemos.

Tinha tirado minha jaqueta durante o almoço e, depois, acompanhei Sam até o quarto para guardarmos nossas coisas. Ela estava usando uma calça jeans lavada e um cropped amarelo de mangas compridas. Não via muita lógica em usar alguma coisa que faltava metade da barriga e cobria todo o braço, mas ela estava linda. Eu estava com a cabeça apoiada em seu ombro. Os irmãos dela ficaram para trás, ao que parecia bem enturmados com Leo e Amelia.

— O que você pensa em fazer, morena? — Sam perguntou depois de alguns instantes de silêncio.

— Sobre o quê?

— Sobre sua mãe. Não acha que vocês precisam sentar e conversar de verdade?

Engoli em seco e me afastei o suficiente para olhar para ela. Não, ela não estava brincando; seu rosto estava sério.

— Não tenho nada para conversar com ela, Sam.

— Isso não é verdade. Vocês têm muito o que conversar, mas o fato de você ficar agindo como garota mimada não ajuda em nada.

— Garota mimada? — falei com tanta incredulidade, que cheguei a levantar um pouco a voz. — Não sei até que ponto você se lembra, mas ela me abandonou!

— E você nunca se interessou em saber o porquê! Não acha que talvez, só talvez, valha a pena escutar de verdade o que ela tem para dizer?

— Não preciso dela.

— E não estou falando que você precisa. Mas esse assunto mexe com você e nós duas sabemos que é uma coisa mal resolvida. Escute ela, meu amor, deixe que ela explique seus motivos. Toda vez que ela te olha, dá para ver o quanto se arrepende e sente muito.

— Você fala assim como se não tivesse problemas com seus pais.

— Não, Alex. Eu falo isso justamente por ter problema com eles. Se eu tivesse a oportunidade de me acertar com meu pai... — Sam suspirou. Eu sabia o quanto o assunto a machucava e que nunca seria resolvida.

— Mas também tem sua mãe.

— Vou me acertar com ela no tempo certo. Mas o assunto aqui não sou eu. Do que você tem medo?

Pisquei. Essa era uma pergunta que eu não estava esperando.

— Não tenho medo de nada.

— Então você não tem nada a perder — concluiu.

— Por que estamos falando disso?

— Porque se alguma coisa acontecer, será tarde demais para se arrepender.

— E você não acha que ela se arrependeu tarde demais? Se era para fugir da responsabilidade, por que engravidar? Para quê?

— Você está sendo injusta...

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