Capítulo Sessenta e Quatro

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Ninguém disse nada quando Maddison se levantou, jogou o guardanapo de pano e, então, saiu

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Ninguém disse nada quando Maddison se levantou, jogou o guardanapo de pano e, então, saiu.

O único que pareceu não perder a fome era Nick, que agora colocava um pouco mais de purê de batata com queijo em seu prato. Hannah parecia desconcertada, como se não quisesse atrapalhar a refeição do filho para irem embora. Zach não parecia muito melhor.

— Desculpe, Claire — meu chefe começou, cortando o silêncio embaraçoso que havia se instaurado depois do meu irmão sair chorando —, mas acho que Sam está certa. Imagino que suas intenções sejam boas, mas é bom não forçar os meninos. Uma notícia sobre paternidade muda a vida de todos os envolvidos drasticamente — olhou para a família e sorriu. — Às vezes para melhor, às vezes não. Meu pai, assim como Harold, não é um homem fácil, embora você deva saber disso. Conviver com ele poucas horas na semana não é a mesma coisa que conviver a vida toda. Minha mãe sofreu muito com ele e... o que ele fez comigo e com a Hannah, nem se fala. Deixe que Cory e Maddy decida o que é melhor eles fazerem. E, quanto a mim, não estava na cidade quando tudo aconteceu. Só vim porque Samantha me ligou. Não vou testemunhar nem a favor e nem contra ele. Já você, Claire, na condição de amante, deveria. É meio que sua culpa ele estar nessa.

Zach interrompeu a refeição do filho, chamando-o para ir embora. Apesar do menino protestar, foi facilmente comprado por um milkshake bomba tripla, de sua sorveteria preferida. Quando Nick veio me abraçar, falei baixinho:

— Pegamos você na sexta, tudo bem? Se mudar de ideia, é só avisar também.

— Tá bom, tia! Obrigado — sorriu e me deu um beijo na bochecha, logo correndo para alcançar os pais.

De repente, estávamos apenas minha mãe e eu ali. Alex não voltava de jeito nenhum e estava começando a balançar a perna, descarregando ansiedade e nervosismo, embaixo da mesa. Minha mãe tentou comer um marisco, mas mudou de ideia na metade do caminho. Soltando um suspiro alto, me fitou com aqueles olhos verdes arregalados por natureza.

— Eu não consigo mais conversar com eles — confessou, do nada. — Pensei que as coisas iam melhorar, mas isso não aconteceu. Apesar de todas as nossas brigas, Samantha, você é a única que, às vezes, me ouve.

Fiquei na dúvida se deveria responder ou não. Desde quando me mudei da mansão, eu mal falava com minha mãe.

— Cory não é do tipo de ignorar ninguém — falei a primeira coisa que me veio à mente. — E ele te contou sobre a faculdade.

— Apenas porque passei por perto quando ele estava lendo um e-mail. Não sei mais nada da vida dele, da Maddison ou da sua. É como se tudo fugisse do meu controle. Achei que o jantar essa noite podia ajudar. Mas eu precisava tentar falar sobre o Mitchell.

— Você vai dizer que as coisas não giram ao meu redor, mas é difícil, não é? Quando você ama alguém e não pode falar sobre isso com ninguém, porque todos vão te julgar e massacrar. Vão te virar as costas e chamar de nomes que nunca imaginou, só porque quem você escolheu amar é, para a maioria, é errado. Você pode ser a primeira da classe, a filha perfeita, a esposa perfeita, fazer tudo exatamente como a sociedade exige e, no entanto, você sempre vai ser julgada por causa da pessoa que escolheu amar.

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