[Completo]
Samantha Charlie é a filha mais velha de um banqueiro influente e super conservador, que foi expulsa de casa depois do pai a flargar beijando outra garota.
Alexandra Hudson saiu da fazenda para ganhar a vida na cidade grande e poder ajud...
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Minha avó alugou meu ouvido por quarenta minutos. Não que eu não gostasse de falar com ela, eu amava. Mas não quando tinha uma mulher espetacular me esperando no banheiro, ou quando poderia chegar tão atrasada no trabalho que podia correr o risco de perder meu emprego. Apesar de ter evitado o ato nas últimas semanas, já recebi diversos avisos de "Srta. Hudson, se chegar atrasada mais uma vez, vou ser obrigado a descontar do seu salário" e, quando isso acontecia, o ato vinha acompanhado de "da próxima vez não terei outra opção a não ser demiti-la". Mas isso nunca acontecia. Zach sabia que, modéstia a parte, era boa no que fazia. Não que eu estivesse preocupada com isso.
Para falar a verdade, estava angustiada por não ter conseguido falar com Sam. Aparentemente, a loira dona de um corpo incrível, tinha cansado de me esperar. Quando a vi, apressada para ir embora, murmurei, tampando o microfone do celular "espere só mais cinco minutinhos", e ela respondeu da mesma altura um "nos falamos depois. Falei com Zach e disse que passamos a manhã estudando o aquário e o hotel, então te espero lá. Beijos". Antes que eu dissesse mais alguma coisa, passou pela porta.
Com a chamada ainda em andamento, coloquei no viva-voz e deixei na pia do banheiro enquanto tomava banho. Minha avó, pobrezinha, comentava sobre a plantação de milho e como teve que ajudar o pessoal a recolocar o espantalho. Apesar do assunto entediante, era melhor do que seu antecessor.
- Vó - gritei sobre o barulho da água corrente do chuveiro. O problema de audição dela também não ajudava muita coisa. - Estou atrasada para o trabalho. Bem atrasada na verdade. Será que antes de desligar posso falar com Cindy?
- Claro, querida. Mas e quanto...
- Apenas a Cindy. Por favor - interrompi antes que ela terminasse a pergunta.
Não demorou muito para que eu escutasse, mesmo do outro da linha, passos de criança correndo. Uma voz aguada e infantil preencheu o banheiro no momento em que desliguei o chuveiro.
- Oi, titia! - ela tinha dito e, instantaneamente uma parte de mim se aquietou ao escutá-la.
- Oi, minha princesa! A bisa disse que você tirou um dez na escola essa semana. Estou orgulhosa de você. Só por isso vou levar um presente muito especial para você.
- Sério? - Perguntou animada.
- Seríssimo! - a escutei comemorar e sorri. Depois de um minuto ou dois, conversando sobre coisas importantes para uma garotinha de sete anos, suspirei. - Amor, a tia pode te pedir um negócio? Mas você não pode contar para ninguém.
- Uhum! - Cindy murmurou.
- Sabe essa mulher que está aí com a Bisa? Você gosta dela?
A menina demorou um pouco mais para responder dessa vez.
- Não sei. Ela é estranha e me dá medo. Por quê?
- Nada, só curiosidade - hesitei em pedir o que queria. - Cuide bem da bisa para mim, tá bom? Final de semana vou ver vocês.
