Capítulo Cinquenta e Cinco

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Desde o momento em que Samantha desligou o fogo, perdi a vontade de fazer um jantar especial para nós

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Desde o momento em que Samantha desligou o fogo, perdi a vontade de fazer um jantar especial para nós. Tínhamos passado o dia inteiro discutindo e, quando não era ela, Megan e eu estávamos resolvendo problemas juntas com alguns engenheiros e arquitetos. O jantar, seria minha forma de pedir desculpas, mas ao invés de me agradecer, Sam me solta uma notícia daquela.

Estávamos sentadas no sofá. Era difícil formular uma frase completa, então eu só abria a boca e a fechava de novo. De todas as coisas que passavam em minha cabeça, a principal era não deixar que minha avó descobrisse.

- Você pode ter se enganado - consegui dizer. - Não é só porque parece a Adeline, que é ela. Não tem como você ter certeza.

O sorriso de Sam não chegou aos olhos. Eu simplesmente odiava aquele olhar de pena e compaixão.

- Talvez - concordou, embora apenas para não me contrariar. - Mas acredito que saberia reconhecê-la. Vocês duas são... parecidas demais.

Uma verdade que eu também não gostava nada de aceitar. Ethan e eu éramos gêmeos não idênticos, o que significava que eu, Alex, era incrivelmente parecida com minha mãe, enquanto Ethan tinha a maioria dos traços parecidos com alguém que não fazíamos ideia. Minha avó costumava falar que Adeline e eu tínhamos o mesmo olhar e sorriso travesso quando crianças. Pelo que Samantha disse, isso não tinha mudado.

- Amanhã - continuou Sam - podemos procurar por ela se quiser. Podemos tentar ajudar.

- N-não. - Estava me sentindo engasgada. As palavras pareciam sair da minha boca com mais dificuldade do que o habitual. - Ela fez as escolhas dela e não vou limpar essa bagunça.

- Alex...

- Não, Samantha! Eu não quero isso. E-eu não mereço isso! Minha avó não merece.

Solucei. Não me dei conta de que estava chorando até aquele momento.

Por quê?, pensei.

Por que sempre que as coisas estavam perfeitas, ela estraga tudo?

Por que ela tinha que dar mais esse desgosto para minha avó?

Por que ela preferiu nos trocar pelas drogas e bebidas?

Limpei meu rosto. Adeline não merecia minha fúria e muito menos minhas lágrimas. Eu não tinha que fazer nada a respeito dela e fim de papo. Mesmo assim, uma pequena voz, minúscula, me dizia que eu não devia simplesmente ignorar.

Eu sabia que Sam não tinha culpa e que não merecia que descontasse o que quer que eu estivesse sentindo nela, mas infelizmente era o saco de pancada mais próximo.

Droga! Como Samantha conseguia ter QE suficiente para aguentar todas as coisas pelas quais ela passou? Nem parecia que, há uma hora, estava lendo uma carta que o pai psicótico dela havia deixado, enquanto eu mal conseguia lidar com uma informação que nem sabia mesmo se era verdade.

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