Capítulo Doze

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Alexandra e eu estávamos em meu carro

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Alexandra e eu estávamos em meu carro. O fato de estarmos juntas sem nenhuma discussão, ou uma querer matar a outra me assustou. Escutar a história dela e contar a minha a ela, isso foi diferente. Nunca pensei em ver a Alex como essa pessoa apegada a família que ela se revelou. Quando dei minhas condolências a ela, tanto pelo avô, quanto pelo irmão, fui sincera.

Na verdade, fui sincera em cada palavra que eu disse, principalmente na parte que disse sobre ela precisar de um bom banho. Depois que ela subiu, fiquei naquele sofá pensando se minha visão sobre ela poderia ser tão equivocada assim. Bom, talvez não na parte que disse sobre eu ter ido em nome da firma. Eu quis ir até lá, então na hora do almoço eu só pedi para a cozinheira lá de casa para arrumar uma cesta com algumas coisinhas e fui entregar a ela depois do trabalho. Não vou mentir dizendo que ela não faz falta na empresa. Não para mim, mas para os demais.

Olhei para Alexandra quando paramos no sinaleiro.

- Por que largou a fazenda e veio para cá? - Perguntei encostando no banco. Alex deu de ombros.

- Meus avós sempre disseram que Ethan e eu podíamos ser o que a gente quisesse. Crescemos com isso. E eu sempre gostei de desenhar casas, prédios e essas coisas. Quando frequentava a escola, era essas escolas rurais, onde tem um tanto de alunos de idades diferentes, sabe? Então, eu sempre sonhei em sair dali e conhecer o mundo. Por mais que eu amasse a minha família, sentia que aquele lugar, aquela vida de plantação e colheita, não era para mim. Então quando tive a minha primeira oportunidade, sai de lá e vim para a cidade. Quando cheguei, as coisas foram difíceis. Mas felizmente na faculdade tinha os dormitórios, que foi onde morei nos cinco anos enquanto estudava. Acabei me adaptando com tudo fácil demais, como se esse lugar fosse tudo o que me esperava.

Fiquei olhando para Alex, observando seu jeito de falar; o jeito que tinha facilidade em contar sobre si. Não de um jeito ruim, eu apenas fiquei admirada. Sair do meio do mato para vir tentar a vida na cidade grande sem conhecer nada, nem ninguém. Imaginava o quanto de coragem ela não haveria de ter tido.

Apenas voltei a mim quando o motorista do carro de trás buzinou e gritou para que eu prestasse atenção ao sinaleiro. Pisquei saindo do meu transe e acelerei outra vez.

- Você tem certeza mesmo que está bem para fazer isso? - Perguntei, desviando um pouco o foco daquele assunto.

- Continua preocupada comigo? - Alex deu aquele meio sorriso que tanto me enfurecia. Ela optou por uma blusinha sem alça, com detalhes em tiras cruzadas no peito na cor verde escuro. Me surpreendi ao ver que ela não estava usando seu couro habitual, embora carregasse a jaqueta em seu colo e poderia até admitir que esqueci um milésimo de segundo como que se respirava. Usava uma calça jeans azul e uma sandália, além dos cabelos soltos. Balancei a cabeça em negação.

- Você gosta de alimentar o seu ego, não é? - Retruquei enquanto virava a última esquina antes de chegar em casa.

- Apenas quando as pessoas dão a ele o que comer. Você vive fazendo isso, então não é culpa minha.

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