32. Garantias

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— Confortável? — Perguntei me dirigindo para o hacker preso a cadeira, Dominic se recostou na mesa de ferro onde geralmente ficavam os utensílios de tortura. Mas hoje não iríamos torturar ninguém, Cronos era apenas uma moeda de troca.

— A sim, esqueci que você não consegue falar — Falei com deboche me desencostando da mesa e caminhando ate o homem, retirei a fita adesiva da boca do hacker e ele me lançou uma expressão de ódio.

Dei as costas para o homem e fui novamente ate a mesa, me encostei ao lado de Dominic e cruzei os braços.
— Não me odeie, não é nada pessoal — Revelei num tom sarcástico e ele abriu um sorriso com desdém.
— Eu sou muito idiota — O homem resmungou — Eu nunca confio em ninguém, mas acabei lhe dando uma abertura.

Eu ri sem humor — Aprendizado para uma próxima vez.
— Aqueles agentes eram reais?
— Não, foi tudo uma grande e arquitetada encenação — Sanei a dúvida dele.
— Por que?
— Eu estava ficando sem tempo — Falei sem muita importância.
— Sem tempo?
— Quando eu digo que não é pessoal, acredite em mim. Eu precisava de você como uma moeda de troca.
— Bom, não é nada pessoal também, mas meus mais sinceros vá se ferrar!

Eu gargalhei — Logo menos você irá embora. Sem ressentimentos.
— Não é assim que eu funciono e você sabe.
— Nem mesmo se eu lhe oferecer uma forma de controlar a CIA? — Sugeri e ele me olhou com um ar de arrogância.
— Eu ja controlo eles Santori, não preciso de mais nada. Além disso,  o que você saberia que eu já não sei?!

Eu gargalhei — Não seja tão arrogante Cronos. Você se da muita importância... eu estava falando com Stark a alguns minutos atrás tentando convence-lo que você não era descartável, pelo menos ainda não.

O homem me lançou um olhar confuso e duvidoso.

— Bem, você não é obrigado a acreditar em mim, dadas as atuais circunstâncias — Comentei com deboche mirando para a cadeira e depois para ele.
— Descartável? — Ele repetiu.
— Para  a CIA todos são descartáveis — Expliquei — Eu só precisei lembrar o agente, o quanto sua morte, agora, nesse momento seria completamente inconveniente para eles. Afinal, foram meses de investigação, pesquisa e investimento ate chegarem em você.
— Você esta mentindo — Ele disse num tom mais alterado. — Eu os tenho na minha mão. — O hacker se vangloriou e eu gargalhei.
— Você não entende não é? É assim que eles trabalham, eles te dão a falsa impressão de controle e quando você já não for mais útil, bem... você some. É a especialidade deles Cronos. Você melhor do que ninguém sabe como eles são bons em desaparecer com alguém.
— Você sabe que quando eu sair daqui eu vou acabar com a sua organização. — Ele garantiu como se fosse uma promessa, eu gargalhei novamente me desencostando da mesa e caminhando na direção do homem.
— Você pode tentar — Falei convicta — E eu ainda tenho influência para controlar você. Eu consegui que o maldito diretor fizesse o que eu queria, você acha mesmo que eu não consigo controlar você?

O homem se manteve em silêncio, ainda com a fita na mão eu fui ate ele e fechei novamente a sua boca.

— Você deveria me agradecer. Eu sempre derramei sangue de todos que vieram para esse porão, você é o primeiro que vai sair intacto. — Falei dando um leve tapinha em Dominic e ele me seguiu, subimos para a cozinha, eu estava com fome e o restante do dia seguiria em espera da ligação do maldito diretor para me informar aonde eu deveria mandar que buscassem meu irmão. Eu não era burra, ele podia muito bem usar Kaleb para me chantagear. Mas eu sabia que toda aquela operação da Alpha Safety era uma sujeira gigantesca que eles fariam de tudo para manter debaixo dos panos.

Dominic olhava para a xícara de café com uma expressão distante, resolvi acorda-lo de seu transe.

— Dominic? — Chamei sua atenção e ele voltou o olhar para mim.
— Vic — Pronunciou meu nome após bebericar seu café.
— O que foi?
— Só estou preocupado com esse plano — Admitiu.
— Bom Dominic, eu joguei as cartas agora é só aguardar.
— Nós não deveríamos confiar na CIA.
— E não confiamos.
— E você acha mesmo que eles vão nos dar Kaleb pela boa vontade dos corações de ouro deles? — Dominic ironizou.
— Eu tenho minha carta na manga.
— Será que vai ser suficiente?
— Eu espero — Falei pegando um copo de uísque em um armário e indo ate a cristaleira para pegar a garrafa de Johnny Walker — Porque se eu for cair — Falei me servindo o uísque fazendo uma breve pausa  — Eu vou com tudo e levo todos juntos! — Garanti após pousar o litro no balcão, levei o copo ate a boca e tomei um gole.

III Livro Mafiosa - Imprescindível  (Sem Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora