III Livro Mafiosa - Imprescindível (Sem Revisão)

36. Descarga

A ligação chamou e no segundo toque, a pessoa que estava do outro lado da linha atendeu.

— Fez um bom voo? — Questionei sarcástica.
— Primeira Classe, é sempre um prazer — Ela comentou com deboche.
— Londres não é meio óbvio? — Questionei com desprezo.
— É o meu território, não é? — Azula me provocou, controlei minha raiva.
— E pensar que eu estive durante quase um ano no sei território — Murmurei.
— E quem disse que eu não sabia? É o meu território Victória, eu sei quem entra e eu sei quem sai.
— Engraçado — Comentei — Esse era o mesmo discurso que eu escutava sobre a Itália.
— Bom, eu pensava que tinha sido Lorenzo a derrubar todos. — Ela me provocou, novamente me controlei.
— Claro, se com isso você quer dizer esperar eu fazer todo o trabalho e comer pelas beiradas como uma barata. Lorenzo era baixo Azula, acho que você deve se identificar... — Rebati — Foi um banho de sangue, isso eu lhe garanto.
— Por que me ligou Victória?
— Queria te fazer uma pergunta — Admiti — O que você acha que acontece com alguém que perdeu quase tudo? — Questionei e Azula gargalhou.
— Você ainda tem Dominic e Kaleb — Ela discordou ignorando a minha pergunta e foi a minha vez de rir.
— Esse é o ponto — Expliquei — Você ameaçou me tirar uma das três pessoas mais importantes da minha vida, que me restam. De verdade, o que você acha que vai acontecer com você?

Azula gargalhou — Eu quero ver você tentar!
— O.k só não diga que eu não avisei — Ameacei desligando aquela droga de chamada.

Bufei — Eu vou mata-la! — Falei para Dominic.
— Eu disse que essa ligação não era uma boa ideia.
— Má ideia é essa desgraçada continuar respirando. — Proferi me controlando.

Eu estava sentada, Dominic contornou minha cadeira e colocou aos mãos nos meus ombros fazendo uma massagem.

— Esqueça Azula por enquanto Vic, os negócios precisam da nossa atenção. Sua presença é pedida no Héstia.

Bufei irritada, ele tinha razão.

— Agende uma "faxina" — Falei para Dominic me levantando.
— Em menos de uma hora estarão aqui Vic, me era meio obvio que fossem procurar por Kaleb aqui.
— Ótimo! — Respondi deixando o escritório.

(...)

Eu estava finalizando de checar algumas coisas com a gerente do Héstia quando Hanna irrompe o escritório nos interrompendo.

— Algum problema? — Questionei enquanto eu observava a papelada por cima do ombro da mulher que estava sentada, ela havia me oferecido o assento que ocupava gentilmente, mas eu recusei e tão pouco queria sentar nas poltronas que ficavam a disposição dos "convidados" para aquela sala.
— É aquele detetive chefe, ele esta aqui e deseja falar com a senhora — Hanna me informou, olhei para ela, bufei e passei a mão no rosto de forma impaciente.
— Olha se quiser...
— Ele está sozinho? — Questionei interrompendo-a — Ele tem um mandado?
— Nã-a...
— Ótimo — Nem esperei Hanna terminar de falar e ja puxei um bastão de beisebol que ficava guardado debaixo da mesa do escritório, comecei a andar em direção a saída do escritório.
— Chefe eu não acho que isso seja uma boa ideia — Hanna recomendou me seguindo.
— Como diabos ele sabia que eu estava aqui? — Questionei seguindo em frente pelo corredor.
— Ligue para Dominic — Ordenei e quando eu estava chegando ao corredor, já próxima a bancada dos baristas, escondi o taco nas minhas costas e abri um grande sorriso, ele estava de costas e dois dos seguranças o vigiavam.

Era de tarde e o lugar só abriria a noite. Então éramos apenas eu e minha equipe.

Ao perceber a minha presença o homem girou o banco dando de cara comigo.

— Olá Victória — Ele disse com um sorriso provocador e em tom de deboche.
— O que você quer? — Questionei e dei uma bufada.
— Conversar, obviamente! — Ele respondeu em prontidão.
— Você tem um mandado? — Questionei com desdém.
— Bem — Ele deu uma breve pausa como se tentasse recordar de algo — Não para este lugar — Informou e eu abri mais ainda meu sorriso sem humor.
— Perdão, acho que eu não entendi o que você disse — Declarei incrédula.
— Temos um mandado de prisão para seu irmão Victória — Ele falou com satisfação — A policia deve estar buscando por Kaleb na sua casa, nesse exato momento em que estamos conversando.

Eu gargalhei sem humor, eu estava rindo mesmo era da falta de amor próprio do maldito detetive e ele também gargalhou me provocando. Soltei uma risada nasalada e então puxei o taco das costas e num movimento brusco e moderado, o golpeei entre o ombro e o bíceps e o homem acabou desequilibrando-se e caindo no chão graças ao impacto daquela colisão. No chão, ele tinha uma expressão de dor, mas continha os gemidos.

— Vocês dois circulem a área e verifiquem se não tem nenhum carro suspeito em torno do clube. Carros pretos ou Vans são muito utilizados pela policia. — Ordenei aos dois que logo foram acatar a minha ordem e sairão, Hanna chamou outra dupla.
— Vocês dois o arrastem para o depósito, destruam o celular e busquem por escuta ou câmera. Passem um pente fino nele! — Exigi e os homens levantaram e arrastaram um Hernandez que acabou não conseguindo mais segurar e gemeu de dor. E foi a força, debatendo-se e praguejando todos os mais "lindos" nomes.

— Conseguiu falar com Dominic? — Questionei para Hanna que mantinha o aparelho celular em sua orelha.
— Ainda não — Declarou em meio a um sussurro.
— Continue tentando e faça um pente fino no balcão e no banco também — Declarei a deixando e seguindo para o depósito atrás do Héstia.

Um dos meus homens abriu a porta enquanto o outro acendeu o interruptor, eu brincava de bater o taco na mão enquanto os seguia. O que havia aberto a porta, jogou Hernandez no chão, o homem rolou ate finalmente se chocar contra a parede e ali permanecer deitado. O outro fechou a porta atrás de nós e eu puxei uma cadeira de metal que havia ali perto, me sentei sem nunca largar o taco.

Cruzei minhas pernas e observei os homens revistando o detetive. Um quebrou o celular dele enquanto o outro vasculhava nas roupas, nas meias, nos sapatos e ate na própria cueca. Os brincos, relógio e anel do detetive foram destruídos junto com o celular do homem.

— Se você queria um streap era só ter pedido Victória — Ele debochou com o tom de voz um tanto sofrido.
— O que você esta tentando fazer aqui Hernandez? É sério, isso não é patético?! — Respondi ignorando a piadinha.
— Relaxa, não precisa ficar nervosinha. Eu só vim perguntar do paradeiro do seu irmão! — Ele disse tentando se recompor enquanto se levantava.
— Não — Eu falei com raiva — Você veio aqui encher o meu saco porquê me ver irritada é um entretenimento de primeira pra você — Falei me levantando com o taco na mão, ele estava em pé me encarando — Você sabe que eu não sei onde Kaleb esta e qual seria a lógica em te contar qualquer coisa?!
— Você agrediu um policial Victoria — Ele disse num tom sugestivo e ironico.
— O que? Vai me prender de novo? — Perguntei sarcástica — Porque funcionou tão bem da ultima vez! — Provoquei e ele riu.
— Você não é intocável — Ele rebateu.
Eu gargalhei alto e então entreolhei a mim e o homem.
— Não sou? — Indaguei retoricamente — Você realmente tem expectativas sobre sair vivo daqui? — Questionei.
— Você não pode me matar, não ainda — Ele falou seguro e eu me aproximei mais dele.
— Você tem razão Hernandez — Concordei com ele — Mais hoje você vai ser o meu saco de porradas substituto! — Revelei erguendo o bastão para o lado e golpeando-o no braço, ele foi ao chão novamente gemendo de dor.