3. Abra um maldito sorriso

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Segurei minhas lágrimas tentando descobrir se eram os hormônios ou apenas o fato de eu estar completamente esgotada daquela palhaçada, Lorenzo mais uma vez havia conseguido arruinar um importante momento da minha vida. Ver e ouvir pela primeira vez os batimentos cardíacos do meu filho ou filha, deveria ser um momento único quando o bebê que crescia no meu ventre tivesse  tempo suficientes pra isso. Mas ele havia transformado em um momento sofrido, carregado de incertezas e precoce.
Uma estranha fazia um exame ao mesmo passo que o desgraçado capturava cada segundo com a câmera do celular. Eu estava completamente angustiada sem a mínima noção do que poderia fazer, eu tinha medo, medo de Tristan não acreditar ou simplesmente ignorar, medo de apodrecer aqui, medo de Lorenzo matar meu filho.
Mas pelo meu filho eu precisava ser forte e bancar a prisioneira obediente por hora, eu não o provocaria mais porque eu sinceramente já não tinha a menor ideia do que ele era capaz.

Depois de toda aquela palhaçada, finalmente me vi sozinha naquele quarto, fechei meus olhos e apaguei... o cansaço emocional estava me matando.

(...)

Acordei com o barulho das algemas sendo abertas, Lorenzo olhava para mim com uma expressão fria.

— O que você quer agora? — Perguntei preocupada e me esforçando para não parecer muito grossa.
— Preciso que você fale com Caim! — Disse me entregando o celular — Estou farto dessa babaquice de código de assassinos. Você vai cancelar esse maldito contrato Victória! — Mandou irritado, eu não o questionei ou resisti, apenas agilizei o processo para me ver livre dele.

— Victória? — Caim atendeu a ligação num tom surpreso.
— Cancele o contrato! — Ordenei com um grande pesar mas fiz.
— Tem certeza?
— Absoluta, apenas o faça! — Insisti.
— Tudo bem então! — Concordou, entreguei o telefone para Lorenzo que sorria de uma ponta à outra.
Ele abafou o microfone do celular e me olhou — Você está tão mansinha! — Comentou com sarcasmo — Essa gravidez parece estar te dando algum tipo de juízo! — Soltou e saiu satisfeito, quase fiquei aliviada mas Lorenzo tornou novamente para me dizer algo que me deixou completamente confusa e mais irritada do que eu já estava.
— Nós vamos nos divertir hoje Victória e antes mesmo que pense em protestar, lembre-se, eu tenho a vida do seu filho em minhas mãos! — Ameaçou fitando minha barriga e dessa vez me deixando de verdade.

Desabei na cama tentando me preparar psicologicamente para o que quer que me aguardasse.

(...)

Depois de tomar meu banho fui surpreendida com algo em cima da cama, havia um vestido, joias e um par de saltos com um bilhete de Lorenzo.

"Comporte-se essa noite"

Amacei o papel irritada e reparei no decote do vestido luxuoso preto, qualquer que fosse esse seu joguinho de manipulação ou de tortura eu apenas deveria seguir no ritmo, como constatado... eu não tinha muita opção.
Me sentei na penteadeira de madeira daquele quarto observando as recém maquiagens que haviam sido deixadas ali, eu tinha que me esforçar? Era sério?
Me forcei a fazer uma maquiagem digna e um belo penteado, entrei naquele vestido mesmo que todas as celular do meu corpo se negassem, coloquei os brincos e calcei os saltos ansiosa e completamente insegura.

Ele entrou no quarto, dentro de um terno impecável e me olhou dos pés à cabeça abrindo novamente aquele sorriso idiota que em uma oportunidade perfeita eu os arrancaria um por um com um maldito alicate e uma serra

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Ele entrou no quarto, dentro de um terno impecável e me olhou dos pés à cabeça abrindo novamente aquele sorriso idiota que em uma oportunidade perfeita eu os arrancaria um por um com um maldito alicate e uma serra.

— Bom saber que você está realmente se empenhando enquanto se manter assim, seu filho estará a salvo!

Engoli minha saliva e me levantei quando ele disse "Vamos", ele me puxou pela mão e eu a soltei de imediato interrompendo meus passos.
Lorenzo virou-se para mim com uma expressão irritada.
— O que pensa que está fazendo? — Questionou.
— Estou fazendo tudo que me pede, só não me toque por favor! — Pedi sentindo uma ânsia de vômito.

Ele soltou uma risada forçada e se aproximou de mim com uma expressão intimidante.
— Você não tem nenhum direito Victória, precisa entender isso... você me pertence até o Blake decidir se vai me entregar Los Angeles e até lá, sou seu dono, você faz o que eu quiser e quando eu quiser! — Ditou alto e claro, controlei novamente todas as células do meu corpo para não fazer qualquer expressão ou ato que me ocasionassem alguma consequência grave, apenas concordei e baixei a cabeça, ele voltou a pegar na minha mão me dando asco, permiti que ele me guiasse e quando dei por mim, estávamos prestes a descer as escadas do casarão para nos juntarmos a um evento que estava acontecendo.

Eu não conhecia nenhuma daquelas pessoas e elas também não pareciam me conhecer, paramos no topo da escadaria e todos os olhares se voltaram para nós dois, fiquei perplexa sem entender o que bulhufas se passava.

— A propósito, mal se nota que você esta gravida. Esse vestido lhe caiu muito bem! — Sussurrou ao meu ouvido me causando arrepios do tipo que deixavam todo o meu corpo em alerta.
— Agora abra um maldito sorriso para os meus convidados por favor! — Mandou num sussurro baixo e autoritário, o fiz, novamente sem questiona-lo.

III Livro Mafiosa - Imprescindível  (Sem Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora