Bônus Kaleb

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De longe eu observava o carro capotado e homens retirando os corpos do carro e os que estavam na estrada. Ate chamaram uma ambulância mas foi completamente inútil. Policiais e peritos andavam pela cena muito provavelmente perguntando-se o que havia acontecido e como iriam resolver aquilo.
Tristan reduziu os capangas que acompanhavam Lorenzo a "cinzas" sobrando apenas o dito cujo. Cruzei meu braço assistindo toda a cena enquanto esperava ansiosamente a ligação de Dominic. Meu telefone tocou dentro do bolso e eu o levei até o ouvido.

— Tristan esta com Victória. — Ele informou me tranquilizando.
— Ótimo! — Respondi aliviado — Encontrou um médico pra concertar o degenerado do meu irmão? — Questionei contendo minha raiva e desprezo.
— Sim, ele disse que Lorenzo vai acordar muito provavelmente amanhã.

Engoli minha saliva.

— Perfeito, tenho grandes planos pra ele! — Respondi desligando a ligação.

...

Me sentei numa cadeira velha que havia ao lado da pequena, acabada e desconfortável cama onde ele estava deitado descansado. Dormia um sono profundo, tão indefeso e entregue.
Mas seria fácil demais acabar com ele naquele estado. Eu não havia mandado Dominic encontrar alguém para concerta-lo para que ele tivesse uma morte tão simples e patética. Eu tinha um plano e cumpriria de acordo, por mais que eu soubesse que muito provavelmente Victória também quisesse vingança. Simplesmente resolvi que isso não ficaria a cargo dela, no momento seria melhor que ela se cuidasse.
Observei as bandagens no olho esquerdo. De alguma maneira, em meio ao caos e o que ela julgava serem seus últimos momentos ela disparou contra Lorenzo mas não obteve sua morte como queria, entretanto ela lhe causou um estrago. Ele havia perdido a visão do olho direito graças a bala que ela lhe proporcionou.

No momento eu estava tranquilo, focado e concentrado nos meus planos.

Por mais que a mera possibilidade dele ter tentado matar mais um membro da minha família me enfurecesse, quando chegamos ao local onde tudo aconteceu, eu sabia que não havia sido ele. Ele precisava de Victória, um de seus malditos capangas havia respondido com um tiro o disparo que ela efetuou nele. Mas o homem incompetentemente e pelo bem da minha própria irmã, errou o disparo, foi apenas de raspão e por isso eu era verdadeiramente grato.

Aos poucos o loiro ao meu lado foi recobrando sua consciência, o encarei e assim que percebeu a situação que havia se envolvido. Medo e resquícios de audácia brilharam em seu olho azul restante. Eu abri um grande sorriso melindroso e pela sua expressão acho que ele já conseguia ter a mínima ideia do que lhe aconteceria já que não estava morto. Não ainda, um mero estouro de seus miolos era rápido demais, piedoso demais. Ele não merecia, ele merecia algo muito pior e eu estava disposto a isso. Mesmo sabendo que ele era meu sangue, mesmo sabendo que era eu quem cuidava dele na infância.

Eu havia lhe colocado tantas vezes para dormir depois que ele tinha algum sonho ruim. Mas agora eu iria virar seu pesadelo.

— Não se esforce! — Sugeri quando ele percebeu que seus lábios estavam selados com fita cinza e seus pulsos e tornozelos presos aquela cama de metal por algemas.
— O que eu tenho em mente pra você não pode ser feito aqui — Expliquei brincando com o pequeno canivete que eu tinha em mãos. Não, eu não ia perfurar sua pele ou retalha-lo como inúmeras vezes sonhei. Simples demais, eu não queria me sujar com seu sangue.

— Veja, acho que romantizei demais esse momento — Admiti — Poetizei demais e enfiar uma bala na sua cabeça seria fácil demais pra você. Preciso que pague por seus crimes e preciso sentir essa satisfação mesmo que seja momentânea e não traga minha família de volta.

III Livro Mafiosa - Imprescindível  (Sem Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora