10. Shit

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— Que droga você acabou de fazer Pink? — O denominado Mr. Blond questionava, os quatro olhavam para o corpo sem vida de Aníbal.

— Merda, merda, merda! — O Mr. Blue resmungou.

— Nós estamos fodidos! — Mr. Blond completou para o desespero dos outros.
— Por que diabos fez isso Pink? — Mr. Blond insistiu querendo entender aquela situação, eu estava no sofá, sentada e mais tranquila depois do ocorrido.

— Ele ia estuprar ela. — O Mr. White explicou e os dois ficaram em silêncio até resolver quebrarem-o.
— E você realmente tinha que matar ele? — Mr. Blue questionou — Haviam mil e umas maneiras para lidar com esse cara. — Disse de forma preocupada.

— E agora? — Mr. Blue questionou — Quando Lorenzo voltar, ele com certeza vai querer saber o paradeiro do "amiguinho" dele. — Concluiu.
— Ora Blue, não seja tão idiota. Nós podemos mandar uma mensagem do celular dele pra Lorenzo! — Mr. Blond explicou formulando um plano — Eu mando uma mensagem me passando por esse idiota avisando que pedi para me buscarem. — Sugeriu.

Mr. Blue soltou uma risada forçada.
— Você é imbecil? E se ele tiver dito alguma coisa a Lorenzo que anule completamente essa desculpinha de "mandei alguém me buscar?" — Questionou.
— Nós nem sabemos como era a relação desse idiota com Lorenzo, podemos foder com tudo se falarmos qualquer coisinha errada! — Avisou confuso e temeroso.

Mr. White me olhou e mesmo que eu não conseguisse ver sua expressão facial eu sabia que ele tinha tido uma ideia.
— Ele vai entregar ela para alguém poderoso não vai? — Questionou e os companheiros resolveram prestar atenção nele.
— E se enganássemos Lorenzo? — Mr. White também começava a desenvolver um plano.

— Bem, ela pode se comunicar com ele — Sugeriu — Provavelmente vamos ganhar mais pedindo um resgate por ela do que trabalhando pro idiota do Lorenzo.

Todos pareciam refletir por alguns segundos.

— Eu topo! — Mr. Blond foi o primeiro a falar.
— Eu também. — Mr. Pink disse.
— Não sei não... estamos na Itália, num território desconhecido! — Debateu Mr. Blue — E se o lunático vier atrás de nós?

Mr. Pink soltou um pigarro — Faremos isso rápido. — Tentou convencer o companheiro — Pedimos 4 milhões e 4 lugares em qualquer que seja o meio de transporte que o familiar ou marido dela tenha vindo! — Sugeriu.

— Eu topo, inferno! — Mr. Blue falou hesitante e os três restantes comemoraram, Mr. Pink tirou a fita da minha boca e eu aproveitei os breve segundos para respirar um pouco, ele se encostou na parede empunhando uma pistola mas não apontando-a para mim.

— Comece a falar, morena! — Ditou e eu resolvi explicar tudo que eles queriam saber.

Não demorou muito para que eles finalmente me dessem um telefone para que eu ligasse para Dominic, eu me emocionei um pouco ao falar com ele porque da última vez que havíamos nos comunidade eu realmente achava que ia morrer.

— Tem uma pessoa querendo falar com você!
— Tudo bem... — Concordei segurando o choro.
— Você está bem? — Ouvi a voz moderada de Blake, como se estivesse se contendo de alguma forma.
— Estou sim. — Revelei segurando o telefone como se minha vida dependesse daquilo.
— Escuta, sei que não sou uma boa pessoa e nem que consigo me expressar abertamente mas eu queria te falar que EU TE AMO , eu amo você e essa criança e no que depender de mim. Daqui a algumas horas vocês dois estarão seguros comigo dentro de um avião. — Ele disse e eu deixei algumas lágrimas escaparem.

— Vic? — Ele me chamou.
— Eu também te amo! — Falei mas por algum medo idiota resolvi ser breve — Eu preciso passar a ligação para o Mr. Pink agora. — Falei soltando um suspiro e entregando o telefone para o Mr. Pink para que eles acertassem os detalhes que faltavam e eu finalmente me visse livre de todo aquele pesadelo.

Tristan e os militares haviam marcado o encontro em um pequeno hotel na estrada a uns 20 km de distância.

Eles limparam a cabana e enterraram o corpo de Aníbal, me colocaram num carro e resolveram seguir as instruções de Blake.
Os militares resolveram parar numa loja de conveniência para comprar celulares pré-pagos e manterem a comunicação com Blake, destruindo os celulares que Lorenzo mantinha comunicação com eles.
Pela primeira vez em meses eu tinha esperança.

Estava anoitecendo e eles seguiam tudo conforme o planejado ate que o Mr. Pink acorda o Mr. White que encontrava-se cochilando no banco do carona, os outros me vigiavam, apesar deles terem matado o cara que ia me estuprar em nada mudava minha condição de refém. Seu eu fizesse alguma merda eles claramente me matariam.
Já estávamos um pouco próximos ao local de encontro quando Mr. Pink percebeu que estávamos sendo seguidos e a partir daí as coisas viraram uma bagunça.

Nosso carro começou a ser alvejado por disparos, assim como os outros dois que sentavam-se ao meu lado eu me abaixei, protegendo-me das balas, olhei pro retrovisor do carro e percebi que éramos seguidos por dois carros.
— MAS QUE MERDA BLUE EU NÃO MANDEI VOCÊ VERIFICAR O MALDITO CARRO? — Era verdade, antes que saíssemos da cabana, o neurótico mas não tão errado Mr. Pink havia mandado todos procurarem por rastreadores.

— EU OLHEI! — Declarou enquanto o Mr. Pink fazia manobras perigosas e velozes tentando nos livrar daquela situação, eu não sabia o que fazer.
Continuamos a ser alvejados ate que eu percebo que um tiro pegou no Mr. Pink.
Gritei horrorizada e o carro perdeu o controle, quando eu menos esperei senti o impacto do carro e tudo ficou preto.

Abri meus olhos tentando me situar, nosso carro havia capotado e reparei nos dois carros que haviam estacionado a uma distância considerável, vi o par de sapatos se aproximando e logo meu olhar foi pra cima, raparei que era Lorenzo com uma pistola em mãos e acompanhado de seus capangas que também estavam armados.

Eu chorava de dor tentando sair de dentro daquele carro mas sem êxito, o cheiro de sangue se mesclava ao de gasolina. O corpo do Mr. Blue estava fora do carro enquanto o do Mr. Blond estava quase caindo mas o cinto de segurança o segurava.

Lorenzo se aproximava mais e eu batalhava para sair dali. Mas eu estava cansada e sem forças.

— Não se preocupe Vic... vamos tira-lá daí! — Ele disse com um tonzinho de satisfação, além da dor no meu corpo, uma dor aguda também emanava do meu ventre e eu sabia exatamente do que aquilo se tratava...

Respirei fundo, na hora que ele descobrisse, eu seria uma mulher morta de qualquer maneira. Reparei na arma que havia caído meio ao caos do acidente, lutei para alcançá-la enquanto Lorenzo agachava-se e dava instruções para seu outro capanga.
Peguei a pistola discretamente, desativando a trava com apenas um mão.
Ignorei todas suas provocações deixando a arma no ponto.
A puxei para fora e sem pensar fechei os olhos disparando-a, ouvi dois disparos e senti uma ardência no lado esquerdo da minha cabeça, minha visão ficou preta.

III Livro Mafiosa - Imprescindível  (Sem Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora