Continuação
Dirigindo como uma maluca, finalmente cheguei aquele antro, a localização havia se tornado um ponto bastante frequentado por mim nesses últimos dias.
Depois de ser revistada pelo menos umas sete vezes, finalmente as portas do escritório de Sean se abriram para mim.Ele estava sentado como de costume, exibindo um grande sorriso irritante de satisfação.
Olhei para o lado e vi dois homens cercando Matthew.
Um estava de luvas, segurando um pedaço de ferro quente na mão. O outro tinha uma semiautomática apontada na direção da cabeça de Matthew.Preso a uma cadeira, completamente vulnerável. Sua blusa branca estava rasgada e manchada de sangue assim como a calça jeans. Os rasgos evidenciavam os cortes e hematomas em seu peito.
Ele também estava descalço e seu pé direito estava em carne viva.
Cabisbaixo, exausto e suado. As madeixas escondiam seus olhos e ele parecia estar desacordado.— Conhece as regras — Sean declarou olhando de relance para o homem que apontava uma pistola para Matthew — Mova um músculo e eu acabo com ele, de forma definitiva dessa vez. — me avisou com uma expressão provocante.
Contendo toda minha fúria e indignação, me mantive calma. Qualquer movimento brusco e eu o perderia para sempre.
— O que diabos você pretende comigo fazendo isso? — questionei sentindo minha voz crescer com raiva — É assim que pretende ganhar minha amizade?Sean gargalhou — Não foi eu quem começou — declarou — Eu só estou lembrando-o com quem ele estava falando. Por algum motivo esse bastardo parece ter esquecido.
— Sean, o que você quer pra tira-lo dessa situação? — questionei.
— Por enquanto? Nada.O olhei com fúria e indignada.
— Então...
— Esse verme esqueceu o próprio lugar, só estou o relembrando! — explicou — Vindo ate a minha casa, me amaçando... como se ele tivesse algum poder por aqui! — resmungou autoritário.
— NA MINHA CASA! — gritou — Diga-me mafiosa, se alguém te desafiasse, em sua própria casa, da maneira como esse maldito chegou aqui. Você deixaria? Você simplesmente aceitaria? — ele questionou.Não, eu meteria uma maldita bala. Era isso que eu responderia se ele estivesse falando sobre alguém que eu não desse a mínima. Mas me mantive em silêncio, pelo bem da integridade física de Matthew.
— Eu acho que você me entende bem — ele supôs.
— Eu só queria saber o motivo...Sean deu uma gargalhada.
— Não é óbvio? Você! — declarou e eu me mantive e silêncio me sentido pior do que eu já me sentia.
— Seu cavaleiro de branco — debochou — veio até aqui tentando defender sua honra.— Por que? — questionei confusa.
— É bem obvio, você não acha?!Sean gargalhou e então era como se eu enxergasse pela primeira vez, eu sabia que ele gostava de mim, mas isso que se passava na minha cabeça parecia absurdo.
— Não pode ser — murmurei ainda me acostumando com aquela ideia.
— É claro que pode, não só pode como é realidade. — Sean declarou levantando-se e indo em direção a Matthew.
— Ele veio aqui exigir que eu me afastasse de você, como se ele tivesse algum direito sobre isso — contou olhando Matthew desacordado — Se fosse a alguns anos atrás, Matthew me faria tremer, mas hoje em dia ele não passa de um verme. Ele lava nosso dinheiro e é isso, nada mais, nada menos. Ah e faz alguns servicinhos extras de vez em quando.— O que você quer que eu faça para soltar ele? — questionei menos furiosa e mais preocupada com aquilo tudo.
— Eu já disse que você não pode fazer nada!
— Você já demonstrou poder, continuar com isso é desnecessário.
— Eu discordo — ele gargalhou — Eu me diverti bastante.— Sean, apenas diga o que eu preciso fazer pra você deixar Matthew em paz. — fui incisiva.
Sean gargalhou novamente e eu sentia o escárnio e o tom de satisfação emanando.
— Passe aqui amanhã — declarou me dando as costas — E cuide para que seu maldito brinquedinho não se meta mais nos nossos planos — falou saindo com os capangas e nos deixando a sós.
Me contorci por dentro, mas aceitei, aquele não era o momento ideal para fazer besteira. Matthew precisava de ajuda.
Corri ate Matthew que ainda estava desacordado, tentei acorda-lo com algumas batidinhas no rosto. Mas ele estava frio e pingava de suor basicamente. Provavelmente aquela tortura havia lhe colocado em choque.
Cuidadosamente removi as amarras de suas mãos, liberando-o daquela cadeira delicadamente.
Foi quando eu o ouvi, com um timbre cansado e uma respiração pesada.— Vic... — murmurou em um tom exausto e confuso.
— Preciso que se apoie em mim — eu pedi passando a mão dele por cima dos meus ombros, servindo de apoio e tentando leva-lo para fora desse maldito antro.
— E-eu estou cansando... — declarou com um pouco de dificuldade.
— Eu sei, mas eu preciso te levar daqui — falei enquanto aos poucos dávamos os primeiros passos, eu estava um caos. Atrapalhada e ele pesava, mas nada abalaria minha maldita determinação em deixar aquela droga de lugar.
— Você precisa ir para um hospital. — declarei ainda controlando toda fúria que eu sentia dentro de mim.— Eu sinto muito — ele pediu entre gemidos de dor enquanto aos poucos caminhávamos pelos corredores daquele maldito covil. Tudo era mais complicado devido ao estado debilitado dele. Surrado e mancando graças as queimaduras que sofreu no pé. Passávamos pelos seguranças e eles apenas nos encaravam sem esboçar quaisquer reações ou ajudar. Provavelmente ordens daquele maldito.
Demorou um pouco, mas finalmente saímos daquele inferno, eu estava prestes a puxar meu maldito celular para pedir uma ambulância quando ele foi atingindo pela exaustão de toda aquela tortura, prevendo o que aconteceria, me agarrei a ele colocando meu braço atrás da sua cabeça afim de amortece-la da provável queda, fomos juntos ao chão, eu consegui não machucar minha cabeça e proteger a dele.
De repente ele começou a gargalhar, me aterrorizando e então virou ficando de cabeça pra cima e olhando o céu. Eu me sentei rapidamente tentando verificar se ele estava bem na medida do possível, eu precisava levanta-lo e ligar para uma maldita ambulância e as pessoas que estavam a poucos metros em uma fila gigantesca sequer pareciam preocupadas em nos ajudar.
— Matthew! — o chamei preocupada.
Ele soltou mais uma gargalhada me preocupando.
— A gente precisa levantar! — declarei prestes a fazê-lo sair daquele chão, precisavamos de uma ambulância urgente.Matthew continuou com a gargalhada.
— Matthew para! — pedi segurando minhas lágrimas.
— Eu te amo — ele declarou e de repente os olhos fecharam.Eu comecei a sacudi-lo e ele não reagia, coloquei o telefone no viva voz enquanto eu chamava uma maldita ambulância.
VOCÊ ESTÁ LENDO
III Livro Mafiosa - Imprescindível (Sem Revisão)
RandomNo ultimo momento, quando tudo parecia estar sobre controle... o jogo vira. Lorenzo havia ascendido e agora Victória estava prestes a degustar um pouco do inferno pessoal de Enzo. Atenção!! O conteúdo deste livro é completamente ficcional e recomen...