Eu não tinha a menor ideia de como havíamos chegado até aquele sofá. Deitada por cima dele e com minha cabeça repousada em seu músculoso peitoral, eu brincava de fazer círculos com o dedo indicador esquerdo sobre seu abdômen definido. Ele por outro lado, enquanto uma de suas mãos acariciava meu braço a outra brincava com uma mecha do meu cabelo.
Estávamos nus, suados e ofegantes. A exaustão causada por nossa ampla satisfação era incrível.
Ainda sem tirar minha cabeça de seu peito, a inclinei encontrando o famoso par de olhos esverdeados focados em um lugar qualquer do escritório enquanto ele parecia perdido em pensamentos distantes.Já fazia um bom tempo que estávamos em silêncio. Desde de que nos saciamos, nenhum de nós dois ousou dizer qualquer coisa, trocar qualquer palavra. E agora eu sentia uma grandíssima sensação de déjà vu. Então decidi irromper a nossa quietude.
— Estar nos seus braços me deu uma puta sensação de déjà vu — comentei — Eu costumava ter um sonho exatamente assim — confidenciei quebrando nosso silêncio.
— Assim como? — ele questionou interessado, agora suas iris me encaravam. — Do jeito que tudo acabou de acontecer? — manteve o interesse.Eu soltei um longo suspiro. A verdade era que essa sensação, sonho, premonição... o que, quer que fosse era o que tinha me mantido sana e forte durante o tempo que estive cativa por Lorenzo. Encontrar Tristan nos meus sonhos ou alucinações era o que me mantinha firme por mais doloroso que aqueles dias tivessem sido. Seus braços eram de fato o meu porto seguro.
Abri um sorriso e resolvi não revelar o que estava por de trás daquela epifania. Eram águas passadas, feridas curadas que não precisavam serem reabertas ou mencionadas em voz alta. E eu o conheci, ele se culparia por algo que nunca havia tido culpa. Algo que não era sua responsabilidade, na verdade, aquela atribuição era somente minha e demais ninguém.Neguei com minha cabeça — Estar nos seus braços — revelei — Você é meu porto seguro Tristan — declarei e analisei o lindo sorriso que se formou na boca dele.
— Espero que não enjoe fácil, pois vamos ter que repetir isso pelo resto das nossas vidas! — brincou.
— Não há nada nesse mundo que eu deseje mais! — admiti e foi minha vez de sorrir.Ele colocou as mãos na minha bunda e me trouxe mais pra cima fazendo minha boca ficar na altura de seus lábios.
— Eu te amo pra caralho! — declarou me encarando.
— Eu também te amo pra caralho! — correspondi a declaração e então ele me puxou pra mais um beijo profundo e faminto....
— Você não vai andar pela casa assim Victória — ele repreendeu me entregando sua blusa.
— Bom eu não teria que andar só de sutiã e blaser se um certo alguém não tivesse acabado com a minha blusa — resmunguei erguendo com minha mão livre os trapos que antes haviam sido uma blusa de grife.Ele soltou uma risada — Se você quiser, nós viajamos pra Paris hoje e eu te compro uma maldita loja! — declarou e eu gargalhei.
— Proposta tentadora... mas não — respondi — Não agora, pelo menos!Escaneei o escritório até finalmente achar a renda roxa no chão, larguei o que havia sobrado da blusa e me inclinei para pegar a calcinha.
Um segundo depois ouço um estalo e uma maldita ardência do lado direito da minha bunda.
— Aí! — resmunguei e olhei para trás apenas para me deparar com Blake escorado em sua mesa, de braços cruzados e um imenso sorriso malicioso estampado em seus lábios, ele mordiscou o lábio superior e me olhou com mais safadeza.Bufei e então rodei a calcinha na ponta do meu dedo indicador.
— Você acabou com a minha blusa, mas deixou a calcinha intacta por que? — questionei curiosa me controlando para não pular em cima dele novamente, se continuássemos nesse ritmo, era provável que jamais deixaríamos esse escritório.
Ele gargalhou — Eu não queria estragar o embrulho do presente! — declarou e eu dei um leve tapa em seu ombro vestindo sua blusa branca social.Notei os olhos dele percorrem por todo meu corpo.
— Você esta me testando — comentou.
— Testando? — questionei.Blake havia vestido apenas sua calça social, seus músculos estavam expostos e eu fazia uma força do caralho para não me perder pelo seu abdômen.
— Minha coluna não vai mais aguentar nem a mesa, nem o chão e nem o maldito sofá ou a parede — declarou — Eu só queria fazer um bom uso da maldita cama de 30 mil dólares — desabafou de um jeito brincalhão e eu gargalhei. — É pedir muito? — continuou com um olhar pidão.
— A cama vai ter que esperar — cortei sua onda — Estou morrendo de fome! — Constatei passando a mão na minha barriga, Tristan me encarou um tanto serio por alguns segundos, mas logo o sorriso voltou a brilhar em seus lábios.
— Que tipo de noivo eu seria se não alimentasse a minha noiva — declarou me entregando minha calça.E eu senti as borboletas no estômago voarem ao ouvir aquela sentença.
Noivo e Noiva, esse era o nosso novo status. Eu mal podia esperar para usar o sobrenome Blake ou que ele usasse o Santori... tanto faz.Depois que vesti minha calça, Blake me puxou pela mão. Guiando-me para fora do escritório, passamos por alguns corredores ate chegar nas escadas, alguns seguranças ate olhavam de forma curiosa para nós, mas evitavam a todo custo transparecer.
Estávamos no seu quarto, novamente Blake abaixou as calças e eu tive a visão privilegiada de sua bunda. Resolvi devolver o tapa de mais cedo, o barulho de estalo e logo depois a minha mão marcada na sua linda bunda.
Ele resmungou — Caralho Victória! — eu gargalhei — Apenas devolvendo o que você fez comigo — justifiquei — A minha bunda ainda esta ardendo!
Ele bufou e então foi ate o closet, segundos depois, ele saiu vestindo apenas uma calça de moletom larga cinza e chinelos.
— Vamos pra cozinha — constatou.
— Eu preciso vestir algo confortável — contrariei — Me da uns 10 minutos e a gente se encontra na cozinha.Todas as minhas roupas estavam no apartamento no fundo da propriedade.
— Não — ele negou — Vai demorar demais! — disse voltando pro seu closet, logo ele saiu de la com duas peças de roupas nas mãos.
Uma calça larga, xadrez e quadriculada nos tons vermelho e preto. Uma blusa branca de mangas e comprida.
— E eu vou ficar sem calcinha por acaso? — Questionei pegando as roupas.
— Essa é a melhor parte — constatou se aproximando com um sorriso encantador — E só eu sei disso — declarou quase em um sussurro e senti meus pelos arrepiarem.Tirei sua blusa social branca e logo depois a minha calça preta.
Completamente nua, ele me admirava de novo, escorado em uma poltrona ali perto.— Mudei de ideia — constatou — Porque não vai nua mesmo?
Eu ri — Não era você que a alguns segundos atras estava reclamando de eu andar pela casa de sutiã enquanto os seguranças estão posicionados? — provoquei e ele riu — É verdade, mas tenho uma solução simples... basta eu matar o maluco que sonhar em olhar para você.
Eu gargalhei — Deixa eu me vestir — completei — nós precisamos comer!
Vesti a roupa que Tristan havia me dado. Fiz um coque no cabelo com a própria mexa e cá estávamos nós marchando para a cozinha.
Pelo menos a calça dele dava para apertar com um laço, agora a blusa havia se tornado um belo vestido e eu estava simplesmente adorando o cheiro dele em mim.Segurando minha mão ele foi me guiado ate a cozinha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
III Livro Mafiosa - Imprescindível (Sem Revisão)
AcakNo ultimo momento, quando tudo parecia estar sobre controle... o jogo vira. Lorenzo havia ascendido e agora Victória estava prestes a degustar um pouco do inferno pessoal de Enzo. Atenção!! O conteúdo deste livro é completamente ficcional e recomen...