43. Ilusão

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— Morrido? — Questionei o estimulando a falar.
— Eu realmente não sou a pessoa que deveria lhe falar sobre isso — Castle reforçou e resolvi deixa-lo em paz em relação a esse assunto.

— A cidade parece tranquila! — Comentei com Julian, eu observava as ruas pela janela enquanto pegávamos mais um desvio evitando as vias principais.

Ele soltou uma breve gargalhada e logo em seguida me respondeu.
— Esperava algo mais caótico?
— É o que se acontece durante uma guerra, não?
— Nós temos alguns acordos — ele informou me atiçando a curiosidade.
— Acordos? — repeti querendo saber um pouco mais.
— Ano de eleições Victória! — Julian resumiu e eu abri um sorriso. — Eu odeio politicagem. — resmunguei
— E quem não?!
— Eu achava que Tristan não se importava com esse tipo de coisa.
— E não se importa — Julian reiterou — Mas você sabe como as coisas funcionam... — continuou.

Soltei uma risada nasalada — Pra caralho! — concordei.
— Se as coisas acontecessem exatamente como Tristan gostaria, eu teria de fazer uma limpa na nossa folha de pagamento — ele divagou — O que não seria de todo mau...
— Muitos corpos?! — conclui o obvio.
— Sim, muitas pessoas públicas morrendo chamaria atenção demasiadamente desnecessária.

Eu sabia exatamente do que ele estava falando, não era sobre se expor para um FBI ou CIA. Era diante a sociedade, pessoas demais com consciência estragariam nossos negócios. Era assim que conseguíamos nosso dinheiro, explorando vícios. Era baixo, era sujo e sem sombra de duvidas era cruel. Mas, também era lucrativo.

— Além disso, Kyle odeia se expor e nos atacamos um carregamento de armas deles na semana passada! — Julian voltou para o primeiro assunto.
— O que me faz novamente questionar sobre o porque ele deixou uma oportunidade como essas passar? Era pra ele ir pra cima de você com tudo Victória.
— Justamente, eu apontei uma arma para ele no restaurante Julian — expliquei ainda incrédula — Por debaixo da mesa — completei.

Castle soltou uma longa gargalhada, parou por um breve momento provavelmente idealizando a cena em sua cabeça.
— Existem alguns locais na cidade que são considerados neutros, assim como NY também deve ter. Você provavelmente estava em um desses locais, recorda o nome por acaso?
— Não — respondi honestamente — Eu só queria comer, Julian.
— Ainda bem que eu te busquei então.
— Por que?
— Kyle pode até não ter feito nada, mas outras pessoas podem querer por ele, o que você fez foi uma afronta. Eles não vão deixar isso barato, ainda mais vindo de uma forasteira. Estou começando a desconfiar que seja exatamente por isso que ele não procurou ir atrás de você Vic.
— Ou talvez tenha sido porque ele estava acompanhado?
— Sophie — Julian concluiu.

Tornei a olhar para Julian, sua expressão foi de neutra para uma sombra de desprezo.

— Não sei porquê ainda me surpreendo — comentou em um tom sínico.

— Quem é ela? — indaguei novamente acendendo a curiosidade.

— Um cadáver ambulante — respondeu com desprezo e sem maiores detalhes, resolvi permanecer em silêncio ate o restante do percurso.

Novamente eu me encontrava na mansão de Tristan, duas vezes em menos de vinte quatro horas.
Julian conversava com algumas subordinados, provavelmente sobre acomodar minha equipe. Eu não fazia a menor odeia de onde seríamos alocados, foi então que ele me pediu para segui-lo e quaisquer vislumbre que eu poderia ter sobre me encontrar com Blake em algumas horas ou andando pela casa foram por água abaixo.

— Vocês vão ficar no apartamento — informou, enquanto atravessávamos uma distância relativa ate chegar ao local.
Uma mini mansão dentro de uma mansão basicamente.

Observei a casa de visitas, era um duplex luxuoso. Logo na entrada, fui surpreendida por uma ampla sala com um grande televisor e um belo conjunto de sofás. Mais adiante uma longa bancada de granito indicava a cozinha americana. Já havia uma servidora preparando uma refeição. As luzes da casa estavam acesas e pareciam ter pelo menos mais dois outros funcionários a nossa disposição. Provavelmente era assim que Tristan havia planejado. Ficar o mais longe possível de mim.
Julian subiu conosco para apresentar o andar de cima e seus quartos. Seis quartos, cada qual com seu banheiro e todos igualmente luxuosos. Já haviam subido com minhas malas para um quarto em especifico.
Agradeci Castle e resolvi me jogar na cama e descansar um pouco, a cozinheira que me perdoasse, mas eu preferi cochilar um pouco evitando a antecipação de ansiedade.

III Livro Mafiosa - Imprescindível  (Sem Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora