III Livro Mafiosa - Imprescindível (Sem Revisão)

7. Dúvidas

Encarei meu reflexo no espelho do banheiro, me olhei por alguns segundos tentando me reconhecer e era extremamente difícil. Minha postura, meu olhar... era como se nada condizia mais comigo, eu estava perdida e vivia rodeada por medo, cada dia que se passava eu matava dentro de mim a ideia de qualquer plano que me desse esperanças porque pela primeira vez em muito tempo eu não me colocava mais em primeiro lugar, acho que com o passar do tempo Lorenzo acabou se acostumando com a minha total submissão, ele havia reconhecido em meus olhos naquele dia e adorado com todas as forças.
Eu podia caminhar pela casa mas seus capangas sempre estavam de olho em mim, sempre atentos a qualquer passo em falso que eu desse.
Resolvi ir ate a cozinha buscar um copo d'água e acabei passando pela frente de seu escritório, a porta estava entre aberta e um de seus subordinados escorado na parede ao lado da porta, eu ia seguir neu rumo mas não pude deixar de ouvir o nome de Blake e meu maldito sentido me implorar para tentar ouvir aquilo, resolvi manter a fachada ate me agachar de propósito para fingir estar amarrando os cadarços do meu tênis

— Continue atacando então, uma hora ele vai ceder, Tristan esta vulnerável com seu irmão hospitalizado e Victória comigo, talvez ele abdique de L.A antes do esperado... caso ele insista em alguma estratégia ridícula terei de lhe dar um verdadeiro motivo para desistir pacificamente. — Lorenzo falou, ele parecia estar ao telefone, depois de supostamente amarrar meus cadarços me levantei rapidamente e sai dali, nenhum de seus homens pareceu ter notado nada demais mas eu sabia que o informariam pois ele havia dado ordens restritas, se eu suspirasse pesado ele seria informado.

(...)

Dito e feito, depois de algum tempo ele invadiu o quarto sem nenhuma autorização, praguejei mentalmente e juntei todas as forças do meu ser para me controlar e não fazer nenhuma estupidez, eu estava sentada na penteadeira e o vi pelo reflexo do espelho, ele se aproximou por trás e pousou suas mãos sobre meus ombros, seu toque me fazia querer arrancar minha própria pele.

— Ouvindo minhas conversas Victória? — Ele questionou se inclinando e me olhando por cima, não me virei, continuei focada em seu reflexo.
— Eu estava apenas amarrando meus cadarços. — Me admirei com a minha audácia.
— Se você queria saber de Tristan bastava apenas ter me perguntado — Falou com um tom sarcástico e inclinando-se ainda mais até a minha orelha — Mas não seria de graça, é claro! —Sussurrou no meu ouvido promovendo desconforto e uma sensação sinistra, definitivamente era perigo.
Posei minhas mãos nas minhas pernas e levantei minha cabeça encarando o par de olhos azuis frios, meu estômago embrulhou na mesma hora.
— Você veio me punir? — Questionei e me arrependi automaticamente pois Lorenzo abriu o típico sorriso no canto da boca só que dessa vez era sombrio.
— Na verdade... — Ele disse descendo as mãos e alisando minhas clavículas chegando ate o início do meu colo — Eu vim atrás de diversão. — Concluiu, sentindo asco daquele contato eu me levantei bruscamente.
— Eu prefiro a morte! — Falei sem sequer pensar me distanciando de suas mãos pegajosas e nojentas, me afastei dele e ele soltou uma risada escrota.
— Cuidado com o que deseja, isso pode ser providenciado facilmente.

Ele saiu antes mesmo que eu sonhasse em responde-lo, lágrimas rolaram pelo meu rosto e eu me amaldiçoei com todas as forças porque diabos eu ainda insistia em fazer algo? Eu não tinha amor pela minha vida ou pelo meu filho, cada dia que se passava minha situação se complicava mais e tornava-se mais perigosa.
Ate quanto mais tempo eu suportaria viver em terror constante e submissa a esse desgraçado, eu estava surtando internamente reavaliando todas as minhas decisões ridículas que proporcionaram a minha atual situação, ao mesmo passo que minhas expectativas diminuíam uma raiva em relação a Tristan começava a crescer dentro de mim pois ele sequer parecia ter se manifestado em relação a criança, no entanto, essa raiva estava controlada por hora pois a notícia de que Bryan estava hospitalizado havia me deixando um tanto mais compreensiva.

Só que ainda sim la dentro de mim eu me perguntava: Será que ele não acredita que o filho seja dele ou ter o controle de L.A é mais importante do que a segurança dessa criança?
Eu tentava, eu juro que eu tentava ao máximo afastar esses pensamentos mas a demora e a falta de interesse dele pareciam torna-los ainda mais reais.