6. Humilhada

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Abri meus olhos observando alguns resquícios de raios solares ultrapassarem as frechas das janelas trancadas.
Soltei um longo suspiro, mais um maldito dia presa a essa cama nessa mesma posição podendo apenas deixar esse estado para tomar banho.
Eu precisava tentar negociar com Lorenzo, esse estado estava me deixando completamente insana, nem a praga da cuidadora falava comigo... se aquela tortura psicológica era planejada, eu daria meus parabéns a ele porque estava funcionando perfeitamente, se eu me recusasse a comer me colocariam em sonda alimentar e seria pior, alem disso, eu pretendia ficar saudável pelo bem estar do meu filho.

— Preciso falar com Lorenzo! — Falei para a cuidadora que soltou uma risada nasalada e permaneceu quieta, aquela mulher era um saco e se eu tivesse a oportunidade de mata-la eu não hesitaria... na verdade, o que diabos me impediria?

Aguardei ate o horário do banho, era quando ela me desamarrava da cama e algemava-me me conduzindo ate o banheiro, não dei tempo para que ela reagisse e lhe dei uma rasteira, em seguida desferi diversos golpes em seu rosto mesmo algemada fazendo com que a mesma gritasse até que os seguranças finalmente vieram ate nosso encontro e logo em seguida Lorenzo.

Eles me seguravam longe da mulher que tentava se recompor, Lorenzo soltou sua típica risada.

— Eu tenho sua atenção agora? — Questionei furiosa.
— Você esta brincando com fogo!
— Não precisa repetir a maldita ameaça 3 mil vezes, eu sei o que você fará com o meu filho e eu já aceitei a muito tempo o meu status de prisioneira.

Ele olhou a mulher de relance, eu havia conseguido quebrar o nariz dela.

— Não é o que me parece! — Alegou.
Soltei um longo suspiro — Eu não quero mais ficar nessa cama.
— Que eu saiba você não esta em posição de fazer qualquer exigência.
— Mande o seu médico me examinar Lorenzo, eu não aguento mais passar dias amarrada a essa cama fazendo minhas necessidades numa droga de bacia e sendo praticamente banhada por essa idiota!

Novamente aquele olhar indecifrável.

— Eu tentei ser legal com você e olha o que me deu em retorno.
— Eu não vou fugir, eu tenho um filho e a segurança dele é minha prioridade.
— Será mesmo? — Questionou com dúvida e se aproximando — Você já deixou bem claro o que é capaz de fazer! — Argumentei pedindo aos céus para que ele aceitasse.

Ele bufou olhando ao redor e em seguida tornou a olhar para mim.

— Depois do diagnostico do médico — Disse para meu alívio — Caso ele conclua que estar presa não esta afetando a criança... você vai continuar definhando do mesmo jeito.

Ao sair acompanhado de seus capangas e daquela cuidadora medíocre eu me sentei na cama olhando para cima e fechando meus olhos, agradeci por um minuto a Deus, eu estava enlouquecendo.

(...)

Depois que o médico me examinou Lorenzo voltou para o quarto.

— Precisamos esclarecer algumas coisas. — Declarou sentando-se ao meu lado e mexendo numa mecha do meu cabelo, contive meu olhar de repulsa e minha vontade de vomitar.

— O médico disse que seu estado mental pode sim afetar a criança, então eu vou tentar moderar um pouco nas suas limitações mas se você ousar me fazer de trouxa outra vez Victória, eu juro pelo meu falecido pai que eu termino com a sua vida e a desse bastardinho sem piscar. Compreende?

— Você já se fez obvio! — Falei e ele estava realmente falando sério, dessa vez eu não ia fazer nada, absolutamente nada mas eu não tinha esperanças que Blake fosse entregar L.A de mãos beijadas então ainda sim, aquele medo me rodeava.

— Eu passei tanto tempo te querendo de novo e o maldito do Tristan conseguiu, bastou apenas uma crisezinha. — Disse de modo debochado — Se eu soubesse que bastava uma crise pra você abrir suas pernas pra qualquer um, eu mesmo teria me prontificado a te ajudar! — Me depreciou esperando alguma resposta, talvez aquilo fosse um teste, engoli com toda a raiva do mundo.

Mais uma vez humilhada sem poder dizer nada. Ele gargalhou e acariciou a minha cabeça como quem acaricia a cabeça de um cachorro.

— Boa garota! — Disse com deboche levantando-se e finalmente me deixando sozinha, deitei na cama sem ser a maldita maca e puxei o travesseiro enfiando minha cara no mesmo e gritando com todas as forças do ódio que existia em mim.

III Livro Mafiosa - Imprescindível  (Sem Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora