12. Azula

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A olhei de relance por alguns segundos sem crer naquele absurdo, quem ela pensava que era para vir ate a minha casa, mentir na minha cara.
Soltei uma risada forçada e então me sentei para encara-la.

— Minha mãe esta morta! — A informei deixando claro que quem quer que ela fosse, minha mãe não era.
— Sim, Andrea... sua mãe adotiva.

Me surpreendi.

— Você é louca ou esta se fazendo? — Questionei — Tem ideia de quem sou? Sabe o que vai lhe acontecer quando eu provar que esta mentindo? — Questionei perplexa e ao mesmo tempo curiosa com sua audácia.

A mulher abriu um sorriso venenoso, de quem estava prestes a pagar pra ver.
— Vamos querida — Começou com um tom debochado — As fotos que o detetive lhe entregou não podiam estar tão ruins assim!

E como um click, minha cabeça reativou as memórias, ela me era familiar e era daquela maldita "pasta" que eu a conhecia.

— Como sabe disso? — Questionei e ela sentou-se no sofá a frente colocando seus acessórios do seu lado.

Seus olhos eram pretos e ela tinha uma postura um tanto autoritária.

— Você acha mesmo que alguém fuçaria meu passado sem eu saber? — Ela riu cruzando as pernas.
— Então porque só me confronta agora?

Ela soltou um longo suspiro.
— Porquê eu não estava preparada pra isso no início e quando eu finalmente percebi que queria fazê-lo, você se encontrava irrastreavél. — Respondeu firmemente.

A encarei por alguns segundos em silêncio fazendo minha mente voltar atrás na conversa "Você acha mesmo que alguém fuçaria meu passado sem eu saber?" fora o que ela disse, o que me levou a fazer a próxima pergunta.

— Quem é você? — Questionei e ela me olhou com frustração e parecendo estar irritada com a pergunta repetida.
— E não me responda que é minha mãe porque, como já deixei claro, Andrea foi e sempre será minha única mãe! — Respondi ríspida.

Revirando os olhos, murmurou algo em uma língua asiática desconhecida por mim.               — Gonçalo lhe fez uma bela lavagem cerebral! — Afirmou com um tom de decepção.

— Muito bem! — Ela levantou-se — Eu me chamo Susan Butler mas todos me conhecem como Azula! — Disse apresentando-se, meu queixo caiu por alguns segundos e eu a encarei incrédula.

— E as surpresas não param... — Murmurei sarcástica — A líder do mercado ilegal europeu é a mulher que me deu a luz, expendido. — Conclui ainda com sarcasmo.

Tornei a analisá-la dos pés a cabeça novamente, era verdade, a mulher era obcecada por azul apesar do sobretudo preto, eu apostaria um milhão que havia uma traje azul por debaixo dele.
Mas isso era o de menos, o que ela queria e porque demorou tantos anos para se revelar era realmente o que eu gostaria de saber. Ela falou de Gonçalo como se o conhecesse, sua voz demonstrou magoa nítida ao citar seu nome, porém, com Andrea apesar de eu ter notado desprezo... não aparentava ser tão pessoal quanto Gonçalo.

— O que você quer? — Resolvi ser direta — E não me venha com uma historinha falsa de que deseja algum tipo de conexão porque eu não compro.
— Sim — Ela admitiu — Eu realmente desejo sua ajuda mas também quero conhecê-la. — Explicou.
— Pois muito bem, acho que não terá nenhum dos dois. Eu não sou casa de caridade e pelos rumores que ouvi. Você tem uma grande influência sobre a Europa, não precisa de mim!

Chamei pelo nome de minha subordinada.

— Por favor, leve essa mulher até a saída. — Mandei, antes mesmo que Tessa tocasse em Azula, ela levantou-se pegando todos seus acessórios e dirigindo-se ate a saída.
— Ele mentiu pra você — Ela disse — Gonçalo é um mentiroso! — Indagou antes de cogitar sair.

Suspirei.

— ESPERE! — Gritei irritada e fui ate as duas.
— Sobre o que ele mentiu? — Questionei, eu já tinha quase em mente o que ela ia falar só queria ter a satisfação de descredita-la e demonstrar o quanto eu a desprezava.

— Eu procurei você... ele me impediu de chegar perto, ele e o filho mais velho. — Disse com uma expressão triste em seu rosto, eu abri um sorriso.
— E fizeram certo! — Indaguei — Quando eu fiz 16 anos me foi oferecida a oportunidade de procura-la, acho que está claro o que eu preferi. — Respondi com desprezo daquela tentativa inútil de manchar a imagem do meu pai perante mim.

— Então ele não lhe contou que eu mandei que a vigiassem de longe todos os dias? O trato era que eu podia observa-la sem interferir na sua vida.
— Onde você estava quando eu fui sequestrada?
— Antes dos seus vinte anos, Gonçalo e eu tivemos uma discussão sobre negócios e ele me proibiu qualquer tipo de aproximação de você.

Soltei uma risada nasalada.

— Mas você não é a rainha do mercado ilegal Azula? Um simples mafioso a impediria?

Ela me olhou com uma expressão ainda triste e séria.

— Você sabe que seu pai não era um "simples" mafioso Victória, além disso, meu poder esta na Europa e não nos EUA!

— Vá embora e nunca mais ouse se aproximar de mim, a partir do momento que deixar essa casa... meus subordinados tem autorização para estourar seus miolos caso me incomode! — Ameacei e então Tessa voltou a conduzi-la para fora do escritório, tornei a minha cadeira e desabei nela, massageei minhas têmporas sentindo a enxaqueca se apoderar, abri a gaveta do birô e retirei compartimento onde haviam pílulas para a maldita dor. Tomei duas como prescritos pela médica e peguei meu celular discando o número de Dominic.

— Aconteceu alguma coisa?
— Precisamos ir visitar Kaleb! — Falei de forma abrupta.
— O que houve?
— Eu conheci minha mãe hoje! — Afirmei num tom irônico.

III Livro Mafiosa - Imprescindível  (Sem Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora