Sugeri com o olhar para que Dominic me deixasse tratar disso controlando minha irritação. Ele estava sentado no sofá do escritório com os braços abertos e repousados sobre o encosto do sofá, suas pernas estavam cruzadas mas ele estava sentado de forma folgada e audaciosa.
Ele tinha um sorriso nos lábios, um sorriso gigantesco e debochado. Usava blusa e calça social, eram de boníssima qualidade o que me surpreendia. Eu não sabia que a policia de NY pagava tão bem.
Suspirei e abri um sorriso tão falso quanto o dele.
— Detetive Hernandez! — Falei seu nome em cumprimento e ele se manteve na posição confortável e folgada que estava, não ousou levantar-se para me cumprimentar. Provavelmente desejava me provocar com aquela atitude, estava tendo sucesso mas eu demonstraria isso sutilmente.
— O que posso fazer por você? — Questionei sorridente e sentando-me numa das poltronas.
Já era a quinta vez que aquele homem me incomodava e cada vez ele tornava-se mais insuportável. Ele aparecia sem avisos prévios provavelmente buscando uma lacuna pra tentar me desestabilizar.
— Você é tão simpática Victória! — Concluiu referindo-se ao meu nome sem nenhum respeito, como se fossemos velhos conhecidos. Tinha intenção de machucar meu ego e muito provavelmente testar todos meus limites, ele queria um escorregão, qualquer motivo por mais simples que fosse que o ajudasse investigação.
Puxei o ar e o suspirei pesadamente tentando não transparecer o quanto a audácia daquele homem me tirava do sério.
— Tenho certeza que não veio aqui para me dar elogios! — Conclui basicamente mandando-o ser direto. Seus olhos castanhos me encaravam ainda com uma dose de desafio.
Ele era um homem atraente. Alto e branco. Cabelos pretos um tanto volumosos. Mandíbula bem marcada. Sobrancelhas rasas e olhos castanhos.
Seu sotaque britânico também era muito atraente.
Eu o analisava e me questionava porque diabos ele era um detetive? Ele não aparentava nada ser um detetive de Nova York. Ele tinha essa audácia, arrogância e essa sordidez que me davam nos nervos.— Você tem razão querida — Ele concordou me encarando — Eu só tenho mais uma pergunta antes de sermos objetivos — Revelou — Você já treinou o que vai falar na audiência?
Continuei com meu sorriso desdenhoso e o encarei — Claro, eu pago bons advogados pra isso! — Respondi com cinismo e o sorriso dele aumentou em satisfação.
— Bom, sei que é uma mulher direta então vamos ao ponto...
— Veio me fazer as mesmas perguntas? — O interrompi demonstrando desprezo e tédio.
— Claro — Respondeu seguro — Tenho em mente que você não deseja em nada ajudar a policia mas eu venho insistindo, talvez uma hora você mude de ideia. — Suas palavras podiam ate parecer ingenuidade mas em nada era. Eu tinha em mente que tudo que aquele homem falava era muito bem articulado. Ele tinhas suas suspeitas, sabia que meu irmão era culpado e parecia determinado em provar isso.Soltei uma risada forçada.
— Mudar? — Repeti — Não há como mudar sobre algo que eu verdadeiramente não sei! — Blefei.
— Seu irmão ainda não deu notícias? — Ele questionou.
— Como eu lhe respondi nas ultimas dez mil vezes detetive. Eu soube que ele estava na Italia a alguns meses atrás. — Respondi e ele continuou firme.— Você acredita em coincidências Victória? — Questionou sendo vago.
— Não sei — Respondi secamente.
— Eu certamente não e não acho coincidência seu tio e sua prima terem falecido na mesma época. — Revelou me deixando um pouco nervosa mas novamente eu me contive.— Eu também andei pesquisando e você sumiu do cenário Nova-iorquino nessa mesma época.
— Eu achava que as perguntas eram sobre Lorenzo... — Me esquivei.
— E são mas um contexto sempre é necessário para se entender todo o fato. — Respondeu-me audaz — Este assunto a incomoda?
— Bem, você esta falando do meu tio e da minha prima e sim, é doloroso. — Respondi com verdade.Ele me analisou dos pés a cabeça por meio segundo e tornou as suas indagações.
— Lorenzo esteve presente no funeral?
— Eu não sei, nem eu estive presente.
— Eu posso saber o por quê? — O homem teve a audácia de questionar, meus pelos se eriçaram e novamente me peguei controlando minha raiva.
— Não é um assunto que lhe diga respeito! — Respondi grossa — E se não importar-se eu tenho compromissos detetive Hernandez! — O cortei fria, já estava mais do que na hora daquele interrogatório acabar.Ele levantou-se ainda demonstrando petulância.
— Claro, não queremos que adiei seus negócios. — A forma como a palavra "negócios" saiu de sua boca era carregada de sarcasmo.
— Ainda bem que é um homem compreensível — Ralhei.
— Sim, agora que seu irmão vai se ausentar por um tempo é normal que suas responsabilidades dupliquem! — Comentou provocando-me.Soltei novamente uma risada sem humor.
— Sabemos muito bem que esse caso não tem fundamento, não existe um corpo! — Respondi convicta e o homem que já havia levantado-se e caminhado ate a saída parou.
— Eu acredito em reviravoltas senhorita Santori! — Disse sem me olhar e saiu, deixando-me furiosa e preocupada.— DOMINIC! — Gritei irritada.
— Mande o Cruz vir e ligue para o maldito chefe de polícia. Eu quero notícias sobre o caso de Kaleb agora! — Mandei depois de vê-lo no cômodo e ele foi acatar as ordens....
— Este homem está me assediando Cruz! — Ressaltei irritada e o advogado me encarou com uma expressão normal.
— Eu lhe sugeri uma ordem de restrição e você riu na minha cara. Foi ideia sua continuar aturando-o para não levantar suspeitas! — Cruz, um dos melhoras e mais caros advogados de Nova York era conhecido por livrar chefões de crimes horrendos, ele era advogado da família a um tempo.— O que Wagner lhe disse? — Ele questionou referindo-se ao chefe de polícia.
— Não há nenhuma novidade por enquanto! — Respondi sentando no sofá a sua frente e unindo as mãos ao copo de uísque que eu carregava.
— Então talvez esse detetive só esteja blefando.
— Ele sabe o que aconteceu com Nádia e...
— Por favor, eu a conheço a muito tempo e sei que não sera um medíocre detetive a desestabiliza-la Victória. — Disse me interrompendo.
— Este homem só esta sondando-a e provavelmente não tem nada de concreto! — Completou tranquilizando-me.
— E seu irmão? Irei visita-ló amanhã.
— Esta lá, a mula teimosa que me impede de pagar a maldita fiança.
— Talvez isso seja bom.
— Por que?
— Ele se declarou inocente e o júri verá que um homem que prefere manter-se preso não é capaz de cometer um crime tão grotesco. — Explicou.O encarei confusa.
— Você disse que basicamente não existe caso. Não tem corpo! — Falei receosa — Por que diabos a inocência dele precisa ser reforçada?
— Calma Victória só estou falando que é algo bom. Não há corpo mas existe uma testemunha e o sumiço de Lorenzo só deixa as coisas mais confusas.
— Então porque não me deixa acabar com essa maldita testemunha? — Questionei furiosa.
— Porque eu vou inocenta-lo. Além disso, não acho que você queira machucar uma mulher solteira, pobre e mãe de dois filhos.
— Eu posso suborna-la! – Conclui com cinismo.
— Com esse detetive na sua cola? — Ele questionou.
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III Livro Mafiosa - Imprescindível (Sem Revisão)
DiversosNo ultimo momento, quando tudo parecia estar sobre controle... o jogo vira. Lorenzo havia ascendido e agora Victória estava prestes a degustar um pouco do inferno pessoal de Enzo. Atenção!! O conteúdo deste livro é completamente ficcional e recomen...