25. Ambiente Perfeito

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Meu coração se apertou e eu segurei para não deixar nenhuma lagrima descer e transparecer minha fraqueza. Até tentei obrigar minhas pernas a alcança-lo mas a parte idiota e problemática do
meu cérebro estampou um "Você se livrou dele, não era isso que queria?!"

Era isso que eu queria não era? Esse era o objetivo de todas as ligações e visitas ignoradas?
Porquê sentimentos me deixavam vulnerável e eu jamais pretendia voltar a esse estado?!
Era isso, eu funcking tinha conseguido?

Não, não era.

Naquele momento eu não sabia o que mais me incomodava. Se era porque eu havia partido seu coração, ou o simples fato, dele ter acreditado na reciprocidade daquele beijo tão fácil?
Seria esse meu ponto de ruptura?

Tornei a olhar para o maldito detetive, ele estava la na minha frente com um imenso sorriso de satisfação.
— O que você fez? — Eu questionei transtornada e o homem caiu na gargalhada.
— O seu namoro com o dono de L.A não é segredo pra ninguém. Eu o vi atravessando a entrada do clube, sabia que ele viria até você e enxerguei a oportunidade perfeita. Entretanto, sabia que poderia falhar, mas você facilitou a minha vida quando fechou os olhos Victória e abaixou a guarda.
— Explicou com escárnio a cena patética que ele conduziu, eu estava disposta a relevar aquela situação, dei as costas para ele querendo sair dali e ser a pessoa matura daquela situação mas automaticamente parei quando ouvi seu comentário.

— Se eu soubesse que você era tão fácil, teria feito isso antes!

O deboche de seu comentário me enfureceu, eu estava um tanto bêbada e os flashs de luzes daquele lugar não ajudavam em nada aquela situação. Cerrei meu punho direito e quando me dei por mim, minhas falanges do metacarpo entraram em contato com a face daquele idiota.

Ele foi ao chão.

As poucas pessoas que compartilhavam a área vip conosco observaram a cena abismadas, os homens que dividiam a mesa com Hernandez logo vieram ao seu encontro e meus seguranças também entraram naquela situação.

Um dos homens ajudava o detetive a se levantar enquanto Hanna tentava me acalmar, ficando entre mim e o homem caído.
Assim que ele levantou e se deu conta do meu estado, ele retirou algo de seu bolso e olhou pra mim diabolicamente, era seu distintivo.

— Victória Santori, você esta presa! — Anunciou e eu parei imediatamente começando a gargalhar, aquilo era uma piada.

— O QUE? — Eu o desafiei e logo o homem também havia retirado algemas do bolso, ele tinha um sorriso de satisfação e eu também esbanjava um ao perceber que seu olho vermelho logo logo viraria roxo.

— Preciso que saia da minha frente! — Ele declarou a Hanna que se recusava enquanto meus outros seguranças não faziam a mínima ideia de como reagir, seus companheiros tentavam acalma-lo
— Se você não sair da minha frente agora, garanto que dividira uma cela com sua chefe! — Ele a alertou, Hanna encontrava-se de costas para ele, um semblante sombrio blindou seu rosto e agilmente ela  retirou a pistola de seu coldre e se virou para o homem encostando o cano da arma no peito dele.

— Tente! — Ela ameaçou encarando Hernandez, automaticamente seus companheiros empunharam pistolas e a situação não foi tão diferente com meus capangas.

— Parece que temos um maldito empasse — Um dos amigos do detetive comentou.
— A senhorita Santori não vai pra nenhum lugar com você! — Hanna assegurou e eu fiquei em silêncio tentando entender tudo que estava acontecendo.
— Você quer apostar como vai?

Tomei consciência e sai detrás de Hanna e me posicionei ao seu lado pousando a mão em cima do cano da pistola fazendo com que ela abaixasse a arma.

— Chefe... — Ela ia me repreender mas eu a interrompi.
— Hanna, se vocês fizerem isso... eu não vou ter como defender vocês. Tem muitas testemunhas! — Argumentei e ela pareceu concordar com meu ponto de vista, ela guardou a pistola e o restante fez o mesmo gesto.

Soltei um longo suspiro e então expus meus pulsos, adorando aquela situação, Hernandez me algemou dando voz de prisão novamente.

— Esta presa por desacato, agressão e incitação à violência — Ele declarou.

— Ligue para Dominic! — Sussurrei para Hanna enquanto Hernandez me conduzia ao seu carro, ele lia meus direitos enquanto me fazia entrar no banco de trás de seu carro. Hernandez abriu as duas algemas e junto minhas mãos aos dois ferrolhos que sustentavam o encosto de cabeça do banco de passageiro, fechando novamente as algemas e limitando minha movimentação dentro do carro.

Conformada, observei meus subordinados pelo retrovisor direito do carro, Hanna e o outro ja entravam no carro com intuito de seguirem o maldito detetive.
Não havia muito o que fazer naquela maldita situação, se eu fizesse alguma idiotice isso provavelmente pioraria a situação de Kaleb.

— Isso tudo foi planejado? — Questionei e ele gargalhou tornando a olhar para a estrada.
— Eu resumiria em uma bela porção de coincidência e oportunidade — Explicou — Encontrar com você foi coincidência, explorei uma oportunidade que acabou me saindo melhor do que eu esperava. A presença de Blake foi a cereja em cima do bolo.

Encostei minha cabeça na janela do carro, revezando meu olhar entre a paisagem escura e o retrovisor do carro, de olho se meus subordinados continuavam me seguindo.

— E se eu não tivesse reagido com o soco? E se Tristan não estivesse lá? — Divaguei.

— Eu daria um jeito minha querida, absolutamente nada fica entre mim e os meus objetivos — Ele assegurou e eu soltei uma gargalhada.

— Não me resta dúvidas que você é um dissimulado do caralho, mas porque chamar toda essa atenção? O que você tem contra mim? Você não é nenhum exemplo de modelo a ser seguido.

Dessa vez foi a vez dele gargalhar.

— Eu sei que você teve acesso a minha ficha — Ele me revelou me surpreendendo.
— Ficha? — Questionei tentando contornar a situação.
— Você tem a vice-presidente do FBI de NY na sua folha de pagamento, não precisa negar.

Eu ate concordaria mas se ele havia feito aquela palhaçada parecer uma voz de prisão normal, tudo que eu dissesse seria usado contra mim.

— Não faço a menor ideia do que você esta falando.
— Não se preocupe Victória.
— Por que esta fazendo isso?
— Porquê eu posso! — Ele respondeu num tom petulante e eu suspirei.

Ele tinha razão, você é realmente uma mulher inesquecível!

III Livro Mafiosa - Imprescindível  (Sem Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora