III Livro Mafiosa - Imprescindível (Sem Revisão)

33. Detalhes

Desci para olhar Cronos novamente, Dominic me acompanhou.

— Stark por acaso te detalhou mais ou menos como ele ia fazer isso? — Dominic questionou confuso.

— Ele me mandou uma mensagem meia hora atrás, coordenadas e um horário — Respondi.

— E como sabe que isso não será uma cilada?

— Essa é a questão, eu não sei — Murmurei pousando a xícara de café que havia trazido comigo em cima da mesa e tornando a encarar Cronos, ele me lançava um olhar de ódio e eu realmente não me importava.

— Vic, nós realmente estamos depositando nossa esperança em uma maldita agência do Governo?

Eu gargalhei.

— Da ultima vez que eu chequei, nós não éramos exatamente melhores amigos deles. — Ele continuou.
— Você faz muitas perguntas Dominic — Falei pegando a xícara e levando ate a minha boca.
— Sabe, as vezes as pessoas conseguem encobrir muito bem as próprias merdas — Divaguei — O único problema é quando existe mais de um fator envolvido. Era de se esperar que o maldito diretor da inteligência dos EUA tivesse um histórico transparente... bom, ele se esforça para manter assim. O que ele não entende é que as merdas que os outros fazem sempre podem respingar em você. — Expliquei e então tomei mais um gole do meu café.

Sim, eu queria que Cronos ouvisse e com toda certeza, eu queria que ele cavasse ate o fundo e descobrisse, eu estava pouco me fudendo para o diretor e a maldita CIA. Depois que ele me entregasse Kaleb, nada mais importava. E ver o circo pegar fogo seria um ótimo entretenimento e distração.

Mirei Cronos — Para o seu bem, é bom que eles cumpram com a parte deles! — Ameacei.

As horas se passaram, Dominic foi buscar Kaleb enquanto eu me mantive em casa, vigiando Cronos e aguardando qualquer imprevisto. Ele mesmo também havia ido para as tais coordenadas em alerta, sim, poderia ser uma armadilha, mas eu achava que o diretor tinha muito mais a perder. Soltar alguém de uma prisão federal parecia fichinha, algo que ele poderia fazer em uma segunda-feira de olhos fechados. Eles estavam mais preocupados com a guerra e prováveis ameaças ao "país da liberdade". Como eu mesma disse eu estava disposta a me sacrificar, se necessário, caso tudo não passasse de um plano bem articulado para me prender ou matar.

Eu estava na sala, ainda com o Hacker preso. Observando ele cozinhar no próprio suor, não era uma visão bonita ou cheirosa. Caminhei em sua direção, ele parecia exausto, retirei a fita novamente e ele se manteve em silêncio.
— Planejando se vingar? — Questionei e ele me ignorou — Com o que eu tenho contra o seu chefe — Falei com deboche — Ele não vai deixar você mover um dedo contra mim, me certificarei disso.
Cronos gargalha — Você acha que eu me importo? Que eu sou um dos soldadinhos que faz tudo o que ele manda?!
— Olha...— Fui sarcástica — ... É claro que faz — Declarei — Sabe qual à diferença entre mim e você? —
Ele se manteve em silêncio e eu resolvi prosseguir.

— Você zela por autopreservação, ja eu? — Gargalhei — Eu não tenho medo de morrer, já passei desse limite a muito tempo atrás. Eu ja perdi tantas pessoas que eu sequer me importo com as consequências ou os sacrifícios, se eu quero algo, eu faço.
Cronos gargalhou em resposta — Não é o que parece... foi você quem me pediu ajuda contra Azula, não foi? — Debochou.
— Detalhes, eu poderia também ter te entregado em uma bandeja de prata para ela se eu não enxergasse mais além — Expliquei — O papo foi realmente interessante, mas eu preciso dar algumas ligações importantes. — Falei indo ate o hacker e recolocando a fita, subi as escadas e o deixei sendo vigiado pelos meus capangas.

Eu precisava tomar algumas providências agora que meu irmão finalmente estava livre.

...

— Como ele está? — Questionei para Dominic do outro lado da linha.
— Confuso, mas bem! — Respondeu.
— Certo, preciso que você o leve para aquele lugar — Relembrei.
— Obviamente.
— Você já fez a troca de carros e checou tudo? — Questionei.
— Eu não sou nenhum amador Vic, você sabe que sim, além disso, se eu não tivesse verificado o carro eu e Kaleb teríamos explodido a meia hora atrás. Por mais absurdo que seja admitir, o tal agente foi bem direito com você.

Eu gargalhei — Erro fatal — Murmurei.
— Oi? — Dominic questionou confuso.
— Nada Dominic, apenas cuide de Kaleb e não se preocupe comigo — Falei desligando a ligação e logo o telefone chamou novamente, em breve aquele descartável iria para o lixo.
— Agente Stack — Pronunciei,
— Agora que você tem seu irmão, libere Cronos.
— Com todo prazer, assim que chegarmos a localização que eu enviarei por mensagem — Informei.
— Esse não foi o combinado Victória.
— Bom eu resolvi mudar um pouco as coisas, não se preocupe.
— Você acha que eu sou idiota por acaso?
— Não eu não acho, assim como você sabe que eu não tenho nenhum interesse em matar Cronos. Isso nunca foi pessoal, ele é apenas uma moeda de troca e eu sempre cumpro com o que prometo. Você terá o seu hacker, leve quantos agentes quiser se isso lhe deixar mais confortável. Irei apenas em um carro junto com o hacker e dois dos meus subordinados.
— Para o seu maldito bem, espero que esteja falando a verdade.