18. Querida filha

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Pedi educadamente um momento de privacidade a Cruz, estávamos na sala de reunião do seu gigantesco escritório. Ele me concedeu o momento e então eu atendi meu maldito celular que não parava de chamar.

— Vyggo? — Atendi a ligação, era um dos caporegimes.
— O novato acabou de me ligar com más notícias — Explicou, eu sequer sabia quem era o novato — Parece que Dominic havia pedido a ele que vigiasse Azula, ele deveria informa-lo quando ela fizesse uma movimentação suspeito e bem... — Ele se auto interrompeu e eu levei minha mão ate a cabeça contendo minha raiva e a fucking vontade de fazer alguma merda precipitada.
— Ela foi vista com West. — Ele completou e eu pude concluir o que Dominic devia ter feito.
— Onde eles estão? — Questionei.
Central Park! — Informou.

Peguei minha bolsa ja tirando a chave do carro de dentro.

— Mande reforços! — Falei, encontrei com Cruz no corredor e o avisando-o que tinha um assunto urgente para resolver.
Ainda bem que o escritório de Cruz não era tão longe assim do Central Park, era na Madson Avenue.
— Mande o novato me encontrar na frente do parque! — Alertei Vyggo na ligação, quando eu sai do carro escondendo minha pistola na cintura por debaixo da blusa, me deparei com o sujeito, Max... Mac, algo do tipo seu nome. Desliguei o celular e caminhei em sua direção.

— Por onde ele foi? — Questionei o homem e então ele foi me guiando, finalmente chegamos em uma área um pouco mais afastada das pessoas no Central Park e la estava Azula sentada numa banco de madeira com West ao seu lado, ao lado deles Dominic estava em pé com um homem em suas costas provavelmente ameaçando-o com revolver. Havia mais um homem armado ao seu lado e outro homem ao lado de Azul também em pé. Tirei minha pistola da cintura e apontei na direção da mesma.

Soltei um longo suspiro.

— Que merda esta acontecendo? — Pousei meus olhos em West novamente e então percebi o sangue seco em sua blusa preta, seu corpo muito provavelmente havia sido colocado ali com algum intuito doentio. Azula tinha uma faceta de desprezo no rosto.

— Bem, ninguém pode falar que eu não tentei do modo fácil! — Murmurou retirando o celular da bolsa e uma das luvas para poder tocar nele, o cúmulo do desprezo.
— Porque tudo com vocês, Santori precisa ser tão difícil? — Questionou sem me olhar ainda.

Bufei — Você sabe que eu vou atirar! — Avisei.
— Por favor Victória, não enquanto eu estiver com o seu cachorrinho em domínio e não em área pública.

Eu odiava estar naquela situação e mesmo assim, essa merda era como um maldito loop interminável. Sempre alguém que eu amo em risco porque algum filho da puta quer foder comigo.

Gargalhei — Eu não dou a mínima se estamos em público! — Falei e ela também riu — É, você realmente não esta mentindo — Disse parando de telar o celular e me encarando — Não seja estupida querida, sabemos que esse tipo de atenção você definitivamente não deseja chamar. Ainda mais com o seu querido irmão preso.

— O que você fez com West?
— Ele? — Ela olhou pro corpo ao seu lado com frieza — Um simples acessório. — Respondeu — Apenas uma forma de finalmente capturar sua atenção querida filha.

Ouvi aquelas palavras saindo de sua boca me dava nos nervos e tudo que eu mais queria era rasgar a garganta daquela vadia, mas por Dominic, isso poderia esperar.
Dominic me encarava sério, muito provavelmente pensando em fazer alguma estupidez mas eu retribui um olhar para que ele ficasse quieto. Essa situação em si ja era suficiente, eu definitivamente não precisava de mais merda acontecendo.

— Ele é importante não é?! A gangue dele mantém seu irmão seguro na Rykers. — Azula informou com um ar de superioridade, West era de fato uma vulnerabilidade.

— Será que você pode por favor ser direta? Eu sei que deve ser difícil pra uma mulher como você controlar esse fodido complexo de se sentir superior quando na verdade você não passa de uma vadia desesperada pra ser ouvida e ter uma audiência! — Debochei e ela me olhou surpresa, como se eu não tivesse o direito de falar aquilo ou como se fosse algum tipo de audácia. Se a pesquisa que ela fez sobre mim fosse decente, então ela deveria saber que eu não sou o tipo de mulher que fica calada.

— Bravo! — Ela disse dando duas palmas e tirando o chapéu azul que trajava.

Ela levantou-se aproximando-se de mim sem temer a pistola que eu segurava — Se eu não precisasse da sua maldita influência, eu teria o prazer de entregar essa maldita gravação pros brutamontes que seguem esse homem — Disse olhando por cima do ombro — e assistir eles acabarem com seu precioso irmão.

— Você tem algum problema? Eu mandei ser direta caralho! — Rosnei com raiva e Azula riu.

— Bem, o pobre West foi morto envenenado mas eu tenho certeza que os camaradas dele nem vão perceber quando verem o video do Dominic atirando nele! — Informou revelando o pequeno pendrive que tinha nas mãos.

— E você não vai lhes entregar esse maldito pendrive em troca de que? — Questionei e ela abriu um sorriso irritante nos lábios.
— Finalmente você esta entendendo Victória. Nós temos muito o que conversar ainda.

Respirei profundamente tentando manter a calma.
— Talvez eu esteja disposta a conversar quando o seu maldito capanga liberar Dominic. — Resmunguei e ela gargalhou — Que cabeça a minha... — Ela fez um sinal com a mão e o homem soltou Dominic.

— Satisfeita? — Questionou.

Nem tente! — Alertou lendo meus pensamentos.

— Esse pendrive é só uma representação, eu tenho muitas cópias desse vídeo principalmente na nuvem do celular — Explicou — Se você tentar qualquer idiotice, o video chaga nos membros do clube do pobre senhor West. Tenho certeza que Kaleb estará morto antes mesmo que você pense em tentar provar que Dominic é inocente! — Alertou e eu controlei meus impulsos homicidas que queriam estraçalha-la ao meio.

— Dominic esta livre para ir — Ela avisou — Já nós? Nós vamos tomar um chá da tarde. — Mandou e eu resolvi obedecê-la seguindo seus passos, Dominic ate tentou gesticular algo mas eu só o mandei embora junto de Mac e dei a ordem para os homens não me seguirem. Azula não iria me matar enquanto precisasse de mim e eu ainda tinha minha arma. Resolvi seguir sua exigência patética, mais tarde eu pensaria em alguma forma de me livrar daquilo tudo e por hora eu cessaria minha curiosidade. A final, ela havia vindo de longe com uma desculpa ridícula encobrindo sua verdadeira intenção. Era ingenuidade dela achar que eu iria cair nesse seu papinho de querer se aproximar. Ela precisava de mim pra algo e talvez essa fosse sua fraqueza. Talvez esse chá fosse benéfico.

III Livro Mafiosa - Imprescindível  (Sem Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora