III Livro Mafiosa - Imprescindível (Sem Revisão)

45. Tudo ou Nada

Longe de olhares curiosos, me permiti a vulnerabilidade. Lágrimas transbordaram sem qualquer pudor.

Meu peito estava apertado, minha respiração havia se tornado mais densa e agora eu sentia meu corpo todo tremer.

Resolvi controlar isso antes que pudesse evoluir para um ataque de pânico.
Mas relembrar o que havia acabado de acontecer não ajudava em droga nenhuma. Durante o momento, eu resolvi ignorar porquê dentro de mim, ainda havia um reles lampejo de esperança de que as coisas pudessem dar certo. Mas eu havia sentido a frieza de Blake penetrar a minha alma.

Durante o voo ate aqui, eu refletia muito sobre as chances de isso tudo ser completamente inútil e eu ter perdido o único homem que amei de verdade em toda minha vida.
Causa e consequência, eu havia o afastado... o que o detetive tinha feito havia sido apenas a cereja do bolo.
Queria ter raiva daquela mulher, mas eu simplesmente não conseguia. Ela era apenas uma consequência das minhas ações.
O que eu deveria fazer? Apenas ignorar e continuar insistindo quando ele claramente desejava ser deixado em paz?
Eu teria forças para isso? Era doloroso pra caralho. A rejeição se tornou muito mais palpável do que apenas uma possibilidade, ela era mais real do que nunca.

Foi quando ouvi duas batidas na minha porta. Limpei as lágrimas apressadamente e inspirei e suspirei afim de controlar minha voz.
Fui ate a porta, abrindo-a.

— Julian? — questionei.
— Me desculpa te incomodar e eu sei que você precisa desse momento sozinha. Mas não vou simplesmente deixar meu melhor amigo estragar a vida dele!

Fiquei em silêncio — Ele provavelmente vai me matar por isso — Julian declarou e eu me mantive em silêncio, não queria interrompê-lo, meu coração queria se agarrar a mínima esperança que restasse.
— Antes de encontrar com você no hall, eu estava no escritório de Tristan — Julian explicou — Aquela mulher era só uma manobra para afastar você. Ele queria te magoar e te afastar, mas ele sequer consegue beijar outra mulher sem pensar em você Victória — Julian continuou e aos poucos algo dentro de mim se tornou mais leve — Não aconteceu nada entre eles! — Declarou por ultimo e eu me mantive em silêncio.

— O que você vai fazer ou deixar de fazer com essa informação só depende de você — Julian alegou prestes a dar meia volta e sair da entrada do quarto quando eu o parei e abracei ele — Obrigada Julian! — agradeci.

— Não me agradeça, Blake provavelmente vai me matar — Ele disse se retirando, fechei a porta e fui ate a pia do banheiro e lavei meu rosto tentando controlar minha respiração.
Aquela cena toda havia tido apenas dois objetivos, me afastar e me magoar. Nós realmente éramos parecidos.
Me observei no reflexo do espelho, buscando dentro de mim o restante de coragem.
Se ele queria que realmente fosse nosso fim, então que fosse cara a cara.

Engoli minha saliva e resolvi refazer meus passos.
A cada passo que eu dava a dor ia aumentando. Cheguei até o Hall, a porta do escritório estava aberta. Me encorajei a ir ate lá.

Ele estava sentado, com a cabeça pata baixo lendo alguma coisa. Havia uma garrafa de uísque pela metade em cima da mesa. Fechei a porta atrás de mim, chamando sua atenção.

— Que droga é... — ele me encarou surpreso, mas logo sua expressão tornou a ser fria se auto interrompendo.
— Eu quero que diga na minha cara! — exigi me controlando.

Ele suspirou profundamente — Mais obvio do que já foi? — questionou em um tom indiferente me relembrando o que havia acontecido a pouco tempo com a mulher.
— Apenas diga e eu vou embora, nunca mais você vai ouvir falar de mim — o instiguei convicta.

Ele soltou uma risada nasalada passando a mão na testa, fechando os olhos por breves segundos.
— Por que você simplesmente não consegue me deixar em paz?!
— Porque eu te amo! — resgatei forças para declarar.