III Livro Mafiosa - Imprescindível (Sem Revisão)

52. Lembranças de Londres part. II

Flashback On - Continuação

Aguardei pelo menos uns vinte minutos, Matthew desceu as escadas, novamente exalando a sua cítrica fragrância.

Jaqueta de couro preta, blusa de malha acizentada por dentro marcando um pouco dos seus músculos, calça jeans em uma lavagem clara e botas. Para fechar, ele usava um óculos esporte aviador.
Me levantei animada, após analisa-lo.

— Para onde nós vamos? — questionei e ele abriu um sorriso me entregando um capacete.
— Dar uma volta! — informou sem maiores detalhes me deixando curiosa.

Segui Matthew ate uma área do apartamento, ele ascendeu o interruptor e logo eu me deparei que tratava-se da garagem.
Haviam diversos carros e motos, dos mais clássicos ate os mais tecnológicos. Tudo a sua disposição.

Ele caminho em direção uma Harley-Davidson clássica, uma VRSCR street road, provavelmente de 2006. Um modelo mais pesado e robusto, mas isso não a tornava menos deslumbrante ou envenenada.
Ele montou, colocando o capacete e abrindo um sorriso com uma pitada de desafio, após olhar de relance para o meu vestido e meu par de saltos.

— Talvez seja melhor colocar algo mais confortável — avisou arqueando a sobrancelha esquerda — Falha minha não ter avisando antes... mas eu achei seu vestido tão bonito.

Soltei uma breve gargalhada.

— Não se preocupe – falei lhe dando uma piscadela — Eu tenho certeza que eu consigo gerenciar o meu look e o quer que que você tenha planejado para nós! — respondi em ousadia e ele gargalhou.

Coloquei o capacete e logo ocupei o espaço atrás dele, sem qualquer preocupação em vazar minha calcinha ou se aquele salto parecia desconfortável em relação ao veículo.
Matthew deu a partida na moto, fazendo o motor roncar e a mesma andar alguns poucos metros ate o elevador de veículos.
Ele apertou algum botão no pequeno controle, fazendo com que a plataforma que estávamos em cima descesse.

Dois minutos depois, estávamos na rua e ele acelerava que nem um maluco. Agora eu me dava conta de que não conseguiria me manter em cima da moto sem me ancorar ao corpo dele.
Então eu o agarrei, entrelaçando meus braços em seu abdômen e sem qualquer vergonha de colar-me ao seu corpo.
Mesmo de capacete, o vento produzido pela velocidade, fazia meus cabelos esvoaçarem e a cítrica fragrância dele invadir por completo meu olfato.
Eu sentia o sol frio daquela manhã tocando minha pele, podia sentia a pequena faísca de adrenalina acendendo-se dentro de mim graças aquela aceleração. Aquele momento, por mais breve que fosse, havia me feito esquecer de todos os meus malditos problemas. Era como se eu estivesse viva novamente, como se o ar que chegasse aos meus pulmões fosse o mais puro que eu tivesse inalado em anos.

Era leve, quase libertador.

...

Demorou bastante tempo, mas chegamos ao destino que Matthew provavelmente havia planejado.
Ao ultrapassamos a placa da cidade, onde meu olfato logo já capitou a brisa salgada oceânica.
Ele estacionou a moto, próximo ao píer.
Desci do veículo e em seguida ele fez o mesmo, deixamos os capacetes em cima da moto e quando me dei por mim, estávamos indo em direção a praia.

Observei as ondas, o sol e as pessoas a minha volta.

Praia... eu sequer me recordava a última vez em que eu havia feito isso.
Sentido o calor do sol na minha pele e a brisa marítima invadir meu nariz.
Ser uma pessoa comum... fazia tanto tempo.