12. A Minha Senhora

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A fachada do condomínio onde Simone residia, era incrivelmente bonita e de bom gosto; o grande portão de grades pretas gerava um contraste interessante com as casas pintadas em tons pastéis, que eram enfeitadas por portas de madeira ipê. Assim que Soraya parou em frente a entrada, ela abriu o vidro do carro para que a moradora se identificasse, e assim, elas seguiram rumo ao destino final. A loira estacionou o automóvel em frente ao triplex de número quatro mil trezentos e cinquenta e cinco, e Simone usou o controle para que pudessem adentrar a garagem. A mais velha sabia que dois de seus funcionários estariam presentes na residência, e tinha quase certeza de que nenhuma de suas filhas estaria no local, já que o seu próprio carro era o único estacionado quando chegaram. Ela ficou feliz ao saber que o território se encontrava livre.

— Vamos lá, eu te ajudo a descarregar as malas. — Thronicke disse, enquanto se espreguiçava no banco. Ela apertou o botão do painel para abrir o porta-malas e desceu do veículo.

— Acho que minhas malas estão muito pesadas pra você.

Soraya deu de ombros para o que a morena havia dito e seguiu até as bagagens. Ao segurar uma das bolsas, exasperada, ela falou:

— Meu Deus, o que você está guardando aqui dentro? O orçamento secreto?

Era típico de Soraya fazer alguma piadinha, e Tebet adorava isso, mas o que a faz rir de verdade, foi ver a mulher se atrapalhar enquanto tentava tirar a Pégase Monogram do porta-malas.

— Deixa que eu descarrego, acho que você está precisando de alguns treinos pra reforçar a musculatura. — Simone a provocou.

— Além do que eu já tenho treinado com você?

Ambas riam com o comentário inusitado, enquanto a loira carregava uma mala menor, seguindo a mais velha para dentro da casa. Todas as vezes em que Thronicke entrava nessa residência, ela se espantava com a semelhança da decoração em comparação com a de sua própria casa.

— Bom, eu te convidaria para mais um treino agora mesmo, mas, em menos de meia hora tenho uma reunião marcada com a Mara e uns assessores... Venha, vamos até o escritório.

Assim que as duas entraram no cômodo cheio de estantes repletas de livros, Soraya prendeu Simone contra a porta.

— Eu preciso ir logo, tenho que passar em um dos motéis pra resolver alguma situação... Nem entendi direito do que se trata. — Soraya murmurou com a boca colada no pescoço de Tebet, que entrelaçou os dedos em seus cabelos. — Você tem me deixado muito dispersa, Simone.

— Hum, então você vai para o motel? — Simone tentava controlar a respiração, sentindo o caminho de beijos que Soraya ia trilhando em seu pescoço, passando pelo queixo, até chegar aos lábios, mas sem os beijar. — O que acha de me levar junto? — Simone perguntou, em tom de brincadeira, enquanto acariciava as madeixas loiras.

— De jeito nenhum. Qualquer motel, por mais requintado que seja, tem uma energia ruim. Eu não levaria a minha senhora para um lugar desses...

Simone riu contra os lábios, que agora já haviam sido selados num beijo casto.

— Então, quer dizer que agora eu sou a "sua senhora"?

Soraya segurou o rosto da mulher, que encaixou as mãos em seus braços, e as duas se admiravam silenciosamente quando ela confirmou:

— Sim, você é.

Tebet não conteve o sorriso bobo, antes de voltar a conectar as bocas, sugando o lábio inferior de Thronicke delicadamente, enquanto sentia os fios escuros serem emaranhados nos dedos delicados. Os corpos se encaixaram ainda mais quando o beijo se aprofundou, e a loira só queria tomar o corpo de sua amante ali mesmo. Ela adoraria que Simone estivesse bem relaxada para a primeira reunião, de muitas, do dia; e principalmente, gostaria de ser o motivo do relaxamento.

Musas de Direita - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora