— Soraya... Soraya, preste bem atenção, por favor. — A loira ouve Ciro falar com dificuldade. — Não procure por nenhuma autoridade... Isso só irá prejudicar a situação... Tente se proteger, e proteger quem você ama. Estão vindo atrás de nós cinco, e de quem significa para nós também.
— Nós cinco quem? — A loira ficou petrificada, e Simone correu para seu lado, deixando o telefone dividido entre a orelha das duas.
— Nós cinco... — A respiração pesada de Ciro fez que elas segurassem o fôlego involuntariamente. — Estão atrás de mim, de você, da Simone e... Droga, preciso desligar. — Ele desligou a ligação, deixando as duas mulheres completamente perplexas.
— Simone... — Soraya chamou baixinho, encarando Simone, que não tirava os olhos do telefone.
— Soraya, só um minuto. — Ela pediu, e apoiou as duas mãos na mesa, deixando que suas pálpebras pesassem. — Preciso pensar.
— Dane-se o que o Ciro disse, nós temos que ir à polícia! — Soraya exclamou, exasperada. — O que nós podemos fazer? Esperar que algum louco nos mate?
— Sabemos muito bem que procurar as autoridades não tem adiantado. É muito provável que tenha infiltrados por lá.
Soraya, mesmo percebendo o quanto Simone não queria papo, não aguentou guardar o questionamento para si, e jogou o questionamento:
— E "nós cinco"? Quem seriam as outras duas pessoas?
— Eu não sei, Soraya! Você acha que eu tenho resposta pra tudo? — Sem querer, Simone elevou o tom de voz, fazendo com que a mais nova se assustasse, pois não estava acostumada a vê-la perder a paciência em qualquer outro lugar, além de quando estava no Senado.
— Meninas! O almoço está pronto!
As duas se assustaram ao ouvir o chamado escandaloso de Carlos César. Soraya, com a cara fechada, foi em direção à porta, e quando sentiu Simone segurar seu braço, ela o puxou para si, e seguiu para fora do escritório.
Um suspiro cansado correu por seus lábios, ela correu os dedos pelos fios escuros, e se sentou na poltrona de couro. "Será que fui muito ríspida?", ela se perguntava. E não demorou muito para que seu rosto ficasse quente pela raiva que sentiu ao ouvir as risadas vindas do outro cômodo. Naquele momento, ela teve a certeza de que não sairia do escritório tão cedo. Na sala de jantar, notavelmente o bate-papo corria animado.
— Você deveria fazer algumas aulas experimentais comigo, Soraya. — Sylvia disse, apoiando o queixo na mão. — Se bem que, você não é muito voltada a esse tipo de esporte, né? — Ela não tentou disfarçar o tom galante na voz.
— Não mesmo, Sylvia. Sou apta a fazer esteira e carregar peso! — Soraya confirmou, e em seguida, deu a última garfada. — Agora, terei que fechar a boca por uns bons dias. — Ela brincou. — Estava tudo perfeito, você é ótima na cozinha!
— Minhas aulas eu entendo você recusar, agora, uma massagem... — Sylvia sorri, enquanto passa a retirar os pratos. — Se ficar dolorida depois da academia, me chame.
A loira riu sem graça diante do comentário, e corando, ela levou uma mecha de cabelo para trás da orelha.
— Pode deixar que eu faço isso! — Carlos César se levantou, e deu continuação ao que a ruiva havia começado. — Uma pena que a Tebet não esteja se sentindo bem, pelo menos sobrou alguma coisa pra ela.
Quando César se deu conta de que Simone estava demorando para aparecer, perguntou a Soraya o que havia acontecido, e ela inventou uma desculpa qualquer, dizendo que a morena estava se sentindo indisposta.
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Musas de Direita - Simone e Soraya
Romance+18. Simone e Soraya, as apaixonantes e apaixonadas musas da direita brasileira, se envolvem numa paixão e num mistério. Pode ser que tudo acabe em família. Tudo fanfic, nada de compromisso com a realidade.