— Eu estive ocupada aprendendo francês para tentar te seduzir. — Soraya disse numa voz arrastada. Levantou o lençol que separava o corpo de sua mulher do seu, e se aninhou nela. Esfregou a pontinha do nariz no pescoço macio feito uma gatinha manhosa.
A loira estava brincando, não esteve aprendendo francês coisa nenhuma. Ela apenas havia decorado o trecho de uma música. Desde que Isabela apresentou as canções de Lana Del Rey para a mãe, ela se encantou. Uma das músicas que sempre tocava na playlist? Carmen.
— É mesmo, Soraya? Então seduza sua mulher em palavras francesas, mon cœur.
— Je sais que tu m'aimes aussi, tu as besoin de moi, tu as besoin de moi dans ta vie, tu ne peux vivre sans moi... — Soraya sussurra as palavras perto do ouvido de Tebet, roçando a ponta dos dedos no ombro nu. — Et je mourrais sans toi, je tuerais pour toi.
Simone segurou o rosto de Soraya, e a loira se aconchegou, deixando um beijinho no dorso da mão quentinha dela.
— Nunca pensei que eu poderia ser tão... Completa? — Simone ainda não sabia bem como colocar em palavras o que sentia. Nunca foi romântica. Ela acariciou as bochechas magras, e deixou uma bitoca na pontinha do nariz delicado. — Eu te amo.
— Amor da minha vida — Soraya começa a cantarolar baixinho —, daqui a eternidade, nossos destinos foram traçados na maternidade...
Os dedos sempre tão ágeis da loira passaram a atacar a barriga de Simone com uma cócega acompanha de cheirinhos no cangote.
— Graças a Deus nossa paixão não é cruel. — Simone brincou entre as risadas, tentando segurar os braços da mais nova.
— Tô com fome. — A senadora comentou assim que Simone, que era mais forte, conseguiu prender seus braços.
— Vamos descer, querida. O César já deve estar na cozinha.
As duas vestem os roupões e escovam os dentes, cada uma em sua própria pia da bancada dupla.
Elas desceram as escadas, e enquanto Soraya partiu apressada para a cozinha ao sentir o cheiro do bacon, Simone passou pela sala. Observou quatro jovens dormindo, cada uma em um sofá. As Marias e Isabela estavam esparramadas e cobertas, já a jovem que ela não conhecia, se encontrava encolhida com o cabelo no rosto. Tebet caminhou até o sofá de veludo verde e colocou uma manta sobre o pequeno corpo.
— Desculpe! — Simone pediu baixinho quando a garota abriu os olhos assustada.
— Nossa, que horas são? — Elisa enfiou as mãos nos bolsos da calça, e nada de encontrar o celular.
— São nove meia. — A mais velha informou.
A jovem respirou aliviada.
— Ufa! À uma e meia preciso estar na faculdade. — Falou mais para si mesma do que para a morena que a observava. Depois de piscar algumas vezes ao tentar se localizar, Elisa arregalou os olhos. — Nossa, Simone Tebet! — A constatação fez seu rosto enrubescer. Lembranças de Maria Eduarda contando de quem a casa pertencia voltava à cabeça ainda atordoada pelo álcool. — Me desculpe! Que vergonha.
Simone riu carinhosamente da falta de jeito da menina.
— Você não está de férias? Hoje é domingo. — Ela lembrou. — E vergonha por quê? — Sorriu gentil e meneou a cabeça.
— Estamos em recesso, os horários da Federal estão meio bagunçados... Hoje eu tenho um trabalho voluntário pra fazer lá. — Contou, acanhada. — E a vergonha é por ter entrado na sua festa de penetra e ainda ter dormido aqui. Mais uma vez, peço desculpas! — Elisa se levantou, tentava alisar a camiseta em seu corpo.
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Musas de Direita - Simone e Soraya
Romance+18. Simone e Soraya, as apaixonantes e apaixonadas musas da direita brasileira, se envolvem numa paixão e num mistério. Pode ser que tudo acabe em família. Tudo fanfic, nada de compromisso com a realidade.