47. A Festa de Casamento

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Assim que as mais novas casadas chegaram à mansão, já foi possível ouvir o som de Private Eyes de Daryl Hall & John Oates ressoando pelas tantas caixas de som bem posicionadas em cada parte do ambiente.

Simone matava a saudade dos irmãos, e Soraya se divertia com as enteadas e a filha. Carlos César e Fairte estavam na maior fofoca, e Maria Eduarda ficou curiosa para saber do que os dois tanto falavam, e saiu de seu grupo de conversa para se juntar a eles.

— E aí? Posso saber qual é a fofoca?

— Se fosse pra você saber, não estaríamos cochichando. — César respondeu falsamente irritado.

Fairte riu internamente, levantou as sobrancelhas e negou com a cabeça.

— O César sempre implica comigo, vó! Depois reclama porque só a Maria Fernanda fica na casa dele. — A mais nova reclamou, cruzando os braços.

— Estou brincando, Madu! — Ele deu um tapinha amigável no ombro dela.

Eduarda fez uma careta em resposta, e César bagunçou seus cabelos cheios.

— Pena que não posso fazer o mesmo com você, já que você é um calvo.

— O calvo mais bonitão que você já viu, fala a verdade! — Eduarda revira os olhos e logo o homem a puxa para um abraço. — A fofoca é que sua avó conhece o vizinho da casa ao lado.

— E...?

— Não é nada demais, querida. — Fairte responde. — O vizinho foi o primeiro namorado "oficial" da sua mãe.

— Então o vizinho ao lado foi o primeiro namorado da minha mãe, e o vizinho da frente foi marido da minha madrasta... Que coisa! — César dá um peteleco na cabeça de Eduarda. Ele havia comprado a casa do outro lado da rua, em frente a mansão das amigas. — Mas vó, tem certeza de que é ele mesmo? A senhora já não enxerga tão bem, e o suposto ex-namoradinho da minha mãe já não deve ter mais a pele lisa de anos atrás...

— Querida, realmente, não tenho certeza, apenas o vi de relance há alguns minutos. Entrou na casa ao lado acompanhado por uma jovem encantadora. O que você acha de ir lá dar uma bisbilhotada? Estou curiosa, ele era um cavalheiro.

A jovem acenou e deu de ombros, enquanto César deu pulinhos, animado para tentar apreciar a beleza do outro senhor mais de perto.

— Ele devia ser um grande garanhão, né, dona Fairte? Se hoje ainda está com tudo em cima, imagina antigamente! Vou lá com você, garota. Ah, Fairte! Como é o nome dele mesmo?

Depois de ouvir a resposta, César e Maria Eduarda, com boas doses de cachaça na cabeça, partiram para fora da festa, em direção à bela mansão em paredes revestidas num azul eclesiático.

— Será que a jovem que entrou na casa junto com ele é a esposa? — Eduarda pensou alto.

— Acho que não, ela deve ter a idade próxima a sua.

— Ah, vai que ele gosta das novinhas, né?

— Madu, tenho certeza que ele é solteiro. Posso sentir daqui!

— Achei que você estava gostando do meu pai...

Quando os dois já estavam em frente à porta dos vizinhos, César desencaixou seu braço do de Maria Eduarda.

— O quê? Tá maluca? Você está viajando. — Ele leva a mão ao peito, como se a jovem tivesse dito um grande absurdo. — Apenas simpatizei com seu pai. Ele é uma gracinha... Educado, simpático, engraçado... E hétero. Aposto que já deve ter dado "umazinha" com a pistoleira da Sylvia.

Musas de Direita - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora