Em passos falhos, Simone seguiu o caminho para fora do quarto, querendo alcançar Soraya.
— Soraya! — Simone não sabia como arranjou forças para gritar, mas o fez.
A loira estava saindo da mansão quando ouve o chamado de Simone e se volta para ela. Percebendo o quão debilitado parecia estar o equilíbrio da outra mulher, Soraya respira fundo, antes de ir até ela. Sabia que precisaria ajudá-la a descer as escadas da entrada.
— Venha — passou um dos braços dela sobre seus ombros —, vamos.
Caminharam com um pouco de dificuldade até a casa delas. Soraya se manteve segurando firme o corpo da mulher que havia acabado de dilacerar seu coração.
— Soraya — a mais velha se apoia contra a parede da área externa, enquanto a mais nova abre a porta —, olhe pra mim, por favor. Nada aconteceu. — As lágrimas transbordam pelos olhos ao receber o olhar gelado da mulher que ela sempre amou. — Não pode ter acontecido...
— Depois falamos disso. — A loira firmou a mulher em seus braços novamente, e elas entraram em casa. — Você está com cara de quem precisa vomitar.
Em menos de dez segundos depois de as duas chegarem ao banheiro de um dos quartos de hóspedes, Simone ficou de cara com a privada, expelindo uma quantidade não muito grande de líquido pela boca. Soraya segurou os cabelos escuros, e quase que de forma involuntária, a mão desocupada acariciava as costas da mulher debilitada.
Soraya percebeu que não havia muito conteúdo dentro do estômago de Simone, e se perguntou quanta droga a mulher devia ter usado.
Já na cozinha, Simone estava sentada na poltrona de amamentação que haviam comprado para Isabela, e que por algum motivo, havia ficado naquele cômodo da casa.
A loira enche um copo com água gelada, e segue até a professora, que bebe a água quase num gole só.
— Soraya — Tebet chama, mantendo os olhos fechados —, eu preciso que você me escute.
Soraya puxou uma cadeira e se sentou de frente para a morena, que abriu os olhos no mesmo momento.
— Estou aqui, estou te ouvindo. — Thronicke diz. — Simone, eu só quero que você seja sincera comigo — os olhares se conectam —, eu estaria disposta a perdoar você. Seria uma das coisas mais difíceis que teria que fazer na vida, mas eu faria. Então, apenas me diga a verdade.
Entre saber que Simone havia sido infiel ou saber que ela havia sofrido algum abuso, Soraya certamente preferiria a primeira opção.
— A última coisa da qual me lembro — Simone começa —, foi do Murilo servindo whisky pra nós dois.
A mandíbula de Soraya se fechou com força e ela sentiu suas unhas afundando na pele de suas próprias mãos ao fechar os punhos. Dois questionamentos surgiram em sua mente: o que teria levado sua esposa a beber whisky com aquele homem, e ele teria se aproveitado dela? O primeiro questionamento, a loira não faria agora, já que, certamente, ela se encontrava muito mais preocupada com o bem-estar de Simone, do que com seu próprio orgulho.
— Simone, você acredita que ele tenha te drogado? — Soraya questionou, tentando parecer o mais calma possível para não agitar a morena.
— Acho difícil. — Simone se ajeitou na poltrona. — Ele estava na minha frente o tempo todo. Eu o vi tirar os copos dos armários, abrir a garrafa... Foi tudo na minha frente. Ele bebeu a mesma coisa que eu bebi.
— Tá — Soraya suspirou —, espere aí. — Ela pediu, e foi até a sala. Buscou nos contatos de seu celular o nome de seu sobrinho médico, que por sorte, havia se mudado para Brasília há pouco tempo. Soraya explicou resumidamente o por que precisava de sua ajuda, e ele avisou que em meia hora estaria ali.
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Musas de Direita - Simone e Soraya
Romance+18. Simone e Soraya, as apaixonantes e apaixonadas musas da direita brasileira, se envolvem numa paixão e num mistério. Pode ser que tudo acabe em família. Tudo fanfic, nada de compromisso com a realidade.