— Simone? — A voz de Soraya ecoou pelo grande quarto que estava extremamente bem iluminado pela luz do dia. — Simone!
Quando Simone finalmente conseguiu abrir os olhos, ainda que com dificuldade, devido a tamanha dor de cabeça que sentia, ela conseguiu se apoiar em seus cotovelos. Com o sol inundando todo o espaço à sua volta, fazendo seus olhos arderem, ela enxergou Soraya a sua frente, e a expressão que viu no rosto de sua esposa, a deixou ainda mais confusa.
— Soraya? — Ela correu os dedos pelos cabelos escuros, e quando seu olhar se voltou para baixo, ela percebeu que estava somente em suas roupas íntimas, algo que não causaria estranhamento, se não fosse pela forma que era encarada por Soraya e pelo fato de não se lembrar que quarto era aquele. — O que foi? Onde estamos?
O olhar de Soraya sai de cima da esposa, e para no outro lado da cama. A atenção de Simone segue o mesmo caminho, e então, seu coração quase sai pela boca quando ela vê seu primeiro namorado da juventude, o único antes de Eduardo, e atual vizinho, deitado ali. Quando se dá conta de que Murilo Makowski está, aparentemente nu, coberto apenas por um lençol, assim como ela, tudo à sua volta parece girar.
Algumas horas antes
Era dia vinte e oito de janeiro, e Simone e Soraya haviam retornado da viagem de lua de mel há três dias. Nesse pouco tempo de retorno, as duas já tinham criado um apego com a criança e com a recém-nascida que foram trazidas por Elisa, a filha do primeiro namorado de Simone. As duas menores estavam sob a responsabilidade da vizinha, que agora estava mais para moradora da residência Tebet Thronicke.
— Maria Eduarda, deixa esse celular um pouco de lado, filha. — Simone, que estava sentada à ponta da mesa, reclamou.
— Eu só estou mostrando uma coleção de livros do Senhor dos Anéis pra Clara Maria! — A jovem olhou para a garotinha de cinco anos ao seu lado. — Ela já sabe ler e adora! Daqui a pouco vamos sair pra comprar!
— Eu acho engraçado que o meu sobrenome seja o seu primeiro nome. — A menorzinha franziu o cenho.
Clara ficou de pé na cadeira para servir mais café em sua xícara e perguntou se Maria Eduarda também queria mais.
— Clara — Soraya chamou —, Maria não é seu sobrenome, é seu um nome composto, querida.
César volta para a sala de jantar com um bolo de cenoura.
— Igual Carlos César! César é o meu nome composto — o homem diz, cortando o doce cheio de cobertura de chocolate —, e é o meu favorito. Não sou muito fã de Carlos... Me chamavam de Carlão na adolescência. Credo!
— César é o nome da premiação mais importante do cinema francês, não é? — Clara questionou, tendo a certeza de que estava certa.
Carlos César levantou as sobrancelhas e acenou com a cabeça.
— Como é que você sabe? — Simone perguntou.
— A Madu está na fase de só assistir filme francês, e daí ela e a Elisa só falam nisso agora. Muito chatas. — Maria Fernanda implicou brincalhona, e recebeu um tapa da irmã.
— Chata é você, Mafê! — Elisa, que estava ninando a órfã recém-nascida, retrucou a amiga.
Isabela voltou para a sala de jantar com a mamadeira que havia acabado de preparar para o neném que nem nome tinha ainda.
— Elisa, posso dar o mamá pra ela? — A jovem grávida perguntou com os olhinhos brilhando.
Soraya sorriu ao notar o instinto maternal nascendo na filha.
— Claro! — A ruiva respondeu de prontidão. Acomodou o bebê no colo da amiga, e se sentou ao lado de Eduarda.
— Simone, sabia que todos os dias as meninas que já te viram comigo lá — Elisa se referiu ao local do projeto social —, perguntam se você vai se candidatar em dois mil e vinte e seis?
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Musas de Direita - Simone e Soraya
Romance+18. Simone e Soraya, as apaixonantes e apaixonadas musas da direita brasileira, se envolvem numa paixão e num mistério. Pode ser que tudo acabe em família. Tudo fanfic, nada de compromisso com a realidade.