32. Armadas e Bem Amadas

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Soraya trancou a porta do quarto, assim que ela e Simone adentraram o ambiente. Enquanto girava a chave na fechadura, sua expectativa era de que ela e sua mulher teriam mais um momento... Romântico.

— Ah, Simone! — A decepção foi evidente em sua voz quando ela se voltou para a morena, e viu que ela estava abrindo a maleta que continha sua pistola.

— Soraya, vem aqui! É fácil de aprender, eu sei que você tem uma noção do manuseio.

A baixinha atendeu ao pedido, e caminhou até Simone, com um sorriso faceiro nos lábios. Talvez fosse os hormônios da melhor idade, o nervosismo pela situação delicada que estavam passando, ou até mesmo o efeito da morena sobre ela, mas Soraya poderia dizer que estava subindo pelas paredes.

— Acho que eu preciso te lembrar do quão grande é meu entendimento quando se trata de manuseio, candidata. Fico ofendida por você ainda duvidar das habilidades que tenho com as mãos, e com os dedos... — Ela reclamou provocativa, com um beicinho enfeitando os lábios.

Soraya se sentou na cama e puxou Tebet, que permaneceu de pé, entrelaçando seu corpo com as pernas.

— Meu Deus, Soraya. — Simone não consegue evitar as risadas que escapam por seus lábios, e beija a testa da loira. — Estou falando de outra habilidade.

— Tá bem, tá bem. — A mais nova revirou os olhos e jogou o corpo para trás, se apoiando em seus cotovelos. — Me ensine.

Simone sorriu, e usou a mão livre para tocar a coxa de Soraya. Num carinho contido, arrastando as unhas pela derme macia, ela deixou que o tecido do vestido subisse um pouco. A loira tentou se conter ao máximo para continuar apenas observando os movimentos calculados da mulher que sempre tirou seu fôlego.

— Vai ser rápido, se você prestar atenção. — Tebet semicerra os olhos, encarando sua ex-aluna. — Soraya, pare de olhar para os meus seios e se concentre. Venha, levanta.

— E seu eu for uma boa aluna, você vai me dar... — Soraya enrola uma mecha de seus fios loiros entre os dedos, enquanto encara Simone, forjando uma expressão de inocência. — Vai me dar... Uma recompensa?

A morena riu e revirou os olhos, fazendo o coração de Thronicke derreter. Ela ficava completamente boba quando essa expressão específica tomava conta do semblante de Simone.

— Eu vou te dar, Soraya.

— Que delícia. — Soraya sussurrou lascivamente no ouvido da mais velha ao se por de pé, como havia sido mandado. Recebeu uma encarada de Simone, que não havia se dado conta da malícia em sua própria fala anterior.

Com a arma descarregada, Simone começou a explicar passo a passo o funcionamento de todos os comandos, e pediu para que Soraya esperasse um pouco enquanto ela ia buscar pela outra pistola que se encontrava escondida em outro local da casa, que seria de manuseio mais simples.

— Olha só, professora! — Soraya exclama quando Simone volta para o quarto. — Destravei a trava de segurança, e travei de novo! Veja, muito complicado...

— Aham, agora me diga como funciona o sistema de carregamento dela. — Simone mandou, e a resposta que obteve foi uma careta. Ela entregou outra arma a loira, que durante cerca de cinquenta minutos, manteve concentração total em tudo que lhe era ensinado, e de fato, já possuía uma boa noção do que fazer.

— E agora, eu apertaria o gatilho. — Soraya disse baixinho, atenta ao seu próprio reflexo.

As duas estão com a postura ereta, e Tebet está posicionada atrás de Soraya, que segura a arma com as duas mãos. As mãos da mais velha estão sobre os ombros da loira, prestando atenção, e cuidando de seus movimentos. Elas estão de frente para o espelho, e Simone fica orgulhosa pela forma como sua mulher se esforçou de verdade para se concentrar na tarefa.

Musas de Direita - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora