25. Todo Cuidado é Pouco

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O trio quase morreu, não pela explosão em si, que foi pequena, detonando apenas o capô do carro, mas pelo susto. Soraya sentiu o peito pesar, e fechou os olhos por um momento. Quando se deu conta, Carlos César estava a puxando para fora do automóvel.

— Soraya, pelo amor de Deus, o que você está sentindo? — César perguntou, desesperado com a mulher se apoiando em seus braços. Simone quase se desequilibrou ao correr para o lado dos dois.

— Não é nada, foi só uma dorzinha. — Ela o tranquilizou, sendo tomada pelos braços de Simone.

— Você se machucou? — Tebet questionou, segurando-a pelos ombros, prestando atenção em todo o seu corpo, com a pressa de se certificar de que ela não foi atingida.

— Eu estou bem, fica calma. Só senti uma pressão no coração, mas já passou. Foi só um susto. — Soraya respondeu, pouco convincente, e Simone continuou a com o olhar de águia para cima dela. — E você, Simone? Você está bem?

Simone ignorou a pergunta, e logo mandou que César marcasse um horário com o cardiologista da loira, que se irritava com a pequena muvuca se formava ao redor deles. De forma protetora, a morena manteve seus braços envolvendo o corpo de Soraya. Um dos porteiros do prédio ligou para a polícia, outro para os bombeiros e outros moradores correram com extintores para apagar o fogo antes que tudo se explodisse.

— Como fomos burros, meu Deus! É claro que teria algo de errado com o carro! Jesus! — Carlos César exclamou com afobação, atento à linha de espera do telefone do consultório.

— Não me diga, Carlos César. — Soraya debochou, tentando descobrir o próprio nervosismo.

Em alguns minutos, Isabela e Marcelo surgiram entre a multidão que só aumentava. Eles custaram a se enfiar entre os demais civis para chegar até os três.

— Mãe! Meu Deus, o que aconteceu? — Isabela perguntou, exasperada, e Marcelo seguiu em direção ao fogo para tentar contê-lo junto dos demais que já estavam empenhados na tarefa. Os três senhores inventaram uma desculpa convincente para a jovem, e naquele momento, Soraya temeu pela vida da mesma também.

Depois de bons minutos é muito suor, o fogo foi apagado, e ainda assim, o prédio precisava ser esvaziado. Dessa forma, todos seguiram para o lado de fora. Tebet se manteve colada em Soraya o tempo todo, a fim de se certificar de que ela não passaria mal.

Não demorou mais de dez minutos para que uma boa quantidade de policiais chegasse ao local, e isso fez Simone respirar mais aliviada. Finalmente poderiam contar com a ajuda das autoridades.

A contra gosto, Simone se manteve no local junto com Carlos César, e os dois jovens partiram com Soraya para a clínica. Marcelo dirigia o carro, e Isabela acompanhou a mãe no banco de trás.

— Não faz o menor sentido vocês estarem me levando até lá, eu estou ótima. — Soraya reclamou.

— Mãe, você passou por uma cirurgia há pouco tempo, é lógico que precisa checar se está tudo bem, ainda mais depois de um susto desses.

— Parece que ando tendo azar com automóveis. — Soraya afirmou, e deu de ombros.

— A explosão aconteceu do nada? O carro já não estava com algum cheiro que indicasse que havia algo de errado ou coisa assim? — Marcelo se intrometeu.

— Não estava com cheiro nenhum, eu virei a chave e aconteceu. Deve ser porque ficou uns meses parado, não sei. — A loira coçou a cabeça, inventando desculpas e tentando pensar em algo para mudar o direcionamento da conversa. — É hoje que vocês voltam pra Campo Grande?

— Amanhã à noite. — Isabela respondeu.

— Bebela, por acaso você não tem vontade de terminar sua faculdade fora do país? — Soraya trouxe à tona a ideia, acreditando que seria mais seguro que a filha ficasse longe, por enquanto.

Musas de Direita - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora