42. Jacuzzi

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Era madrugada do dia dois de janeiro de dois mil e vinte e três, e Simone havia acabado de trancar a porta do deck onde estava o jacuzzi que ela e Soraya estavam querendo fazer uso desde que chegaram para o Natal.

— Simone... — Soraya chamou acanhada, já completamente nua encarando a água borbulhante à sua frente.

— Fale, querida.

Simone começou a se livrar das próprias roupas, estranhando o fato da loira não se incomodar com isso. Normalmente Soraya já teria ido até ela e arrancado o restante de suas peças, fazendo questão de marcar toda sua pele durante o processo, é claro.

— Você nunca fez nada aqui com o Eduardo, ou já fez?

Tebet até tentou, mas não conseguiu evitar de rir com a pergunta. Mirou a mais nova que perdeu o semblante de dúvida para o impaciente.

— Soraya, não me olhe assim. — Simone caminha em passos lentos até sua noiva. — Eu nunca fiz nada com o Eduardo aqui. E posso saber o motivo dessa sua pergunta agora? Nós duas já entramos aqui na véspera de Natal, e é agora que essa dúvida surgiu nessa sua cabecinha, é?

Thronicke revirou os olhos. Entrou no jacuzzi, e segurou a mão de Simone para que ela entrasse também. Em questão de segundos, Soraya já estava sentada no colo da mais velha, envolvendo a cintura dela com as pernas. Seu braço canhoto envolveu o ombro alvo, e a destra, acabou por acariciar a bochecha corada. Elas se encaravam como se pudessem ler uma a outra. De fato, podiam.

— Sei lá, fiquei com ciúmes.

A risada rouca de Simone foi o que fez Soraya não resistir a vontade de beijá-la, e assim, ela colocou os lábios. Na junção das línguas que se entrelaçavam numa busca por dominância velada, a morena deslizou lentamente a mão pelo abdômen de sua mulher, que como resposta puxou os cabelos escuros.

— Você não precisa ter ciúme nenhum de mim, senadora.

— Você é só minha, não é? — Inquiriu desnecessariamente a mulher que de forma explícita a pertencia.

Simone marcou os dígitos na cintura fina quando colou ainda mais os corpos, e com a outra mão, continuou o caminho lento para o meio cheio de prazer que se encontrava entre as pernas dela. Sentiu na ponta dos dedos o incêndio que acontecia ali, e resolveu apagá-lo com o indicador e o médio — ou apenas ateou mais fogo. Soraya mordeu forte o ombro ebúrneo, registrou sua marca de onça no marfim, e a morena gemeu junto dela com o ato inesperado. Com o fôlego entrecortado devido a força que usava para penetrá-la com afinco, ela acabou por sussurrar:

— Você ainda tem dúvidas, Soraya? Meu Deus, você não sabe o poder que tem sobre mim.

A cabeça de Soraya pendeu para trás. Sentava com teimosia nos dedos da mais velha. Rebolava o quadril feito louca, e gemia alto quando os dígitos entravam fundo e a palma da mão de Simone massageava seu clitóris.

Não precisou de muito mais para gozar nas mãos da mulher que amava, ainda mais quando a mesma passou a língua travessa por seus dois mamilos, como se provasse o sabor de cada um para escolher qual mamaria; escolheu e mamou afoita. O acumulo de saliva na boca fez a morena literalmente babar por sua mulher, e ela metia com força na 'buceta apertada e sugava na mesma intensidade o mamilo eriçado. Os gemidos ecoavam pelas paredes, a água molhava o chão à volta a cada sentada que loira dava.

Ao que Soraya se derramou para ela, uniram as testas suadas pela atividade que praticavam sempre com tanta paixão. A mais nova sorriu lasciva por notar o quanto os lábios de Simone estavam avermelhados e inchados de tanto mamar o seu peito, que, ao olhar para baixo, notou que se encontrava da mesma forma. Se beijaram, trocaram inúmeras juras de amor. Se sentiam completas. Estavam completas.

— Eu amo essa vista. — Simone soprou baixinho no ouvido da baixinha, que estava confortavelmente sentada em seu colo. Se encaixavam tão bem. Acariciava a cintura que rodeava com os braços, e apoiou o queixo no ombro dourado, enquanto observava admirada o brilho da lua contra a água escura do mar.

— É realmente uma vista muito bonita, mas você sabe que eu prefiro uma outra coisa... — Quis dar uma conotação de malícia, mas estava mesmo era se referindo a uma boa noite de sono. — Vamos pro quarto?

— Hum... Já? — A morena perguntou manhosa. Estava cansada, e afastou os braços para se espreguiçar, mas ainda não estava a fim de encerrar a noite.

— Simone, que horas são? — Soraya se separa do abraço para alcançar o relógio que Simone havia deixado com as roupas. — Já são quase três horas!

Soraya se pôs de pé e se enrolou numa toalha. Segurou a mão de Simone para que ela também saísse da água, não se demorando em colocar uma toalha sobre seus ombros também.

— Ainda está cedo. — Tebet fez beicinho e encarou a loira com olhos pidões.

A loira riu irônica e perguntou:

— E você acha que nós vamos fazer o que quando estivermos no quarto? Dormir?

Simone revirou os olhos e deu-lhe um tapa estalado na coxa antes das duas saírem do deck.

— Será que somos as únicas acordadas por aqui? — A mais velha pensou alto.

— Pelo jeito não.

Antes de Soraya falar, já era possível identificar movimentos na piscina. Carlos César e Eduardo parecem estar apostando quem chega mais rápido de lá pra cá na água. As duas observam a cena rapidamente, se encarando segundos depois.

— Pelo jeito nós quatro tínhamos muita energia acumulada... — Simone comentou.

Enquanto caminhavam em direção à escada, as duas senhoras também ouviram risadas surgindo da sala.

— Maria Fernanda, isso tá errado!

Soraya reconhece a voz da filha, e puxa Simone para elas darem uma espiada no local. Isabela e Maria Fernanda estão jogando algum jogo de tabuleiro, e assim que as duas mulheres mais velhas olham para a cena, podem ver a filha de Tebet dando um beijo na bochecha da outra jovem. Mais uma vez as senhoras se encaram, dessa vez uma expressão de desconfiança surge em ambas as faces, e elas voltam a seguir caminho para a suíte principal.

— Onde tá a Maria Eduarda?

— Foi passar a noite na casa da amiga dela aqui do prédio. — Simone responde, seguindo até o banheiro. — Eu já vou ligar o chuveiro, você vem comigo?

— Óbvio.

— Ah, e temos que ver logo uma data pro casamento, Soraya.

— Meu amor, daqui algumas horas nós podemos ver isso.

— Estou ansiosa!

Thronicke sorriu ao observar sua mulher já ensaboando os cabelos, e por um momento ela ficou encostada no batente da porta, apenas admirando a cena.

— Eu te amo, Simone. — Soraya se junta à ela no chuveiro, e passa a lavar os próprios cabelos. — Vamos rápido, preciso de você na cama.

Tebet joga espuma no rosto da loira, que retruca jogando água, e assim elas ficam se provocando por alguns minutos debaixo na água corrente, novamente esquecendo do tempo que corre.

Musas de Direita - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora