Musas de Direita - Simone e Soraya

55. A Ilha e as Chaves

Um céu azul e ensolarado era o que cobria a cabeça de Simone e de Soraya quando as duas chegaram à ilha particular, localizada em Angra dos Reis.

— Meu Deus, ainda bem que eu trouxe dez tubos de protetor solar. — Simone falou quando já sentiu sua pele começar a reclamar, e as duas seguiram o caminho até a mansão.

— E ainda bem que eu trouxe meu bronzeador! — Soraya exclama. — Só um, já que não sou exagerada como a minha mulher.

Simone deu um tapinha estalado na coxa da mais nova, e recebeu um beijinho em sua bochecha como resposta.

— Cadê o Ricky? — Soraya cochichou para Simone, que entregou as malas a um mordomo que as levou para o andar de cima.

— Agora ele está na casa que fica do outro lado da ilha, meu amor. — Simone responde, parada no meio da espaçosa escada principal. Ela percebe que Soraya está admirando o grande quadro do cantor, quase nu, no centro da sala, e estreita os olhos para a mulher. — Você vai mesmo ficar secando a imagem dele, Soraya?

A loira soltou uma gargalhada, e se juntou a esposa na escada. Puxou seu braço para que elas continuassem o caminho.

— Meu amor — Soraya dá um beijo na mão de Simone —, eu só estava reparando no mau gosto que alguns ricos possuem.

— Soraya, não fale assim!

As duas adentram a grande suíte principal, e ao lado da cama há um balde cheio de gelo com um Champagne Louis Roederer Cristal Brut dentro.

— Eu menti? — A loira brinca, e logo suas sobrancelhas se levantam em espanto. — Meu Deus — ela aponta para a bebida —, e é o de três litros!

Soraya logo deixou de dar atenção ao champanhe, e correu até a grande sacada. Simone aproveitou para admirar a mulher que muitas vezes agia como uma adolescente deslumbrada. Ela se encaixou no corpo da mais nova, abraçando sua cintura por trás, e descansou o queixo no ombro bronzeado.

— Essa vista é linda, não é? — Simone sussurrou, sentindo o carinho de Soraya em suas mãos.

— É... Fica ainda mais bonita com você. — A loira sente o abraço em sua cintura firmar, e beijos serem espalhados por seu ombro, até Simone deixar uma mordida, não muito forte, no lugar. — Ai!

A mais velha enche o local da mordida de beijos, e volta a descansar o queixo no mesmo lugar. E durante alguns minutos, elas só ficam ali, admirando a vista do mar, sentindo a brisa, o vento fraco correndo e bagunçando os cabelos.

— Quando eu te vi pela primeira vez... — Simone começou a falar, mas logo ouviu a interrupção de Soraya.

— Você se lembra da primeira vez que me viu? — Ela apoiou o queixo no próprio ombro, tentando olhar para a esposa, que sentiu o próprio rosto ficar enrubescer.

— É, eu lembro... Isso soa muito estranho?

Soraya girou o corpo, ficando totalmente de frente para Simone.

— Sim, é bem bizarro. — A mais nova diz em tom sarcástico, mas percebe que de fato a mulher ficou sem jeito, e então ela espalha beijos castos por todo o rosto avermelhado. — Eu tô brincando, meu amor! Isso só mostra que eu sou mesmo a mulher mais sortuda do mundo. — Simone abaixa o rosto, e mantém o olhar conectado ao de Soraya, com um sorriso de canto em seus lábios. — Desculpe por te interromper, amor. O que aconteceu quando você me viu pela primeira vez?

— Na época — Simone começa a falar, e por um momento seus olhos admiram o céu à sua frente, antes de retornarem a atenção a Soraya —, algo em você me irritou.