Encarei minha mãe com olhos semicerrados quando ela se aproximou para ajeitar a gola da camisa social que eu usava. Bufei quando lembrei o motivo para toda aquela preparação: iriamos jantar com os Malik.
– Coloque um sorriso no rosto, Harry. Essa irritação toda é pelo Zayn? Não dê a impressão que não gosta de Trisha e suas filhas.
— Por que Gemma pode ficar e eu tenho que ir?
— Gemma está cheia de trabalhos escolares — ela me puxou pela mão, guiando-me até a porta. – Desmanche essa carranca no rosto, precisa ser educado com todos.
Bufei e atravessei a rua ao seu lado, vendo-a bater educadamente na porta vizinha. Em alguns instantes ela foi aberta por Zayn, que desmanchou o sorriso quando encontrou meus olhos.
— Olá, tia Anne — ele abraçou minha mãe.
— Olá, querido — ela disse acariciando suas costas. – Você está tão lindo!
— Oi, Harry — disse me abraçando de surpresa. — Quanto tempo.
— Igualmente, Zayn — declarei cínico como ele.
— Eu te odeio! — Zayn sussurrou em meu ouvido, para que apenas eu o ouvisse.
— Seu imbecil! — retruquei.
Me afastei e entrei, não sem antes capturar o sorriso da minha mãe. Ela estava realmente convencida que aquele abraço era uma declaração de paz entre nós, coitada.
Entrei e cumprimentei todos presentes, logo ocupando meu lugar na mesa oitavada. O jantar ocorreu bem, Zayn não me aborreceu durante a refeição – na verdade, ele sequer passou os olhos em mim desde que sentou na cadeira em minha frente. A noite teria sido perfeita se não fosse pelos apertos que Waliyha, irmã mais nova de Zayn, dava em minha coxa por debaixo da mesa.
— Zayn, leve Harry para seu quarto – Trisha pediu com educação. – Anne e eu temos algo importante para conversar em particular.
Zayn revirou os olhos e levantou da mesa, encarando-me e apontando para a escada com a cabeça. Levantei rapidamente da cadeira quando vi Waliyha sorrir para mim. Eu não suportava Zayn Malik, mas prefiro ir para seu quarto do que ser molestado por uma garota de quinze anos.
Subimos as escadas e entramos no último quarto do corredor. Abrir a boca quando a bagunça do cômodo invadiu meus olhos: sapatos emborcados e jogados por todo lado, embalagens de comida vazias pelas cômodas e roupas espalhadas pelo chão. O quarto parecia uma verdadeira zona de guerra.
— Qual seu problema em arrumar o quarto? Que nojeira!
— Não é da sua conta se arrumo ou não o meu quarto!
— Você é um completo idiota — bufei e cruzei os braços.
— E você é insuportável — ele se jogou na cama.
– Quer saber? Não direi mais nada! – virei de costas e encarei a parede.
– Vamos, não seja infantil! Você prefere ficar em pé ou quer sentar na cama?
– Odeio você! – girei o corpo e caminhei até a cama.
Deixei um gemido baixo escapar dos lábios quando tropecei em um dos sapatos jogados no chão e perdi o equilíbrio, sendo automaticamente arremessado contra o corpo de Zayn.
— Desculpe! — arregalei os olhos e o encarei.
Ele não disse nada, apenas me encarou com a testa franzida. Tentei levantar, mas suas mãos me impediam, firmemente envoltas em minha cintura.
— Tem algo muito errado, Harry — ele murmurou e apertou os olhos com força. – Estou com uma vontade ridícula de beijá-lo.
— Como?
Senti seus lábios contra os meus, forçando-me a reagir e tentar me livrar dos seus braços, sendo fortemente apertado pelos braços de Zayn. Ele movia os lábios com leveza, pacientemente esperando que eu me entregasse ao beijo, algo que não demorou para acontecer.
Fechei os olhos e senti Zayn descer a mão com delicadeza por minhas costas, curiosamente introduzindo-a em um dos meus bolsos traseiros, aproveitando a oportunidade e apertando minhas nádegas. Pulei com o toque inesperado, o que arrancou uma risada nasal de Zayn, incentivando-o a separar o beijo.
— Você tem o corpo cheio de curvas para um homem — ele conectou os olhos com os meus.
— Você está enlouquecendo, Malik! — tentei me soltar novamente. — Primeiro me beija e agora fala sobre meu corpo? Você está ciente que beijou Harry Styles? Você me odeia!
– Nunca falei que odiava você.
– Disse sim! – choraminguei e andei de um lado para o outro. — Céus, estou tão confuso.
Zayn sorriu e levantou, rapidamente segurando minha cintura e juntando nossos lábios.
— Gosto de você, gosto de irritá-lo – ele disse, ainda mantendo uma distância perigosa entre nossos lábios. – Provavelmente é assim que gosto de uma pessoa, quando a perturbo. Gosto de você, Harry Styles.
Essa história foi escrita muitos anos atrás, quando pouco dominava o português básico e abusava de menos da imaginação.
A maioria dos contos adiante possui pouco desenvolvimento – ou nenhum –, então as tramas acontecem rápido demais, até mesmo com ausência essencial de detalhes. Algumas nem alcançam mil palavras, outras não possuem conteúdo ou/e conotação sexual. Muitos contos foram inspirados em letras de músicas que eu estava obcecada na época (2014/2015), os créditos aos artistas estarão nas notas finais de cada conto.
Adianto que as histórias são extremamente clichês.
"Ah, são histórias clichês". Ok, mas são minhas histórias clichês, completamente significativas em um período importante da minha vida, escritas em uma época onde depositei minha condição emocional em cada palavra, elas foram importantíssimas para minha formação de caráter e desempenho atual. Exclui esses contos há algum tempo por me envergonhar da ortografia, ainda mais pelos enredos fracos e supérfluos, mas decidi repostar após perceber que não podia apagar um pedaço de algo que me ajudou a evoluir como autora.
Apresento a vocês um pedaço apagado da Ziegler de 2014, sem ela não existiria a Ziegler de hoje. Bem-vindos ao antigo Dez Contos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
DEZ CONTOS
FanfictionPequena grande coleção de histórias estranhamente fascinantes. • ʙᴏᴏᴋsᴍᴜᴛ ᴢᴀʀʀʏ