Sweet Job

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— Tem certeza de que vai dar conta? — Tom questionou, erguendo as sobrancelhas enquanto me fitava com preocupação

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— Tem certeza de que vai dar conta? — Tom questionou, erguendo as sobrancelhas enquanto me fitava com preocupação.

— Preciso desse trabalho mais do que ninguém aqui! — Respondi, encarando-o com determinação, buscando transmitir toda a urgência e necessidade que sentia.

— Vou confiar em você, Harry. — Ele deu um tapinha reconfortante nas minhas costas. — Conheço sua família. Sei que você vai cuidar disso com responsabilidade.

— Então estou contratado?

— Bom... Sim, está. — Ele sorriu de lado, aliviando a tensão no ar. — As coisas que você vai precisar estão no armário da dispensa. Seu turno começa em vinte minutos.

Respirei fundo, sentindo um peso sair dos meus ombros, e caminhei até o fundo da loja. Não esperava conseguir esse trabalho, mas era uma oportunidade crucial. Ganhar algum dinheiro para a faculdade era essencial, e começar como Papai Noel poderia ser um bom começo.

Abri a bolsa marrom no armário, retirando cuidadosamente cada peça. Olhei para os trajes à minha frente e mordi o lábio inferior, percebendo a quantidade de detalhes.

Não podia decepcionar Tom. Ele havia depositado confiança em mim, então eu precisava ser o melhor Papai Noel que aquele shopping já viu.

Tirei minha camiseta cinza e a joguei sobre a cadeira. Peguei a barriga redonda de espuma, prendendo os dois fios que estavam soltos atrás dela. Vesti as calças largas e vermelhas sobre a minha bermuda jeans. Coloquei a camisa folgada e finalizei com os acessórios.

Olhei para meu reflexo no espelho e soltei uma gargalhada. Estava ridículo. Nunca me imaginei com cabelos grandes e brancos, ou com barba e bigode. Terminei de ajustar os últimos detalhes e saí, colocando os óculos de grau fraco. Tom me esperava na porta e, ao me ver, soltou uma risada.

— Acho que fiz uma boa escolha. — Ele riu, passando a língua pelos lábios. — Agora, sente-se naquela cadeira e faça o seu melhor para atrair as pessoas para a nossa loja.

— Há mais alguma coisa que eu deva saber?

— Acho que não. Apenas seja simpático e paciente. — Tom arrumou um brinquedo torto na prateleira. — Ah, quase esqueci. Às vezes, aparecem uns engraçadinhos. Se isso acontecer, ignore-os.

— Acredito que posso lidar com isso.

Sentei na cadeira ao lado da porta da loja, observando o movimento intenso ao meu redor. Muitas pessoas buscavam presentes para seus entes queridos, enquanto outras apenas admiravam a enorme árvore de Natal no centro do pátio, ou se deliciavam na lanchonete próxima.

— Você é o Papai Noel de verdade?

Uma garotinha com fartos cabelos negros sentou-se no meu colo, acompanhada por duas adolescentes e um garoto. Pela semelhança entre eles, percebi que eram parentes.

DEZ CONTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora