Watermelon

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Contou impaciente o tempo que aguardava na recepção da escola, contabilizando quinze minutos sentado na cadeira desconfortável, começando a odiar tudo e todos

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Contou impaciente o tempo que aguardava na recepção da escola, contabilizando quinze minutos sentado na cadeira desconfortável, começando a odiar tudo e todos. Estava ali desde o encerramento da terceira aula, esperando para concluir os últimos papéis da matrícula, frustrando-se a cada minuto de espera que acumulava.

— Zayn, aqui estão os documentos e seus horários.

Ergueu os olhos e encontrou a senhora responsável pela secretaria, levantando e puxando os papéis de suas mãos, jogando-os de qualquer jeito na mochila. Deixou a recepção sem certeza para onde deveria ir, não querendo assistir nenhuma aula no momento. Esquivou de algumas pessoas que pareciam querer puxar assunto, pensando mentalmente não estar aberto para fazer amizade, não quando aquele era seu primeiro dia naquela escola de merda.

Procurou pelo jardim, decidindo que mataria o restante das aulas. Sentiu alívio quando percebeu que nenhum funcionário ou estudante frequentava o lugar, dando-lhe a privacidade que tanto almejava. Esbarrou os olhos em um garoto concentrado em guardar o caderno na mochila, zombando-o pela forma que se vestia: colorido demais para seu gosto. A blusa amarela em combinação com uma calça marrom o destoava do restante dos alunos.

Desviou o olhar para o chão quando os olhos do garoto encontraram os seus. Esperou alguns segundos antes de voltar a observá-lo, arrebatado pela surpresa quando percebeu que os olhos verdes ainda o encaravam. Viu ele ajustar a mochila nas costas e caminhar em sua direção. Espremeu os olhos e implorou para que o garoto desviasse de seu caminho.

Caralho, dê meia volta!

Olhou novamente para o de olhos verdes e viu que ele possuía um sorriso gentil nos lábios.

Perto.

Bufou e pediu sequencialmente que a qualquer momento ele desviasse para outra direção.

Cada vez mais perto.

— Você é novo por aqui?

Porra!

Entortou o nariz quando o cheiro doce invadiu suas narinas. O perfume adocicado assemelhava-se ao odor natural de uma melancia.

Uhum — respondeu com desinteresse.

Queria ignorá-lo, mas decidiu que não poderia ser mal-educado sem motivo — por mais que desse um foda-se para todos naquele lugar.

— Eu nunca o vi pela escola — ele prosseguiu, analisando-o de baixo para cima. — Meu nome é Harry Styles.

Assentiu e desviou o olhar, esperando que aquilo soasse antipático o suficiente para o outro dar meia-volta e o deixar em paz.

— Você não tem nome? — Harry perguntou, sorrateiro.

— Zayn.

— Seu nome é tão diferente, dificilmente achará alguém por aqui com um igual, ou até mesmo parecido com o seu — afirmou com um sorriso. — Já o meu é tão comum que soa meio sem graça.

DEZ CONTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora