ᴄᴏɴᴛᴏ ᴅᴇ ʜᴀʟʟᴏᴡᴇᴇɴ
Enquanto esperava em sua casa, acompanhado por sua mãe, pensei como Harry possuía a terrível mania de se atrasar. Esperava para levá-lo até uma festa de Halloween, quase cochilando na poltrona após meia hora prostrado naquele lugar. Anne fazia questão de me fazer companhia, oferecendo uma nova xícara de café — que recusei educadamente.
Sorri ao ver Harry nas escadas, percebendo que ele não havia notado minha presença devido a velocidade que desceu os degraus. Aconcheguei as costas na poltrona e o observei em silêncio, vendo-o ficar de costas para mim e de frente para a mãe.
— Boa noite, querido... — Anne foi interrompida.
— Mãe, a senhora não vai acreditar no sonho que tive! — Harry bateu as palmas com animação.
— Harry, você tem... — outra vez foi interrompida.
— Sonhei que o Superman veio até nossa casa e disse que faria todos os meus desejos se realizarem, mas tudo ficou estranho quando uma elefanta cor-de-rosa apareceu. Ela explodiu do nada e espalhou confete para todos os lados...
— Harry... — Anne arregalou os olhos, outra vez sendo interrompida.
— Deixe-me terminar, mamãe! — Harry bateu o pé no chão. — Entre os confetes, a mulher maravilha apareceu e perguntou se eu havia roubado sua espada, e eu respondi que não. Então ela agradeceu e me beijou na bochecha, mas...
— Harry! — Anne se exaltou.
— Deixe ele terminar de contar o sonho, senhora Styles — me manifestei pela primeira vez. — Estou curioso para saber o final.
Ele virou e me encarou com olhos arregalados, desmanchando o sorriso. Obtive a privacidade desejada quando Anne levantou, beijou a testa do filho e deixou a sala.
— É sério, Harry? Uma elefanta cor-de-rosa? — me aproximei e bati em seu braço com o cotovelo.
— Você vai contar? — encarou o chão, evitando me olhar. — Vai contar sobre esse sonho ridículo para todos na escola?
— Não vou contar para ninguém.
Sorri e observei a fantasia de cowboy que ele usava. Aproximei meu corpo do dele e segurei sua cintura, beijando uma de suas bochechas com doçura. Segurei a mão de Harry o guiei até o carro, abrindo a porta do carona para ele entrar. Entrei no veículo e dei partida, virando para o lado oposto de onde deveria.
— Este não é o caminho para a festa.
— Não vamos para a festa, quero levar você em um lugar.
— Mas você disse que iríamos para uma festa! — ele entortou as sobrancelhas e dobrou os lábios. — Deixou que eu me fantasiasse sem motivo?
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DEZ CONTOS
FanfictionPequena grande coleção de histórias estranhamente fascinantes. • ʙᴏᴏᴋsᴍᴜᴛ ᴢᴀʀʀʏ