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PARTE 1
A bola avançava rapidamente entre os jogadores adversários, o campo vibrando com o esforço de todos. O suor escorria pelo rosto de Harry, encharcando a camisa do time, cada gota refletindo o árduo trabalho em campo. Ele mantinha o olhar fixo, movendo-se com agilidade e precisão. Ao perceber a brecha, passou a bola com exímia habilidade por entre as pernas do defensor mais alto, preparando-se para o chute. Quando a bola deixou seus pés, o som abafado da torcida foi substituído por um silêncio que parecia engolir o estádio. O chute perfeito. A bola viajou pelo ar, roçando os dedos estendidos do goleiro, antes de se aninhar nas redes com uma força incontestável.
3x0.
Era o seu terceiro gol da partida, e a multidão explodiu em euforia. O treinador, de pé na lateral do campo, exalava orgulho. Harry era o centro das atenções, o capitão imbatível, e isso só confirmava a escolha certeira de colocá-lo à frente do time. Ele correu para o engradado que separava o campo da arquibancada, escalando-o com facilidade enquanto erguia os braços, incitando os estudantes em frenesi. Principalmente as garotas, que gritavam sem parar ao vê-lo exibir sua camisa encharcada, que agora colava ao corpo, realçando cada movimento. Seus olhos verdes brilhavam sob a luz do estádio, e um sorriso de satisfação pairava em seus lábios enquanto sentia o coração disparar. Ainda era o primeiro tempo, e ele sabia que ainda tinha muito mais para dar.
O apito do árbitro ecoou e, com ele, Harry voltou para sua posição. O confronto com os Oranges estava surpreendentemente tranquilo; o time rival, da escola de Bradford, parecia desorganizado frente à superioridade tática de seu grupo. Assim que a bola foi lançada novamente, Harry partiu em uma corrida veloz, determinado a se antecipar aos movimentos dos oponentes. Com destreza, desviou de vários adversários, confundindo um dos marcadores antes de tomar a bola com facilidade do zagueiro.
Mas então veio o impacto. De repente, sentiu o corpo ser jogado violentamente contra o gramado. O choque reverberou por todo o seu tornozelo, e a dor pulsante o fez gritar em agonia. De olhos fechados, segurou firmemente o tornozelo enquanto o calor se espalhava por sua perna como um incêndio descontrolado. O árbitro imediatamente interrompeu o jogo, e em questão de segundos, uma roda de jogadores e espectadores formou-se ao seu redor. Harry, ainda deitado no chão, tentava conter a respiração ofegante, o corpo tenso, enquanto a dor dilacerante dominava seus pensamentos. Será que algo estava quebrado?
Agora, sentado na sala de espera de um hospital particular, o ambiente frio e iluminado parecia o completo oposto da adrenalina do campo. Anne, sua mãe, folheava uma revista desinteressada, enquanto Harry mantinha a perna esquerda elevada, o tornozelo envolto em uma bolsa de gelo, latejando incansavelmente. A poltrona de couro fazia ranger sob a pressão de suas mãos enquanto ele apertava os braços da cadeira, tentando sufocar a dor constante que o atormentava. Cada minuto ali era uma tortura que ele desejava que terminasse logo.
— Sr. Styles. — A voz suave ecoou pelo corredor, mas o médico que o chamava nem sequer olhou para ele de imediato, concentrado em ler os detalhes da ficha que segurava.