Ride

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Continuei andando pela metade do nada, não me importando com o perigo iminente das estradas

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Continuei andando pela metade do nada, não me importando com o perigo iminente das estradas. Estava cansado de viver em meio a mentiras, extremamente cansado de ter medo. Como me sinto no momento? Um verdadeiro idiota. O motivo? Fui traído. Deixei a casa do meu namorado — agora ex-namorado — sem dinheiro suficiente para pagar um ônibus ou um carro particular. Sabia que, passo por passo, chegaria em algum lugar onde conseguiria ajudar para chegar em casa.

Ao sentir as lágrimas acumularem em meus olhos, a humilhação me atingiu. Me senti trocado e horrivelmente traído. Não deveria ter deixado Troye entrar em minha vida. No fundo, sabia que ele faria comigo o que fez com todos os namorados que teve. Ele não era uma boa pessoa, e mesmo assim deixei que me tocasse, que

— Quer uma carona?

Levei um susto quando ouvi a voz, percebendo um carro parado ao meu lado. O vidro do lado do passageiro abaixou e revelou o motorista. Ele era extremamente bonito, as madeixas negras e olhos castanhos ressaltam sua beleza.

— Não precisa, obrigado.

— A estrada é longa e perigosa, andará por umas três horas até encontrar civilização e transporte público.

Lembro de passar por aquela estrada quando estava com Troye, aquele homem estava certo sobre sua extensão. Era a única estrada que ligava Bradford com Londres.

— Para onde você está indo? — apoiei os cotovelos na janela do carro.

— Londres — revelou, destravando a porta. — Suponho que você também, certo?

Pensei a respeito por alguns segundos.

— Aceito a carona, mas se tentar me machucar, vou fazer com que se arrependa!

Ele sorriu e abriu a porta.

— Não vou fazer nada com você, prometo.

Acomodei meu corpo no banco do passageiro e fechei a porta, colocando o cinto de segurança para observar o motorista. Ele parecia mais velho que eu, mas lindamente convidativo.

— Não vai dizer seu nome, mocinho? — ele ligou o carro e deu partida.

— Harry — desviei a atenção para a estrada.

— Meu nome é Zayn — revelou, dividindo a atenção entre a estrada e meu rosto. — O que estava fazendo sozinho nesse lugar?

— Tentando chegar em casa — disparei, voltando a encará-lo. — Sempre oferece carona para desconhecidos? E se eu fosse um foragido da polícia e você estivesse contribuindo na minha fuga?

— Sua mente é fértil, garoto — ele soltou uma risada nasal.

— Não me chame de garoto! Não sou tão jovem assim — cruzei os braços.

— Quanto anos tem, senhor adulto?

— Vinte e dois.

— Você é uma criança! — ele zombou e acelerou a velocidade.

DEZ CONTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora