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Fechou os olhos por breves momentos, tentando encontrar um resquício de descanso em meio à vigília, mas a dor aguda que sentiu ao bater a testa na superfície de metal gelada trouxe-o de volta à realidade com uma rapidez dolorosa. A sensação gélida contra a pele era um lembrete severo de que ele não podia se permitir cochilar outra vez. A dor pulsante na testa era um sinal de alerta, uma chamada à responsabilidade que ele não podia ignorar.
— Você está de serviço, Malik, concentre-se! — murmurou para si mesmo, a voz baixa carregando a frustração e a necessidade de vigilância. Com um suspiro, alisou a testa, sentindo a pele sensível sob os dedos enquanto tentava focar novamente.
Com uma carranca no cenho, endireitou a coluna na cadeira desconfortável, sentindo cada músculo protestar contra a rigidez do assento. Olhou entediado para a tela do notebook, os olhos ardendo com o esforço de permanecer acordado. Um bocejo escapou dos lábios, interrompido por um bufar impaciente. Seus olhos se desviaram para o relógio na parede, captando os ponteiros marcarem duas e quarenta e oito da madrugada. O tempo parecia se arrastar de forma cruel, e ele sentia uma irritação crescente ao reconhecer que o garoto do outro lado da tela não esboçava nenhum sinal de cansaço. Nenhuma pista traía a intenção do jovem de dormir em breve, o que apenas aumentava sua frustração.
Aquilo era descomunal, fora do padrão.
— Ele não deveria estar acordado — murmurou, incrédulo.
Desde que o FBI lhe ordenara hackear a rede de Harry Styles para investigar se o jovem estava coletando dados pessoais e informações sigilosas britânicas para países rivais, Zayn havia mantido uma vigilância constante. A vida de Harry Styles era insuportavelmente entediante. Ele era uma das pessoas mais monótonas que Zayn já havia espionado, com uma rotina tão previsível que parecia roteirizada.
Durante a semana, Harry seguia um cronograma invariável: acordava, comia cereais ou torrada com ovos — sempre aproveitando a louça do dia anterior —, tomava banho e saía de casa. Retornava à noite, tomava outro banho e ia direto para a cama. Nos finais de semana, a rotina se tornava ainda mais prosaica: acordava após o meio-dia, deitava no sofá e se entupia de junk food enquanto assistia a filmes de ação na televisão da sala. O único banho que tomava era no domingo à noite, e ele sempre dormia antes da meia-noite.
Era uma vida desinteressante e previsível, perfeita para alguém que não queria chamar atenção. Então, por que diabos Harry estava acordado em plena madrugada de quarta-feira?
Zayn observou a tela com atenção redobrada. Harry estava na sala, mexendo em algo no celular. O movimento era meticuloso, quase furtivo, como se estivesse tentando não fazer barulho. Zayn franziu a testa, intrigado. O comportamento de Harry destoava completamente de sua rotina habitual. Cada minuto que passava, a situação se tornava mais suspeita.
— O que você está tramando, Styles? — Zayn murmurou para si mesmo, ajustando a postura na cadeira desconfortável.
Zayn precisava dormir. Ele sentia o cansaço se espalhar por seu corpo como uma onda implacável, mas sabia que não podia desviar os olhos da tela até que Harry finalmente fosse dormir. Precisava coletar qualquer tipo de prova que incriminasse o jovem. Olhou para as cinco telas no monitor ao lado, conferindo que não havia nenhuma outra movimentação pelo apartamento. Apenas a televisão da sala permanecia ligada, enquanto Harry encarava o visor com seus grandes olhos verdes, completamente estirado no sofá.
