Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
ᴄᴏɴᴛᴏ ᴅᴇ ɴᴀᴛᴀʟ
QUATRO DIAS PARA O NATAL
A última caixa de papelão foi aberta com um suspiro de alívio, revelando três quadros de família envoltos em molduras de madeira envelhecida e adornos de metal. Depois de duas semanas de reforma e incansáveis horas de montagem de móveis e desempacotamento de pertences pessoais, o apartamento finalmente ganhava vida.
Harry deixou escapar um sorriso cansado ao passar a mão pela testa, afastando as gotas de suor que insistiam em brotar. O espaço, embora modesto, agora parecia um refúgio acolhedor para ele. Desde sua primeira visita, sentiu-se atraído pelo apartamento e, uma semana depois, concluiu a compra, negociando um preço justo dentro de suas possibilidades financeiras.
Observando o relógio marcar seis e quarenta da noite, decidiu adiar a tarefa de lidar com as caixas vazias e se entregou ao desejo de um longo banho quente. Passando pela cozinha, adentrou o banheiro e, com um movimento despreocupado, despiu-se, deixando as roupas espalhadas pelo chão. O som relaxante da água corrente preencheu o ambiente enquanto ele ajustava a temperatura do chuveiro. Uma onda de alívio o invadiu quando a água quente encontrou sua pele, dissipando as tensões do dia. Cantarolando uma melodia natalina, ele celebrou a proximidade da sua época favorita do ano.
— Parece que o espírito natalino já chegou por aqui.
O som da voz o pegou de surpresa, fazendo-o fechar o registro abruptamente. Harry agarrou a toalha próxima e a enrolou em torno da cintura, girando em busca da fonte do som. Não havia ninguém à vista, mas a voz parecia próxima o suficiente para ser ouvida claramente.
— Não queria assustar você. A propósito, você tem uma bela voz e um gosto musical excelente. — A voz, abafada, ainda assim tinha um tom amigável.
Harry franziu o cenho, tentando localizar a fonte do som. Lentamente, aproximou-se da parede, pressionando o ouvido contra ela, conseguindo discernir respirações calmas e o som da água corrente do outro lado.
— Quem é você? — Ele perguntou, mantendo-se cauteloso.
— Desculpe minha intromissão. Sou Zayn. Moro no prédio ao lado do seu, na rua adjacente. Acabei ouvindo você cantar enquanto tomava banho.
— E por que está falando comigo? — Harry retrucou, sua voz carregada de desconfiança.
— Acho que é sempre bom fazer novas amizades, conhecer pessoas. — Zayn respondeu, sua voz soando incerta.
Harry fez uma careta, não convencido.
— Nem sempre é apropriado quando alguém está fazendo algo tão íntimo como tomar banho! — Ele respondeu, sua irritação transparecendo.
— Me desculpe se pareci invasivo. Não foi minha intenção. — A voz de Zayn soou genuinamente arrependida.
Harry saiu do banheiro, sentindo-se desconfortável com a situação. Foi para o quarto e trocou de roupa rapidamente, ignorando o lanche que havia comprado na padaria. Decidiu ir direto para a cama, desejando esquecer o incidente e descansar.