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O golden retriver caramelado pulou no colo de Elizabeth que não ousou afastá-lo, pelo contrário, se abaixou para ficar de igual tamanho com o cachorro e mimá-lo ainda mais e mais. A reação de Kitty foi de tentar tirá-lo de cima da outra, enquanto Vivienne não sabia o que fazer, pois a outra estava gostando. O que foi ouvido fora o grito da Kitty, dizendo:

- ARCHIE! Meu Deus, o que você tem com ela?? - Kitty controlou sua coleira. - Lamento mais uma vez. Eu não entendo o que deu nele, normalmente ele sempre é quieto.

- Não há problema, eu já disse, amo animais - Elizabeth continuava falando com ele novamente e ele passou a lambê-la. Ela parecia confortável em recebê-lo. Não ligava por quantas vezes ele pulasse nela, ela sempre estava calma e não ligava.

- Achei que você não voltaria logo - interrompeu Vivienne.

- Eu também achei. A tutora do Archie não estavam em casa ou a babá, em resumo, não tinha ninguém. Não podia colocá-lo dentro de casa e tive que trazê-lo para cá. Por que não fica um tempo conosco Elizabeth? - convidou a mais velha.

- Não posso, devo terminar algumas coisas.

Archibald latiu, como se recriminasse a outra. Kitty explicou que talvez ela devesse ficar justamente por esse motivo. Archibald parecia apegado a ela e queria brincar. A mais velha das irmãs insistiu, Elizabeth deu com os ombros e disse que poderia ficar por alguns minutos. As garotas começaram a conversar, Archie estava deitado nos pés de Liz, dormindo um pouco, enquanto Kitty havia preparado algum tira gosto com um vinho da reserva especial de Henrique. A irmã mais velha voltava aos pulos por ter encontrado um vinho da melhor safra, um château bolaire bordeaux supérieur vertical 1975 com sabor vigoroso. Ela serviu para Liz, pois sabia que a irmã não bebia. Acomodou-se ao lado de Vivienne no sofá e fitou a outra garota.

- Eu fico feliz que vocês não tenham se matado dentro do carro até chegarem aqui. Achei que deveria comunicar a polícia de um homicídio. - se serviu e sentou no sofá com a taça de vinho.

- Kitty, não é preciso falar tanto sobre isso. - Vivienne retrucou um tanto constrangida e com as maas avermelhadas, algo que Elizabeth acabou por perceber no momento que a analisava.

Elizabeth bebericou um pouco do vinho e respondeu. - De fato, achei que poderia ter morrido várias vezes, sua irmã tem uma língua afiada, mas estou acostumada quando ocorre esse tipo de situação. Normalmente, sou eu que lido com isso. - respondeu tranquilamente.

- Não me admira existir garotas que façam isso com você, pois me parece bastante descontrolada. - disse a Vivienne se referindo as inúmeras mulheres que devem ter entrado no apartamento da outra. Seu tom era afiado como a outra havia dito.

- Acredito que o que você acha que conhece, Vivienne, como expôs lá na praia é só um pequeno fragmento superficial de mim. Sou duplamente mais do que isso que você consegue ver. - a loira ajeitou-se no sofá a fitando diretamente - Mas como você poderia entender se não pode enxergar mais além do que a si própria.

- Ora, sua... – Kitty olhou para a irmã, afinal, ontem pode ter sido culpa de Elizabeth, mas a irmã também havia pego pesado a tarde toda com a outra, ambas eram culpadas pelas próprias discussões. O clima parecia tenso ali naquela sala. Kitty acreditava que o homicídio poderia ocorrer ali naquela sala.

Archibald sentou-se e colocou a cabeça no colo de Elizabeth como dissesse que acreditava nela. Vivienne começou a fitar de forma discreta a atriz e escutou quando mais uma vez o celular da outra toca e ela não mais ignorou, pediu licença e se dirigiu ao hall de entrada sendo seguida por Archibald. Era possível ouvir um pouco a conversa dela. Pois, sussurrava em alguns momentos e outros não (O que foi?, Eu não podia atender como não posso agora. Sim eu preciso de você aqui ou não... só precisamos conversar e você sabe que por telefone não dá. Eu vou aí, tomarei um banho e vou aí, beijos). Foi tudo o que Vivienne conseguiu ouvir daquela conversa. Deveria ser uma mulher que acabou descobrindo as outras milhares, pois sabia que o que Elizabeth Heinz não deveria ser de uma mulher só. A mais alta retornou a sala, quando três batidas na porta foram depositadas. Archie passou a pata na porta como arranhando. E uma voz feminina fora ouvida, ela chamava por Kitty.

Segredos | Elliot HellsOnde histórias criam vida. Descubra agora