Uma semana se passou sem Elizabeth pisar no estúdio devido a um problema de saúde que gerou um atestado de sete dias. A ruiva podia imaginar que não era esse o problema, pois desde a última conversa todas estavam bem e com saúde. No estúdio o burburinho era solto, pois raramente viam a senhorita Heinz adoecer, todos estavam preocupados com a saúde da mulher. "só que diferente de nós ela tem uma irmã para a substituir quando adoece." Pensou Vivienne.
Naquele mesmo dia, o diretor resolveu falar com ela, seus serviços não eram mais necessários daquele ponto, ele a estava colocando para fora. Como haviam acordado, não era um emprego fixo, Vivienne apenas estava substituindo o baixo nível de pessoal naquele semestre.
Mas a verdade era outra, o "Studio Pierre" passava por uma maré um pouco complicada, era extremamente famoso, reconhecido, renomado, todavia haviam gastos tremendamente altos, seus investidores diminuíam a cada dia. Apenas estava lucrando graças ao grande cache que recebia devido as vendas de bilheteria das peças de Elizabeth Heinz, era somente ela que mantinha aquele lugar funcionando.
O diretor não queria informar que estava com dívidas até o pescoço e que estava recebendo propostas de três acionistas distintos para vender uma parte das suas ações daquele prédio, basicamente seria como ter um CEO, ou seja, um diretor executivo principal que tomaria e assumiria as rédeas da empresa, desempenhando responsabilidades que incluíam tomar decisões importantes, gerenciar os recursos e operações gerais, além de dar a última palavra em caso de desacordos.
Para Vivienne, a sua saída fora uma surpresa, pensava que se esforçasse bem ela teria uma vaga oficial e fixa, pelo visto, não adiantou muito seus esforços. Estava perdida em pensamentos, quando uma mão esquerda colocou um aparelho telefônico na mesa, sussurrando em seu ouvido:
- Vejo que aprendeu a fazer tudo direitinho. – disse a voz.
- Olá, Bess, - disse Vivienne já reconhecendo o tom. Embora, a Heinz estivesse fora da companhia, aqui e acola ela e Vivienne precisavam se encontrar para formalizar direito o acordo que acabaram de fixar. Isso acabou "aproximando" as mulheres, tornando possível alguns reconhecimentos. O que deixou a mais alta intrigada.
- Como... – foi cortada
- Como eu sei? Você é canhota e a Izzy é destra, eu notei isso, lembra?
- É verdade, você notou. – Vivienne se virou para fita-la, parecia ter uma satisfação no olhar, não sabia dizer.
- Sim, qual o significado do celular, eu já tenho um. – retrucou a garota.
- É para falar conosco, você não pode falar conosco com qualquer aparelho, esse ninguém vai encontrar você. O sistema é utilizado pelas unidades federais, até mesmo os maiores traficantes, mestres do crime desejam essa tecnologia. É algo extremamente seguro e prefiro que converse conosco por aí. Jogue o outro fora ou faça uma doação para alguém, venda, não sei. Já falamos com alguns conhecidos que mexem com tecnologia de computadores e tudo já foi transferido para o seu uso pessoal e necessário. O que carrega no bolso é apenas um aparelho que parece que fez um reset. – Explicou a mais alta.
- Vocês mexeram no meu celular? – indagou a outra um tanto irritada.
- Sim, mas aparentemente alguém já estava tentando quebrar as defesas da portabilidade, me parece que alguém deseja saber sua localização. Então, fiz alguns percursos fictícios para seja lá quem estiver monitorando você, pensará que está em outro local – Vivienne engoliu em seco. – Para o seu bem, livre-se desse aparelho. Irei ver o diretor agora.
Elizabeth ainda não sabia da saída da outra, mas ela também não tinha contado. Quando foi para a sala do diretor foi aí que ficou sabendo da notícia da demissão da outra, tentava discutir com ele por qual motivo iria dispensá-la se a jovem tinha feito tudo certo.
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Segredos | Elliot Hells
RomantikApós passar alguns anos vivendo em Curitiba no Paraná, Vivienne Lamartine Hoffman volta para a sua terra natal. Um estado colonizado pelos antigos holandeses que mudaram seu nome de Natal para Nova Amsterdam. De volta a cidade em que nasceu fugindo...