27. Trégua?

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Vivienne estava petrificada, não podia acreditar que era aquela pessoa. Os braços a apertaram mais contra o corpo da outra pessoa, sentia-se frágil e pequena sendo guardada por tal corpo, ela virou sua cabeça para ver quem era. E a pessoa vendada era Elizabeth que a segurava cada vez mais contra si.

- "Você tem um aroma encantador, jovem donzela" – recitava suas falas.

- Já disse para me soltar! – tentava se libertar daqueles braços que a seguravam-na, quase que poderiam ter caído ambas, mas a outra a segurava com firmeza, impedindo que caísse no chão. Ela retirou a fita de Elizabeth e aqueles par de olhos azuis a fitavam intensamente, mas não de forma intimidante ou de forma sensual, apenas de forma mais intensa, sem significados, ou se tivesse, ela não conseguia decifrar.

- Parece que o mundo vive colocando você no meu caminho – afirmou a outra em seu tom diferente e sério, sem nenhuma relação com a voz brincalhona e provocadora da madrugada. Ela estava mais comportada.

- Me solte, eu não irei mais repetir! – tentava se desfazer daqueles braços que a deixaram arrepiada e se condenou pelo seu corpo ter tal resposta.

- Então é assim? Eu a impeço de cair e você apenas esbraveja? - ainda segurava delicadamente, porém forte para que a jovem não caísse.

- Nunca pedi que me salvasse ou coisa parecida, eu só quero que você me solte e já. – proferiu palavras de ordem, enquanto tentava se afastar dos braços e daquela aproximação.

- Como quiser – Elizabeth a soltou e Vivienne que estava a alguns centímetros do chão caiu, nada tão doloroso, mas surpreendentemente irritante para a outra.

- O que você possuí na cabeça? É do seu agrado que todas as mulheres caíam a seus pés e quando isso não ocorre o seu ego fica ferido a ponto de querer humilhar uma garota desconhecida? - Vivienne se esforçava para levantar e ajeitar os desalinhamentos de sua roupa.

- Espere um pouco, em qual momento eu a humilhei? Só te ajudei, nada além disso. Não sabia que ajudar era sinônimo para humilhar – seu tom de escárnio foi detectado pela outra que se eriçou de raiva, ficando como as brasas do seu cabelo.

- Como você... - Vivienne tinha seus dentes trincados.

- Ei, parou, parou – dizia uma terceira voz – o que está ocorrendo aqui?! Você, quem é? – dizia um homem apontando para Vivienne.

- Eu vim falar com o diretor para a vaga dos bastidores. - tentou se controlar e falar cordialmente.

- Você? – dizia o homem magro, com uma boina francesa preta

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- Você? – dizia o homem magro, com uma boina francesa preta. – Você tem noção que acabou de arruinar uma das minhas gloriosas cenas? Tem noção do quanto isso reflete no meu humor e logo no meu trabalho?

- Pierre, por favor – interveio Elizabeth, colocando a mão no ombro dele – Ela não tem culpa. Na verdade, a culpa é toda minha. Eu que a irritei e acabei atrasando nosso ensaio, se alguém tem culpa e arruinou algo, esse alguém foi eu. – Vivianne a fitou incrédula e Elizabeth continuou - Estava precisando me distrair um pouco, afinal estamos aqui desde às seis horas e não paramos. As figurantes estão esgotadas, vamos parar um pouco e escute o que a moça tem a dizer.

Segredos | Elliot HellsOnde histórias criam vida. Descubra agora