As mulheres estavam no departamento de polícia devidamente arrumadas e adequadas para aquela situação. Sophie já tinha se retirado para ir para o necrotério analisar o corpo de Jéssica Lins, enquanto Valquíria encontrava-se na sala de interrogações com a esposa identificada de Jéssica, a mulher era uma jovem universitária de 27 anos, estava concluindo o curso de direito para poder trabalhar com sua esposa.
Valquíria estava impassível, não sabia o que fazer com a moça que estava a sua frente chorando, de fato, suas habilidades sociais eram falhas, assim decidiu fazer o que sabia melhor, o seu trabalho.
- Olá senhorita Carmen, meu nome é detetive Van Dahl e eu estou assumindo o caso sobre a sua esposa. – falou enquanto puxava uma cadeira em frente aquela moça, sentando-se. Sobre a mesa de aço colocou uma pasta de tom amarelo claro.
Carmen fez um aceno com a cabeça informando seu gesto de cumprimento, e sentou na cadeira, um silêncio sepulcral se instalou naquela sala quadrada com uma mesa metálica e duas cadeiras. Atrás de Van Dahl um espelho enorme que dava para outra sala.
- Então, como conheceu Jéssica Lins? – Valquíria a fitava profundamente.
Após um tempo, Carmen falou.
- Estávamos casadas desde os meus 23 anos, nos conhecemos na cadeira da universidade, ela era o ser mais incrível que eu já tinha conhecido. Tivemos alguns problemas devido a sua posição de docente, mas conseguimos superar. – a moça olhava para a foto de Jéssica na mesa, controlando suas lágrimas. - Estávamos felizes, entende?
- Compreendo senhorita, pode me dizer se a Jéssica tinha alguns inimigos? - a detetive analisava a esposa e qualquer fio que pudesse captar.
- Não, a Jéssica era muito querida por todos - coçou a cabeça, tentando lembrar. - No trabalho não havia ninguém que pudesse expor que não gostava dela.
- Entendo seu momento senhorita Carmen - relatava a detetive. - mas qualquer coisa que possa lembrar, uma briga entre vizinhos, um desentendimento entre clientes, alguma desavença é útil.
- Eu de fato não consigo lembrar. - tentava se esforçar. -Passávamos tempo trabalhando, quando não ficávamos em casa juntas ou quando estamos separadas com cada uma em seu respectivo trabalho.
- Diga-me, onde estava na noite anterior? – a detetive mantinha as mãos fechadas sobre a mesa metálica de interrogação.
- Na noite que isso ocorreu, eu estava no atendimento. Jéssica sempre quis pagar meus estudos, mas eu não recebi esse tipo de criação, estava mais segura em bancar o meu próprio futuro, então trabalha no bar do Jonny's a noite até um pouco mais da madrugada e volto para casa.
- De que horas você costuma pegar no bar do Jonny's? - Valquíria mantinha-se impassível.
- O carregamento de todas as coisas costumam chegar às 18h30. Nessa hora a Angélica que toma conta, depois a Luana e por fim, às 19h30 chego para completar a equipe. Naquela noite teve show ao vivo, costumamos trabalhar até às 03h da manhã. Acho que voltei para casa de aproximadamente 04h30.
- Sabe que precisaremos verificar seu álibi – disse a detetive. – faz parte do procedimento. Agora, às 4h30 quando chegou em casa não encontrou sua esposa, você não estranhou isso?
- Para falar a verdade não. Nas noites que as minhas escalas são assim, Jéssica costuma ficar no seu escritório e preferia dormir por lá. Foi um dos combinados. Então, necessariamente, ela deveria estar no escritório. - explicou a rotina que seguiam.
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Segredos | Elliot Hells
RomanceApós passar alguns anos vivendo em Curitiba no Paraná, Vivienne Lamartine Hoffman volta para a sua terra natal. Um estado colonizado pelos antigos holandeses que mudaram seu nome de Natal para Nova Amsterdam. De volta a cidade em que nasceu fugindo...