Elizabeth, Kitty, Vivienne e os quatro cachorros faziam o percurso de volta. As duas irmãs mantinham a antiga divisão de controle canino. Sendo que Elizabeth conversava com Kitty a alguns passos à frente, sendo seguida por Vivienne. Kitty elogiava o trabalho de Elizabeth, falando que a peça havia sido encantadora, gostou do início e do fim e estava querendo saber qual seria a próxima. A mais alta comentou que estava analisando uma outra peça, mas deveria atuar em algumas produzidas por amigos durante algum tempo, enquanto escrevia seu próprio roteiro. Durante toda a conversa da irmã com a outra jovem, Vivienne esperava alguma coisa acontecer, um beijo roubado, um beijo à força, um beijo consensual - afinal, nunca se sabe -.
Mas nada parecia vir. A expressão de Elizabeth não era nada parecida como a da noite anterior. Estava totalmente profissional falando sobre seu trabalho, demonstrava mais interesse em escrever peças do que atuá-las, seus olhos brilharam mais quando o rumo da conversa fora sobre o roteiro que poderia estar escrevendo. Era óbvio que ela não poderia revelar nada, mas mostrar o mecanismo de como era desenvolvido e criado uma, isso ela poderia contar.
Contou do tempo que fazia faculdade de artes cênicas, um leve sorriso nasceu no rosto dela que fora rapidamente capturado por Vivienne. Elizabeth narrou que seus professores desempenharam por muitas vezes o papel de diretoria de uma peça. Seus colegas de turma bebiam e se deleitavam de cada informação dos autores e dos próprios ministrantes das aulas. Para ela, o diretor de uma peça, desempenha um dos papéis mais importantes, que é o "olhar de fora", apontando o lugar que precisa ser melhorado, onde estava perfeito. Normalmente, toda a seleção de personagens é analisado com quem você se identificaria melhor, revelou ela. Muitas vezes atuou com personagens o qual não estava confortável e seu desempenho era horrível. Contou que teve dificuldades no início do curso com alguns papéis, isso a fez perceber como poderia se superar e crescer como atriz. Falou mais um pouco que todos os dias eram feitos ensaios, não existindo feriados, fim de semana ou até mesmo doença, pois quando a estreia estava próxima, a loucura nos camarins afetavam a todos. Ainda hoje não existe feriados para ela, quando está prestes a se apresentar. Devido a conversa das garotas, não demoraram muito para chegarem até os carros, e por coincidência Kitty e Elizabeth haviam estacionado em vagas próximas. Vivienne suspirou, não esperava que o caminho de volta fosse tão curto. Nunca entendeu o motivo da volta ser sempre menor do que a ida.
- Agradeço mais uma vez, pelo favor que está fazendo. - Dizia Kitty - e por mostrar esse mundo mágico da atuação.
- Não há problema algum, gosto de falar desse mundo, é uma das coisas a qual sou apaixonada, além dos cachorros também. - agachou-se para falar com cada cachorro que ali estava e todos balançavam o rabinho alegremente. De fato, aquele amor pelos cães eram recíprocos. Eles também aparentavam gostar dela.
Elizabeth seguiu para seu land rover discovery sport preto, parecia saber que a ruiva mais nova queria uma privacidade para falar com a irmã.
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Segredos | Elliot Hells
RomanceApós passar alguns anos vivendo em Curitiba no Paraná, Vivienne Lamartine Hoffman volta para a sua terra natal. Um estado colonizado pelos antigos holandeses que mudaram seu nome de Natal para Nova Amsterdam. De volta a cidade em que nasceu fugindo...