Por Uma Noite.

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Oieee. Último capítulo. Tô sensível... Nos vemos nas notas finais. 

Boa leitura!

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A brisa suave tocava em sua pele, esfriando-a. Trazendo mais calma, deixando tudo mais ameno. Ao menos, era isso que o garoto esperava. Era isso que Draco Malfoy precisava...

Observava com cautela o que existia à sua frente. O topo das árvores que rodeavam o castelo, a grama verde-fluorescente, a imensidão dos céus e da terra. Aquilo era tranquilizante, era apaziguador.

Malfoy encarou aquela vista por sete anos seguidos, observou-a através das estações e temporadas, conhecia-a de cor. Em todas as suas nuances. No entanto, era como se a visse pela primeira vez em muitos anos. Era como se fosse diferente.

Soltou o ar e inclinou-se para frente, só um pouco. O vento continuava a tocar-lhe a face, aquela sensação se assemelhou muito à liberdade. Desde que era só um menino, ali foi a primeira vez que se sentiu livre. Que o peso de ter que cumprir um papel, vestir uma máscara, seguir ordens se desfez enfim. Acabou. Ele não era mais um fantoche. Não havia ninguém mais puxando suas cordas.

Entretanto, apesar dos bons ventos que sopravam, e da esperança que despontava em seu interior, Draco sabia que tudo em seu futuro era incerto. Misterioso. E poderia muito bem ter um final trágico, com ele passando o resto da vida em Azkaban, como seu pai certamente iria.

Por mais que tenha lutado do lado certo na última batalha, e que fazer parte da corja do falecido Lord das Trevas jamais tenha sido algo que ele escolhera para si, seu envolvimento com o lado errado existiu. Sua família serviu a Voldemort, cumpriu suas ordens, fez coisas terríveis... Todos sabiam disso. Todos testemunharam isso, a marca que ainda existia em seu braço era mais uma prova de sua servidão e o loiro temia que no juízo final, ele precisasse pagar pelo que fez... Sua mente no momento era um emaranhado confuso, complicado e assustador. Por isso tinha escapado do tumulto alegre dos sobreviventes e se refugiava ali, na Torre de Astronomia — ou que ela tinha se tornado agora que era mais destroços do que qualquer outra coisa. De toda a forma, ainda era seu lugar favorito, e sempre seria, principalmente por conta de tudo o que significava e lembrava. Aquela torre guardava seus maiores segredos, e uma de suas melhores lembranças. Um sorriso nasceu em seus lábios ao pensar na garota que tinha tomado seu coração. E talvez, mas só talvez ela fosse um dos maiores motivos por ele estar tão balançado com a ideia de ir para a prisão.

Balançou a cabeça em negação, tentando com toda a sua determinação afastar tais pensamentos. Deveria se focar no momento, e sentir-se aliviado pela vitória recente.

Tateou o terno à procura de um cigarro, precisava e queria dar um trago. Sabia que em breve teria de abandonar o vício, uma vez que Hermione havia sido bastante categórica sobre os malefícios da nicotina, no entanto, nada parecia ser melhor do que fumar pela última vez no mesmo lugar que fumou a primeira.

Para seu desgosto, não sobrara nenhum cigarro e resmungando, Draco virou-se de costas para a vista, e se deparou com Harry Potter parado, lhe mirando com muita profundidade.

Houve um momento em que eles apenas encararam um ao outro, perdidos em seus próprios pensamentos, tentando iniciar uma conversa.

Não que Draco tivesse algo a dizer ao moreno. Ele não tinha. Mas não podia fingir que não estava contente pela sua sobrevivência.

— Por algum motivo eu sabia que você estaria aqui... — Potter começou, aproximando-se cautelosamente, até estar escorado à grade da torre, há alguns metros do loiro.

Draco expirou com força, olhando-o de soslaio.

— E eu pensando que teria um pouco de paz. — disse, tranquilamente. O humor ácido ainda seria direcionado àquele garoto mesmo que sua intenção há algumas horas fosse arriscar a própria vida para salvá-lo.

Por uma Noite -Dramione [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora