Conselhos e Entregas.

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Março passou tão rapidamente que eles já estavam em Abril.
A primavera já dava suas caras, com seu clima quente e agradável trazendo o sol, as flores e cores de volta, dando vida ao que tinha sido levado pelo frio daquele inverno destruidor. Ainda assim, aquela bela estação não havia sido capaz de se livrar de todo o agouro que os outros tempos tinham deixado, e que somente era capaz de enfatizar o quão perto de tudo eles estavam agora.

As invasões de Lord Voldemort na mente de Draco se tornavam a cada dia mais constantes, a todo minuto ele tinha algo ardendo em seu braço, algo sussurrando sobre seu tempo estar se esvaindo, algo ameaçando o que ele amava. Durante a noite ele não conseguia dormir, Voldemort sempre estava lá, torturando-lhe com pesadelos, visões de caos e de morte, sangue, e muita tortura. E quando não era seu Lord, sua própria imaginação matava a garota pelo qual ele estava apaixonado, aquela criatura de olhos castanhos e sorriso doce. Sua pequena, inocente e desprotegida Hermione.

Draco havia passado semanas inteiras junto de Blásio tentando encontrar um jeito de manter-la a salvo, um jeito que não deixasse seu Lord descobrir sobre ela, e que não fizesse ela lhe odiar. Segundo eles, aquilo era traição de sangue, e mais do que sua própria morte, ele temia a dela. Porque sabia que era isso que o maldito mestiço faria; ele mataria Hermione sem dó nem piedade, e excomungaria o herdeiro dos Malfoy, senão pior.

Porém, durante todos os dias que seguiram, o loiro não conseguiu pensar em nada que fosse eficaz. E mesmo com ele tentando a todo custo blindar a mente contra as intromissões do Lord das Trevas, tinha consciência que em algum momento iria baixar a guarda, e quando isso viesse a acontecer seria tarde demais para todos.
Já era quase noite, um pouco antes do jantar, ele estava no salão comum da Sonserina, espremendo o cérebro para tentar responder a uma atividade sobre História da Magia, de uma aula que ele não prestou atenção, quando, sua coruja preta - Otus, apareceu voando entre as cabeças dos poucos alunos existentes ali, e deixou sobre seu colo um pequeno envelope com o Brasão de sua casa.

Malfoy franziu o cenho, analisando o envelope antes de abrir, e olhou para trás para ter a certeza que ninguém estava de olho no que ele estava fazendo, soltou o ar e com muito cuidado, desfez o selo rasgando o Brasão dos Malfoy ao meio.

No pequeno pergaminho, a caligrafia delicada e caprichosa deixou claro que tratava-se de sua mãe, e seu coração que até então estava tranquilo, se acelerou, retumbando fortemente contra sua caixa torácica.
Em um rompante, o bruxo apanhou suas coisas, jogando a mochila por sobre o ombro e rumando a passadas largas para a privacidade de seu dormitório. Já dentro do mesmo, ele apenas desfez-se de sua mochila, e sentou-se na cama o mais depressa possível. Ele não perdeu mais tempo, correu os olhos curiosos e ansiosos pelas palavras dispostas no pergaminho. Tentando respirar, mesmo que o ar que adentrasse seu organismo fosse escasso e pesado.
Começou a ler:

Querido filho,


Tanto se passou desde que você esteve aqui, sinto sua falta mais do que posso admitir a mim mesma ou a qualquer outra pessoa.


Estou bem! Embora tenha tido pesadelos horríveis envolvendo você, estou bem aqui, as coisas estão indo.


Vai dar tudo certo, querido.


Não se preocupe comigo, e continue a usar o que lhe dei, é importante para mim, e sobretudo para você.


Eles não sabem sobre essa carta, seu padrinho está me ajudando nisso, ele está do nosso lado, pode confiar nele. Não me responda, somente cuide-se bem. Nos vemos em breve.

Por uma Noite -Dramione [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora