— Ministério da Magia. Entrada para visitantes. Londres... - Harry ordenou aos animais e então eles levantaram vôo depressa.
E lá foram eles, todos eles. Desbravando os céus, sobrevoando Hogwarts, indo salvar Sirius do Lord Voldemort.
Hermione nunca foi exatamente fã de voar. Detestava fazê-lo, na verdade. Tinha medo, sentia ânsias e nunca realmente se sentiu segura o fazendo. Agora, menos ainda. Ela não podia ver no que estava montada, sabia o que era em tese e por conta das aulas que tivera com Hagrid, porém isso não anulava o pavor que se alastrava dentro dela. Apenas mantinha-se firme segurando sabe-se lá o que, e suplicava aos céus - estes mesmo que ela cortava velozmente -, para que o chão estivesse logo perto.
Não ousava olhar para baixo, o frio na barriga era o suficiente para mantê-la com os olhos no horizonte. Atenta a tudo, qualquer coisa, algo que pudesse parecer suspeito, ou que ameaçasse o plano deles.
Não sabia se estavam fazendo o certo indo até lá onde Voldemort estava, provavelmente acompanhado de dezenas de comensais. Havia milhões de suposições sobre as visões de seu amigo de olhos verde, mas ele estava tão abalado que a mesma não conseguiu convencê-lo a tentar outro jeito de ajudar o padrinho, outro que não colocasse em risco a vida de seis garotos de quinze anos. Se não pode contra, junte-se a ele, é o que dizem. E ela não seria capaz de deixá-lo sozinho. Nunca.
Estava frio. O vento era forte, os Testrálios velozes e ela era só pedidos e súplicas. De que tudo desse certo, de que não fosse tanta loucura quanto aparentava, e que por Merlin, eles tivesse êxito. De relance, quem sabe pelo brilho opaco e quase nulo do céu, ela pode ver a cabeleira de Luna, a loira aparentava estar de tão bom grado naqueles bichos. Talvez se pudesse vê-los, quem sabe conseguiria tirar aquela ideia de que poderia despencar a qualquer momento do animal mágico que a levava. Pena pra ela que nem tudo é como deveria ser, mas, ela ainda conseguia estar satisfeita com isso. Só viam os testrálios quem já havia visto a morte, e ela tinha certeza que não queria poder ver-los se este era o preço a se pagar por tal.
Ao redor nada era completamente visível, pelo horário a escuridão já havia quase tomado conta de tudo. Mal via os vultos de seus amigos, ou as grandes árvores que rondavam Hogwarts em sua esplendorosa elegância. Somente o crepúsculo caindo cada vez mais denso e melancólico.
Mais alguns quilômetros se passaram com ela deslizando pelos ares com muita rapidez. O coração apertado e os olhos ardendo por conta da força do vento. Eles já tinham feito tanto naquele dia. Mas é óbvio que não era o suficiente, nunca seria. Suas vidas estavam fadadas a aventuras insanas e enfrentamos um tanto quanto difíceis, mas eles estavam sempre lá, prontos para a batalha, nunca deixando de lutar por seus ideais, ou uns pelos outros, como fora no primeiro ano, no segundo, no terceiro, e estava sendo agora.
Enfim ela sentiu-se curvando para baixo, descendo como um raio certeiro e perigoso, e um par de minutos depois, ela deslizava desajeitadamente para o chão, aliviada. Ouviu Rony resmugar o quanto havia detestado, e se sentiu um pouco menos tola. Afinal, se o amigo que amava voar também não gostara, tudo bem ela não ter amado.
Harry, que estava inquieto, os guiou para uma cabine telefônica velha, e que aparentemente era pequena e apertada para que todos pudessem caber lá dentro, mas com um pouco de esforço, todos entraram.
— Quem estiver mais próximo do telefone disque; seis dois quatro quatro dois. - disse ele.
Rony que estava retorcido de uma forma muito estranha foi quem conseguiu discar, logo, aquela voz irritante reverberou e poucos foram os segundos até eles descerem o nível até o prédio do Ministério em busca de salvar Sirius, e quem sabe eles mesmo.
***
Draco abriu os olhos e sentiu a cabeça latejar. A azaração que aquela ruiva maldita havia conseguido jogar nele o pegou em cheio, sequer tivera tempo de desviar ou lançar uma contra-azaração, e no minuto seguinte todos eles conseguiram fugir, a resposta é; pra onde foram?
Apanhou sua varinha que caíra quando fora atacado pela Weasley fêmea e levantou-se irritado, ajeitando suas vestes e varrendo a sala de umbridge com olhos cinzentos, deparando-se com Crabbe e Goyle desacordados cada um em um canto. Revirou os olhos.
Ele ainda esperou por Umbridge por quase um par de horas para tentar lhe explicar como Longbottom, Lovegood e Weasley conseguiram fugir se nenhum deles estava com suas varinhas, não aparentemente, no entanto, ela não apareceu. Então ele resolveu ir para o seu dormitório, se preparar para o jantar. Quando ela regressasse, se quisesse explicações, que lhe chamasse.
Caminhou sem pressa pelos corredores do castelo, já era noite agora, a escuridão já consumia tudo e por alguma maldito motivo ele sentia que ela consumia ele também.
O Salão Comunal da Sonserina estava movimentado aquela hora da noite, os grupinhos estavam todos espalhados próximos a lareira e nas poltronas. Draco apenas seguiu seu caminho como tinha estipulado minutos atrás. Quando chegou em seu dormitório, desfez-se de sua capa e camisa e então sentou-se em sua cama, pensativo. No dia anterior recebera um bilhete de seu pai, algo simples mas que o deixou receoso.
O bilhete dizia: "está perto agora."
O loiro tinha medo do que, exatamente, poderia estar próximo. Mas ele sabia; era Voldemort. Podia vislumbrar como os tempos prenunciavam as trevas que estavam vindo até eles, e, em seu maior desejo ele suplicava que conseguisse não ter que se envolver nisso, nessa guerra toda.
Ainda com aquele incômodo maldito no peito, ele ergueu-se de sua cama e rumou para o banheiro, indo tomar um banho, para quem sabe, deixar a água levar um pouco do peso que lhe atormentava os ombros.
***
Sirius não estava lá! Fora tudo um truque, um perverso e baixo truque que eles caíram, e caíram feio. E tudo porque Voldemort plantou aquela visão na cabeça de Harry, o fez acreditar que Sirius estava mesmo em perigo, e desta forma atraí-lo para ele, onde ninguém poderia defendê-lo, ou protegê-lo.
Hermione sentia o pavor em si, em ver seus amigos machucados, sem ter forças suficientes para lutar com um grupo de monstros, que não se importavam em matar crianças, a mando de um doente possessivo.
Ela correu com Harry e Neville depois de ter desarmado e desacordado dois comensais da morte na sala das escrivaninhas, no entanto, o grito que Harry dera havia denunciado suas posições, e quando foram tentar próxima porta, um feitiço de Impedimenta lhes fora lançado, e os três foram jogados longe. Ela caiu embaixo de uma estante de pesados livros, Neville rolou por cima de uma escrivaninha e Harry bateu com a cabeça na parede detrás, ficando atordoado.
— NÓS OS PEGAMOS, OS PEGAMOS! - um comensal começou a gritar. — AQUI...
— Silêncio! - Hermione lançou o feitiço, o homem continuava a gesticular, porém, nenhum som saia de sua boca através da máscara de Comensal.
Um segundo Comensal se precipitou para cima de Hermione, mas Neville conseguira se levantar e então lançou a ele um estupefaça, ao que ele caiu no chão, imóvel. No entanto, o homem que Hermione silenciara, fez um gesto em horizontal com sua varinha e uma luz roxa começou a lhe cortar no peito. Um dor excruciante e maldita lhe arrebatou, era insuportável, e até mais. Surpresa, ela apenas olhou para seu peito antes de cair desacordada, tudo o que pode escutar, foi bem lá no fundo, a voz de Harry gritando por seu nome.
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Por uma Noite -Dramione [CONCLUÍDA]
FanfictionNada será igual depois desta noite. Um vestido bonito, um baile, uma conversa e uma confissão; podem mudar para sempre a vida dos dois. (Também postado no Spirit)