Segredo de Escuro.

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Regras.

Hermione sempre fora a menininha das regras.

Não pode isso, não pode aquilo, isso é errado, isso dá advertência, isso pode causar expulsão… E triste aquele que ousasse ou tivesse a infeliz ideia de propor a ela que deveria quebrar-las, a salvo, quando ela e seus meninos montaram a AD no ano anterior, e fugiram de Hogwarts rumo a Londres montados em Testrálios na pretensão de salvar Sirius Black das garras de Voldemort, fora isso, ela ainda era uma criaturinha certinha que tinha pavor de fazer coisas erradas e se dar mal por isso, e obrigava todos ao seu redor a agir assim. Ou tentava, ao menos.

Bem, até antes de Draco aparecer na sua vida e revirar tudo de ponta a  cabeça, é claro.

Como ela poderia explicar sem parecer uma louca, que ela queria sair depois do horário para ir vê-lo. Ela ainda tentava explicar a si mesma onde enfiou seus neurônios para que pudesse pensar abertamente sobre isso, no entanto, até o dado momento, ela ainda não possuía as devidas respostas que a deixassem mais leve. E isso deixava a cabeça dela pipocando! Quer dizer, não havia uma coerente ou que desse em outro caminho que não fossse admitir que se apaixonou por Malfoy. Mesmo sabendo que tinha algo acontecendo entre eles, ela preferia acreditar que é só culpa de seus hormônios e sua impulsividade que resolveram dar as caras enfim, como fazia com todas as garotas de dezessete anos.

Ela andou de um lado para o outro trancada no banheiro com o bilhete dele em suas pequenas mãos, e o peso do mundo todo parecia estar ali naquele micro pedaço de pergaminho amassado. Claro que ela sequer poderia se dar o luxo de alguém sonhar o que estava se passando entre eles. E tinha certeza de que ele também não ia querer expor, isso, o que quer que fosse, que estavam fazendo. Sabia minuciosamente o tipo de companheiras de quarto fofoqueiras que tinha, não podia arriscar. Ainda não.

Bufou, balançando a cabeça em negação, deixando que seu passos se refreassem por meros segundos. Poucos para qualquer ação, mas o suficiente para se repreender.
Merlin, porque tinha que ter deixado para esvaziar a mochila tão tarde da noite?

E se ele não estivesse mais lá?
Sabe Godric desde que horas ele estava esperando por ela, e se já tivesse cansado de esperá-la?
Será que ainda valia a pena se arriscar pelos corredores para dar de cara com o local vazio?
Todavia, em contrapartida, e se ele ainda estivesse lá?

Era uma noite tão fria pra estar fora da cama, ele poderia acabar se resfriando.

E ela seria a culpada.

E aquela pergunta gritava em seu cérebro; ir ou não ir?

Malditas incertezas!

Hermione deu um suspiro. Um bem longo e quase melancólico, e olhou para o pedaço de pergaminho em sua mão como se ele fosse o próprio Malfoy. Se ele estivesse em sua frente ela iria perguntar porque ele não fez o convite da forma convencional, embora, bem lá no fundo, ela tenha achado fofo aquele bilhete escondido entre suas coisas.
Tantas coisas eram fora do convencional entre eles...

— Oh Merlin, o que eu faço com você?! — perguntou a si mesma dando outro suspiro, porém, em seus lábios rosados havia um meio sorriso, e ela destrancou a porta do banheiro e pegou sua capa, torcendo para que todos já tivessem ido se deitar.

~~*~~

Esperar.
Quanta ansiedade era capaz de caber em cada minuto?
Quão torturantes poderiam ser sessenta segundos de espera?
Repetidos e repetidos como a letra de uma canção triste. Ou as batidas inconstantes e carregadas de angústia de seu coração?

Draco não saberia dizer, ele só tinha uma vaga noção enquanto deixava a fumaça do seu terceiro cigarro escapar de sua boca para a noite gélida; ele não era bom em esperar. Nem um pouco!

Por uma Noite -Dramione [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora